Casamento Predatório

Volume 2 - Capítulo 133

Casamento Predatório

Leah estava partindo.

Blain observava enquanto a carruagem se afastava, sentindo uma mistura devastadora de emoções. Embora soubesse que precisava esperar, ele queria correr e parar a carruagem imediatamente. O pensamento de Leah passando sua noite de núpcias com Byun Gyeongbaek fazia as chamas em seu coração queimarem intensamente. Mas Blain se conteve. Ele não queria apenas o corpo dela.

Ele queria seu coração. Cada vez que ela olhava para aquele rei bárbaro com os olhos cheios de emoção e afeto, era uma tortura insuportável. Ele desejava que Leah o olhasse da mesma forma que olhava para Ishakan. Que ela murmurasse timidamente para ele com bochechas coradas e olhos apaixonados.

Se ele pudesse conquistar seu coração, estaria disposto a abrir mão de sua virgindade. Ele também pensava que, depois que ela dormisse com aquele homem repulsivo, estaria muito mais disposta a se entregar a ele.

Blain tinha ouvido rumores de que Byun Gyeongbaek tinha gostos terríveis na cama. Diziam que ele comprava prostitutas que se pareciam com Leah e as tratava de forma cruel. Se Blain permitisse que ela sofresse por um tempo e depois a resgatasse...

Parecia uma boa ideia.

Em pouco tempo, ele colocaria a coroa e reivindicaria tudo o que lhe era de direito.

Deixando para trás as damas de companhia entristecidas, Blain entrou no Palácio da Princesa, agora sem sua dona. Ele queria caminhar por ele antes que os vestígios de Leah desaparecessem completamente. Andando pelo corredor silencioso, abriu as portas para observar cada espaço. A sala de estar, o escritório, os quartos de hóspedes, o armário onde ficavam suas roupas e acessórios...

Seus passos pararam diante do escritório, e ele entrou como se fosse o dono do lugar. O leve perfume dela ainda pairava no espaço limpo e organizado. Blain sentou-se na cadeira da escrivaninha e mexeu na pena de Leah.

Inconscientemente, abriu uma gaveta, e seu rosto empalideceu. Havia um envelope selado com cera e algo escrito no canto.

[Último Testamento.]

O envelope tremia em suas mãos, e ele percebeu que estava trêmulo. Rasgando o envelope, leu rapidamente a única página e depois todos os documentos que estavam ao lado.

Os papéis explicavam como os bens de Leah seriam divididos entre as damas de companhia do Palácio da Princesa e os nobres que a apoiavam. Dada a atenção aos detalhes com que ela havia listado o que deixava para cada pessoa, ele não pôde evitar soltar uma maldição.

“Droga…!”

Rasgando o testamento e os documentos, Blain saiu do escritório furioso. Assim que deixou o palácio, viu cavaleiros reunidos por perto. Seu atendente estava esperando com a carruagem afastada dos cavaleiros e correu até Blain.

“Algo terrível aconteceu! Os bárbaros atacaram a procissão de casamento da princesa!”

Blain sentiu algo se partir dentro dele.

“...A Princesa,” disse ele entre os dentes. O atendente não compreendeu o rosnado baixo e, ao não receber uma resposta, Blain agarrou-o pela gola e gritou: “A PRINCESA!!!”

“Ela foi sequestrada…!”

Blain soltou o homem e desamarrou um cavalo da carruagem.

“Avise minha mãe.” Montando o cavalo, ele disse friamente: “Eu mesmo vou caçar as feras.”


Assim que confirmaram que seu rei estava com sua noiva nos braços, os Kurkans soaram os chifres de batalha para a retirada. Todos pararam de lutar e galoparam rapidamente, deixando para trás os corpos e as eulálias ensanguentadas. Apenas quando chegaram à borda das planícies o galope incessante cessou.

Outros Kurkans já os aguardavam. Morga estava próximo a uma carruagem de madeira de ébano lisa, sem padrões, e rapidamente se aproximou de Ishakan.

“Ishakan, por aqui!”

Ishakan deslizou de seu cavalo enquanto Leah se debatia em seu ombro.

“Me solte! Me solte!” Leah o socou no rosto com seu pequeno punho, mas foi inútil. Ishakan apenas a observava, e ao perceber que a mão dela começava a ficar vermelha, segurou seus pulsos para impedi-la de se machucar.

Ele colocou Leah na carruagem, que tinha assentos cuidadosamente acolchoados, almofadas e alguns cobertores. Ela rapidamente se afastou para o lado oposto da carruagem, respirando ofegante. Por um momento, ela e Ishakan ficaram congelados, encarando-se. A voz de Morga os interrompeu enquanto ele os seguia.

“Você precisa dar isso a ela agora.”

Ishakan aceitou a pequena garrafa de vidro cheia de um líquido vermelho escuro e estranho.

Leah se recusou a abrir a boca, mas Ishakan segurou seu queixo e a forçou a abrir, derramando o líquido dentro. Ela tentou cuspir, mas a mão grande dele cobriu seu nariz e boca. Ela arranhou a mão dele com as unhas, mas ele não se moveu. Sua outra mão envolveu gentilmente sua garganta, massageando-a. No fim, Leah teve que engolir o líquido na boca, e apenas quando ele teve certeza de que ela havia engolido tudo, ele baixou a mão.

Leah tossiu.

“Por que... Por que eu...”

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