Volume 1 - Capítulo 7
De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência
[1. Conseguir 100 fãs
2. Virar tendência em um aplicativo de mídia social
3. Fazer um novo amigo]
Junio olhou para sua lista de missões e tamborilava os dedos no chão. Só faltavam dois dias para a audição, e ele ainda não sabia o que fazer. Queria aprimorar suas habilidades enquanto isso, mas suas três primeiras missões eram mais difíceis do que ele imaginava.
Era impossível conseguir 100 fãs da noite para o dia, e também não ia parar nas tendências do Navel [1] sem nenhum motivo. Então, teve que se contentar com a última opção: Fazer um novo amigo.
No entanto, essa também era uma missão difícil, já que Juninho não era exatamente uma pessoa amigável. Como um “bad boy”, ele tinha feito inimigos. E as pessoas naquele bairro eram completamente malucas.
Ele suspirou e se jogou no sofá, sem saber o que fazer. Além disso, ele ainda não tinha ensaiado para o palco da audição. Raios, ele nem tinha escolhido uma música! Juninho tinha certeza de que os outros candidatos, especialmente aqueles com grandes gravadoras por trás, já estavam polido o palco deles.
Ficou bem claro quando a primeira temporada de "Estrelas em Ascensão" foi ao ar. Os poucos trainees independentes tinham um palco menos extravagante no programa. Portanto, seu tempo de tela também era menor. Enquanto isso, ídolos de grandes empresas tinham figurinos de palco incríveis e músicas bem produzidas, conquistando mais fãs no início do programa.
"Vamos resolver isso", disse Juninho, abrindo o celular para procurar algumas músicas novas.
"Labirinto do Tempo" do CHRONO. Muito alta.
"Abraço Etéreo" do ETHEREAL. Muito baixa.
"Valsa Celestial" do ASTRAL. Muito lenta.
"Reverie Crepuscular" do LUNA. Muito dançante. Juninho não dança bem.
Ele gemeu e se recostou no sofá velho. Por que as músicas de ídolos eram tão complicadas hoje em dia? Todo mundo estava lançando conceitos bizarros por causa da saturação do mercado.
Ele decidiu dormir e tomar uma decisão de última hora, mas seu descanso foi interrompido quando alguém tocou a campainha. Ele gemeu e se levantou do sofá, pronto para xingar quem quer que fosse que interrompeu seu sono.
"Que droga—"
"Cuide do meu neto. Tenho que ir a algum lugar", disse a velhinha do andar de baixo, empurrando o menino para dentro da casa dele. "Volto à tarde."
E assim, ela sumiu da vista de Juninho.
"Ei, vovó!", ele tentou chamar. "Não posso ficar de babá desse moleque de graça!"
A vovó já estava fora de vista. Juninho se perguntou como ela conseguia se mover tão rápido, com aquelas juntas fracas.
Ele não teve escolha a não ser fechar a porta e levar a criança para dentro. Olhou para seus olhos puxados e franziu a testa. Era a mesma criança que tinha jogado café em seu rosto!
Ele ainda não tinha se recuperado, já que a poção de cura idiota do Fu ainda não havia sido reabastecida.
"Você é feio", disse a criança, fazendo Juninho odiá-lo ainda mais.
"Fala por você, moleque. Espere até você ficar mais velho."
O garoto revirou os olhos e se sentou no sofá dele. "Me dá seu celular. Quero assistir alguma coisa."
Juninho levantou as sobrancelhas. Esse moleque tinha muita lata.
"Qual seu nome, garoto?"
"Minjun", respondeu ele. "Agora, me dá seu celular."
Juninho balançou a cabeça. "Nem pensar, Minjun. Senta aí e espera sua avó."
A mandíbula de Minjun se apertou, e ele começou a chorar alto. Juninho imediatamente tampou os ouvidos. No entanto, foi inútil, pois seus pequenos soluços ecoavam na pequena sala.
"Para de chorar, moleque! Que diabos você quer?"
Minjun apontou para o celular. "Posso chorar por horas se você quiser."
Minjun abriu a boca para chorar novamente, mas Juninho já estava de saco cheio. Ele jogou o celular derrotado.
"Moleque insuportável", ele cuspiu.
"Argh", disse Minjun. "O que é isso? Seu celular é tão velho. Até a minha avó tem um modelo melhor."
Juninho revirou os olhos. "Tanto faz. Só fica quieto."
Juninho observou Minjun abrir seu celular e ir para uma plataforma de streaming de vídeo. Ele navegou por vários streamers até parar em uma garota adolescente cantando músicas sobre... dinossauros?
"É isso que as crianças gostam hoje em dia?", perguntou Juninho.
Minjun assentiu. "Todos os meus colegas de classe adoram assistir essa garota. Se você quiser ser legal, precisa saber quem é a Gatinha Miauuuuu!" ele sorriu. Era a primeira vez que ele sorria para Juninho.
E além de ser a cria do próprio Satanás, Minjun era bem bonitinho quando sorria.
A adolescente, toda de amarelo, cantava uma melodia fácil. A letra era perfeita para crianças, e a dança era fácil de seguir. Por isso, devia ser tão popular. Juninho olhou para seus espectadores e viu que impressionantes dois milhões de pessoas estavam assistindo.
"Caramba!", exclamou ele.
Minjun o olhou feio. "Vou contar para a minha avó."
Juninho clicou a língua. "Me dá isso", disse ele, pegando o celular e observando a adolescente.
"Hmm", Juninho murmurou, subitamente tendo uma ótima ideia.
Minjun sorriu enquanto olhava para Juninho entretido. "Ela é boa, né? Posso te contar mais sobre as músicas mais famosas dela. Eu sei todas. Eu sei todas as danças também."
Juninho desviou o foco do celular para Minjun. "Tudo bem, me ensina", disse ele.
Minjun assentiu, pegando o celular de Juninho novamente. "Essa é a minha favorita — ABC Hip-Hop."
Os dois conversaram sobre a popular streamer Gatinha Miauuuuu, e Juninho achou que o garoto não era tão ruim quanto ele pensava. Os momentos passaram como um raio, e antes mesmo que percebessem, a avó de Minjun estava lá para buscá-lo.
"Min! Vamos para casa", disse ela. Minjun relutantemente se levantou e foi até a avó. Ele não queria mostrar a Juninho que estava bastante desapontado por ir embora, então mostrou a língua antes de bater a porta com força.
Juninho zombou e balançou a cabeça.
Esse moleque, sério.
[Parabéns! Você completou a missão: Fazer um novo amigo. Por favor, escolha um aspecto para melhorar.]
[1] - Navel é provavelmente uma referência a uma plataforma de mídia social fictícia na história. Não existe equivalente real.