De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência

Volume 8 - Capítulo 753

De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência

Jun acordou com o barulho de aparelhos bipando. Abriu os olhos e viu o ambiente familiar. Estava conectado a um monitor cardíaco e a um soro, o que o fez franzir a testa. Havia alguém ao seu lado, que reconheceu imediatamente como Casper. Com um barulho de roupas se mexendo, Casper acordou, assumindo rapidamente uma posição de luta. Jun teria rido se fosse qualquer outra situação. No entanto, nem conseguia esboçar um sorriso. "Eu não morri", disse Jun, fazendo Casper voltar à realidade. Ele rapidamente se sentou na cama ao lado de Jun. "Não morreu", Casper confirmou. "Você está bem?" Jun assentiu fracamente. "E a Vovó?", perguntou. A pergunta pegou Casper de surpresa, e Jun percebeu imediatamente que algo estava errado. "Casper", disse Jun em tom sério. "Onde está a Vovó?" Casper franziu os lábios antes de olhar para o colo. A mandíbula de Jun se contraiu enquanto sua paciência se esgotava. "Responde", pediu. Com isso, Casper soltou um suspiro profundo e olhou nos olhos de Jun. Então, ele balançou a cabeça, fazendo Jun sentir como se todo o seu mundo tivesse desmoronado. Casper nem precisava fazer mais nada para que ele entendesse. Jun levantou da cama, removendo os eletrodos do monitor cardíaco e o soro, fazendo um pouco de sangue escorrer para suas roupas. "Espera, Jun. Você precisa disso! Não faça isso", disse Casper, tentando impedi-lo. No entanto, Jun só conseguia ouvir o som de seu próprio coração batendo. Então, ele saiu correndo do quarto com Casper em seus calcanhares. "Jun, espera, por favor. Você ainda não está melhor", implorou. Mas, mais uma vez, Jun o ignorou. Ao sair pela porta, encontrou seus companheiros de equipe, todos com olheiras e olhos inchados de cansaço. Eles se levantaram assim que viram Jun, e com a expressão em seus rostos, Jun sentiu que suas suspeitas haviam sido confirmadas. "Não", sussurrou antes de começar a correr. Seus companheiros ficaram chocados, incapazes de se mover. "Jun, espera!", exclamou Casper, continuando a correr atrás dele. Com isso, os membros saíram de seu estado de choque e também correram atrás de Jun. No entanto, Jun continuou correndo. Ele nem sabia para onde estava correndo. No entanto, no fundo do seu coração, sabia que estava correndo para sua avó. Então, quando chegou ao final do corredor, viu uma figura familiar, muito menor do que da última vez que o vira. Minjun, parecendo uma criança indefesa, virou a cabeça para Jun. "Maninho", chamou com uma voz tão triste que Jun sentiu seu coração se partir ao meio. Jun queria confortá-lo... abraçá-lo, mas ficou parado no lugar enquanto lia as letras acima da porta na frente da qual estava. PURGATÓRIO. Com isso, Jun sacudiu a cabeça, em negação. "Não", murmurou. Naquele momento, o Dr. Oh saiu do quarto com uma expressão cansada, fazendo Jun se virar para ele com esperança. Talvez. Só talvez. Ele estivesse enganado.

"Sinto muito", disse o Dr. Oh com uma voz igualmente quebrada. Ele também considerava a Vovó alguém precioso, então sentia muito por Jun e Minjun. "Eu não consegui salvá-la." "Não", negou Jun em voz alta, chocando a todos. Com isso, ele marchou em direção ao quarto, apenas para se deparar com uma pequena figura coberta por um lençol branco. Naquele momento, ainda não havia lágrimas em seus olhos. No entanto, quando se aproximou da figura e lentamente removeu o lençol branco, as lágrimas fluíram livremente. Ele sentiu a presença do Dr. Oh atrás dele, com a mão em seu ombro.

"Jun, vamos", disse ele, também à beira das lágrimas. Jun não conseguia se mover. Continuou olhando para a velha mulher na mesa, outrora tão cheia de vida. "É injusto", murmurou, as lágrimas ainda escorrendo pelo rosto. Ele havia perdido todos. Sua mãe, seu pai e agora sua avó. Por que o mundo era tão injustamente filho da mãe? Enquanto o mundo seguia sua rotina habitual. Naquele quarto silencioso, tudo parou. O zumbido do relógio na parede era o único som, cada tique-taque um cruel lembrete de que o tempo, para todos os outros, ainda estava se movendo. Mas para ela, o tempo havia parado. A velha mulher, que outrora havia sido seu pilar, agora jazia imóvel. Seu coração sentia como se estivesse sendo arrancado do peito. As memórias voltaram em enxurrada. Ele a viu na cozinha, preparando refeições que sempre tinham o sabor de lar. Lembrou-se de suas histórias, da maneira como seus olhos brilhavam a cada detalhe. Lembrou-se das noites em que ela ficava acordada apenas para assisti-lo na televisão e se gabar para suas amigas depois. "1º de julho seria um bom dia para morrer". "Vou destruir meus amigos no Mahjong assim que melhorar". "Certifique-se de voltar, ok?" Até mesmo suas palavras ecoavam em sua mente, lembrando-o de que apenas uma daquelas coisas havia se concretizado — a que ele mais temia. Então, antes que Jun percebesse, o Dr. Oh cobriu sua avó novamente. O Dr. Oh segurou a mão de Jun e o levou para fora do quarto, onde encontrou seus companheiros de equipe, que também estavam chorando depois de ver seu membro mais forte em um estado tão vulnerável. Jun ficou ali, sentindo-se entorpecido, quando sentiu Minjun se aproximar para um abraço. "Jun", soluçou Minjun, seu corpo tremendo de tristeza. Jun franziu os lábios enquanto as lágrimas continuavam a fluir. Então, tudo voltou à realidade. Sua avó havia se ido.

Essa era a realidade.

Com isso, retribuiu o abraço de Minjun, compadeceu-se da criança que tinha ainda mais lembranças com a Vovó — a que mais estava sofrendo. "Sinto muito. Sinto muito", Jun repetia sem parar. Eram as únicas palavras que conseguia dizer. "Sinto muito". O Dr. Oh olhou para o teto para evitar chorar. Enquanto isso, os membros do EVE se voltaram uns para os outros em busca de apoio, pois também sentiam a perda de uma grande pessoa querida. Naquele momento, apenas soluços silenciosos eram ouvidos no corredor. Com o passar das horas e o amanhecer pintando o céu em tons de rosa e dourado, Jun sussurrou suas despedidas finais. "Adeus, Vovó."

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