Volume 1 - Capítulo 24.1

Capítulo 24.1: Tair Bamon (1)

Sangue jorrou e a cabeça do Rei Orc rolou pelo chão.

Observando o corpo desabar após a decapitação, só então removi o véu.

Dei um pequeno suspiro e encontrei os olhos de Asher enquanto ela limpava o sangue de sua espada. Ela baixou a cabeça com um olhar de culpa.

“Desculpa.”

“Tudo bem.”

Fiquei um pouco surpreso, mas, graças a isso, pude confirmar o poder de defesa do véu flutuante.

Olhando ao redor, vi os orcs que haviam perdido seu líder, vagando em confusão.

Não precisei pedir a Asher para matá-los, pois logo se dispersaram em todas as direções como se estivessem fugindo.

Até mesmo orcs teriam inteligência para distinguir quem seria aniquilado se atacassem.

“Ufa…”

Os aventureiros que estavam de lado observando a batalha pareciam aliviados.

Rodin também estava se levantando do chão, cambaleando como se estivesse se recompondo.

Eu disse a eles:

“Agora vamos descer.”

Desvendar esse mistério também foi agitado.

***

Depois de descer da cordilheira e retornar à cidade, paguei o restante do dinheiro da recompensa ao grupo de aventureiros.

Na verdade, eles se recusaram teimosamente, dizendo que não precisavam recebê-lo em nome da graça recebida, mas uma promessa era uma promessa, então foram forçados a aceitar.

“Muito obrigado, jovem mestre. Espero que você tenha apenas glórias pela frente.”

Eles me agradeceram com respeito genuíno em seus olhos.

Era uma reação natural, considerando que salvei a vida do líder deles usando uma poção preciosa e até mesmo lhes dei uma quantia tão alta de dinheiro.

No entanto, graças a eles, também consegui com sucesso um importante mistério do tipo defensivo, então não achei que fosse um desperdício.

E eram apenas algumas centenas de moedas de ouro, afinal.

O dinheiro que eu trouxe de meu território eram dúzias de moedas de platina que agora tenho em meus braços.

Saímos da cidade logo depois de um dia.

A viagem de carruagem entediante começou novamente, e o próximo destino era o território do Primeiro Lorde, governado pelo Sábio.

Pensando nos mistérios a serem obtidos lá, observei sem expressão a paisagem do lado de fora da carruagem.

Então, por hábito, voltei meu olhar para Asher, que estava sentada do meu lado.

Sua expressão parecia levemente sombria.

“Você não parece bem.”

Com minhas palavras, Asher olhou para mim.

“Você se machucou na batalha?”

“Não. Só…”

Enquanto ela lambia os lábios, sua expressão ficou um pouco mais sombria, ela disse:

“O Lorde Ron me nomeou como escolta.”

“…”

“Eu cometi um erro contra o Rei Orc antes, não terminando a batalha corretamente.”

Era assim de novo?

Algo assim aconteceu quando encontramos Bellevagorah antes.

Seja lidando com grupos de inimigos fracos ou derrubando muros, ela realmente me ajudava tanto que eu não conseguia fazer o que precisava sem ela.

No entanto, ela estava tendo dificuldades porque não conseguia enfrentar os realmente poderosos.

Eu não disse nada sobre isso, mas sua personalidade ingênua era realmente…

*É irritante.*

Mas também era adorável.

Comparada à primeira Asher, que parecia que eu estava enfrentando uma parede, esta foi uma grande melhoria.

O fato de ela trazer essa história à tona e conversar comigo não significava que sua confiança em mim havia se aprofundado?

Eu estava escolhendo o que dizer e então abri minha boca.

“Eu disse quando te conheci que sabia sobre suas habilidades.”

“Sim.”

“Mas era mais como falar sobre seu potencial, não suas habilidades atuais. Eu conheço suas limitações atuais. Eu sei o que você pode fazer e o que você não pode.”

Continuei conversando com Asher, que estava ouvindo.

“A serpente nas Montanhas Rutus e o golem que você encontrou na masmorra foram todos oponentes que você não conseguiu controlar, mesmo com toda a sua força. É por isso que eu nunca fiquei desapontado com você ainda. Você entende?”

“…”

“Claro, foi um erro perder o orc.”

Ela pareceu refletir sobre o que eu disse, então baixou a cabeça.

Olhei pela janela novamente e observei a paisagem que passava.