De Bandido a Idol: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência

Capítulo 1038

De Bandido a Idol: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência

"Então, o que vamos fazer agora?", perguntou Mei, olhando desajeitadamente para a sala.

Já era tarde da noite, e eles tinham acabado de terminar seus ensaios com o grupo. Estavam cansados, mas, claro, a rotina nunca para.

Os dois não sabiam como começar a conversa, e o fato de terem que cantar uma música romântica, de todas as músicas, era simplesmente apavorante para eles.

"Você pode me responder?", disse Mei, frustrada.

June apertou os lábios e passou os dedos pelos cabelos.

"Não sei", suspirou ele. "O que você quer que eu diga?"

Mei estalou a língua. "Já nos deram essa oportunidade. Não podemos fazer nada além de aceitá-la."

"Eu sei!", disse June, irritado. "Mas odeio o Jay por escolher essa música."

"Acho que ele não a escolheu", disse Mei. "Por que não olhamos a letra?"

June assentiu e se aproximou de Mei, que tinha a folha com a letra na mão.

O título da música era: 'O Maior Amor'.

Só o título já era suficiente para arrepiar June. Era uma canção de amor que uma mulher havia escrito para o marido quando ele morreu. Falava do sentimento do amor de alguém transcendendo a vida. Era também sobre amar alguém ainda mais quando você percebia que ele havia se ido.

Em resumo, era uma canção de amor triste que os amantes dedicavam um ao outro em funerais.

Eles leram a primeira parte da letra e balançaram a cabeça em uníssono.

"Ah, eu não consigo fazer isso!", exclamou Mei. "Por que temos que passar por isso?"

"É o que eu tenho dito", suspirou June. "Deveríamos ir falar com o Jay e pedir para a emissora mudar a música?"

Mei assentiu e se levantou do chão. Os dois caminharam em direção à porta, mas pararam quando chegaram perto. Por um momento, os dois ficaram em silêncio. Parecia que muitos pensamentos corriam em suas cabeças.

Sair do quarto e reclamar com o Jay significaria uma coisa: eles não estavam à altura do desafio.

E, claro, o universo sabia o quão competitivos os irmãos eram.

Com isso, Mei se virou com um suspiro.

"O Fu acabou de aparecer", disse ela, voltando para seu lugar e se sentando. "Agora é minha missão – terminar essa apresentação com você."

June gemeu e sentou-se novamente na frente dela. "Ele é uma praga, de verdade."

[O que eu fiz?]

[Eu não te dei nenhuma missão!]

[Diz para o June que eu não te dei missão! Eu não quero que ele ache que sou uma praga.] No entanto, Mei ficou calada. Ela olhou para a folha da letra mais uma vez e suspirou. Era verdade que ela não queria cantar com June. Na verdade, ela não queria cantar a música com ninguém! Era uma música lendária para amantes, e como ídolo, ela sempre achou que não conseguiria fazer isso.

Ainda assim, ao mesmo tempo, ela queria enfrentar o desafio. June havia participado de muitos grandes shows, mas ela só tinha experiência se apresentando com seu grupo. Uma grande oportunidade havia se apresentado diante dela!

Mais do que isso, era garantido que seria um sucesso – especialmente porque ela iria se apresentar com June. Por mais que não quisesse admitir em voz alta, June era basicamente um "cheat code" quando se tratava de apresentações.

No entanto, mesmo assim, ela ainda não sabia como eles cantariam esse dueto sem fazer careta. "Acho que precisamos nos perguntar primeiro", disse Mei depois de um tempo. "Qual é o seu maior amor? Você já experimentou algo assim?"

June colocou a mão sob o queixo. E então, tudo o atingiu de uma vez. Qual foi a coisa mais importante que ele havia feito em sua vida? Até onde ele foi por amor?

Bem, só havia uma resposta para isso.

Ele entrou para uma gangue para alimentar sua família.

Ele não comia para que sua irmã pudesse.

Ele até mesmo deixou que ele mesmo fosse transmigrado para o corpo de um estagiário fracassado e então ouviu um sistema extravagante, (um pouco) malvado, enquanto tentava se tornar o melhor ídolo do país.

Muito mais do que isso, ele lutou contra seus inimigos do passado, enquanto confrontava os presentes. Ele perdeu seus entes queridos pelo caminho e também desenvolveu alguns problemas de confiança.

Ele fez novos amigos – uma família, até. Ele conquistou fãs do mundo todo, mesmo que não os tivesse conhecido pessoalmente. Ele conseguiu estrelar um filme e uma novela canalizando suas lutas internas.

Ele também conseguiu vingar seu eu do passado das pessoas que o prejudicaram. Posteriormente, isso não trouxe apenas benefícios a ele, mas a toda uma indústria... uma que ele ainda estava tentando mudar até este momento.

Muito mais do que isso, ele percebeu por que estava ali em primeiro lugar.

Os sonhos que ele havia enterrado o tempo todo, e os desejos que ele não ousava dizer em voz alta porque achava que não tinha o luxo de fazê-lo – o fizeram pensar que a vida não era tão ruim assim. Haveria um arco-íris depois da chuva – não importa o quão clichê isso soasse.

Mei olhou para ele como se ele tivesse enlouquecido. June estava calado há alguns minutos, mas parecia que ele estava pensando muito. Seu rosto se contorcia em diferentes emoções ao mesmo tempo.

"É por isso que você também é ator", murmurou Mei.

"June", ela chamou seu nome, mas ele ainda estava em estado de choque.

June havia percebido agora.

Tudo isso ele não fez por despeito ou ódio... ou vingança. Ele fez por amor.

Ele fez para salvar sua irmã.

Ele fez para manter a família que tinha.

Ele fez para alcançar a paz interior.

Ele fez tudo isso porque quis.

E esse era o seu maior amor – tudo isso se resumindo a uma pessoa – a razão pela qual ele começou essa aventura maluca em primeiro lugar.

"Meu maior amor...", murmurou ele, finalmente dizendo algo depois de alguns minutos.

Ele levantou a cabeça, apenas para ser recebido pelo olhar curioso e estranho de Mei.

Ele respirou fundo antes de terminar sua frase.

"...é você."