
Capítulo 64.2
Superstar From Age 0
O concerto beneficente não foi muito impressionante em termos de apresentações das equipes amadoras, mas as expressões deles eram felizes o suficiente para fazer os pequenos sorrirem.
A terceira equipe era um grupo de crianças mais novas que Gray. Elas caminharam desajeitadamente no palco com gravatas-borboleta e ternos, mas pareciam felizes ao segurar seus instrumentos. Gray as observou com inveja.
O concerto beneficente continuou até que só restasse a última apresentação, e então houve um intervalo de 20 minutos.
Vamos nos preparar, Gray!
Okay.
Não houve hesitação na resposta de Gray.
Rebecca e George sorriram após um breve olhar de surpresa.
Parecia o suficiente como estava, mas ainda faltava algo.
A sala de espera de Gray Vainy.
Já se passara 20 minutos de intervalo, mas não demorou muito para Gray se vestir com um terno preto.
Devo praticar enquanto espero?, ele se perguntou, quando George instalou um monitor na sua frente.
— O que é isso?
— Só assista. Não vai demorar muito.
Gray assentiu, respondendo que havia entendido. Seus amigos não fariam nada para machucá-lo. Gray olhou para o monitor.
Lá,
as entrevistas de seus preciosos amigos estavam sendo exibidas.
— Então é aqui que eles revelam!
A plateia assistiu à expressão de Gray com a respiração suspensa e entusiasmo. Eles também ficaram surpresos, mas qual seria a surpresa de Gray, a pessoa envolvida!
[Eles são as pessoas que te patrocinaram.]
A respiração lhe faltou, e emoções que ele não conseguia expressar em palavras o invadiram. O peito estava cheio e ele sentia vontade de chorar. Ele deveria tê-los cumprimentado adequadamente. Ele queria agradecer. Graças a eles, ele conseguiu continuar tocando violino.
Os amigos no monitor disseram que os patrocinadores foram inspirados pela apresentação e pelo esforço de Gray. Ele se lembrou das expressões dos patrocinadores que tocaram com ele. Ele também se lembrou da mãe e das pessoas de Downlock que sorriram ao ouvirem sua apresentação.
As lágrimas escorreram sem que ele percebesse.
— Eu,
— Eu devo ter me saído bem.
Ele deve ter correspondido às expectativas deles, e se saído bem.
O peso que se acumulara silenciosamente derreteu como neve, e se transformou em lágrimas.
[Ainda resta o concerto beneficente. Para ser preciso,]
disse George com um sorriso no monitor.
[É um concerto para Gray Vainy.]
— Um concerto para mim?
Gray falou com a voz embargada, e George e Rebecca assentiram com um sorriso.
— Sim. Este concerto beneficente é para você.
— Você sabe quem são os artistas e a plateia?
— Hã?
Os pequenos piscaram os olhos às palavras de Rebecca. Os mais espertos pareceram entender o que ela quis dizer, e logo abriram a boca de espanto.
— Impossível! Impossível!
— Gray, você mesmo disse. Você queria ajudar os outros assim como eles te ajudaram.
— São as pessoas que você patrocinou desde que começou a ganhar dinheiro.
Ao mesmo tempo, o monitor mostrou a plateia enchendo o Bread Hall. Gray olhou para o monitor com os olhos tremendo.
Seguindo seu olhar, a tela mostrou os assentos da plateia. Eles pareciam felizes, independentemente da idade ou sexo.
— Não, o que você está dizendo?
Os pequenos abriram a boca boquiabertos.
Eles pensavam que sabiam todos os segredos deste documentário, mas a surpresa não acabou com as entrevistas.
— E também estão as pessoas que te patrocinaram. Todas vieram te ver.
As pessoas que patrocinaram Gray e as pessoas que Gray patrocinou estavam reunidas no Bread Hall.
Era o poder da emissora de televisão.
— Gray. Assim como você não pediu nada quando ajudou essas pessoas, as pessoas que te patrocinaram também não pediram nada. Elas só querem que você toque violino feliz.
O rosto de Gray, que já estava cheio de lágrimas, ficou ainda mais molhado. Por causa disso, Gray só conseguiu acenar lentamente em vez de falar.
Gray enxugou as lágrimas que escorriam. Mas por mais que ele limpasse, as lágrimas não paravam. Ele não conseguia acreditar que as pessoas que o apoiaram e as pessoas que ele patrocinou estavam todas ali.
E isso.
George entregou a ele um estojo de violino. Ele não parecia diferente de um violino normal, mas Gray Vainy reconheceu o que era num instante e congelou.
Stradivarius.
Era um dos três grandes instrumentos.
— A pessoa que te patrocinou enviou isso. Eles disseram que gostariam que você tocasse com este Stradivarius a partir de agora, se você não se importar.
— O quê?
Foi uma voz como um grito.
Ele estava tão surpreso que não conseguia falar direito.
— Gray! Respira! Respira!
Ele deve ter mesmo ficado sem fôlego.
Ele ofegou!
E respirou fundo. O sangue que havia drenado do rosto de Gray, que já estava pálido, voltou lentamente — ou não. Ele ainda parecia pálido, e encarou o violino secular no estojo com olhos tremendo.
— Eu... toco o Stradivarius?
— Você não precisa tocar se não quiser.
Gray virou a cabeça diante das palavras de George.
— É com você. Se você quiser fazer, faça. Se não quiser, não faça.
Rebecca também disse.
— Tudo depende de você, Gray.
Houve um relaxamento repentino nos olhos de George e Rebecca.
Não havia nenhuma dúvida em seus olhos. Eles confiariam e o apoiariam em qualquer decisão que ele tomasse.
Dez anos atrás, Imiyeon havia tirado o ingresso comemorativo nessa cena. E ela sentiu uma tremenda emoção. Era o mesmo agora. O peito estava tão cheio que ela sentiu como se a respiração parasse.
Esta era a última cena de [Sobre o Arco-Íris]! [1]
Ela pensou que terminaria ali, mas ao contrário de [Sobre o Arco-Íris], as palavras de Gray não terminaram por aí.
— E eu também quero agradecer às pessoas que vieram aqui superando dificuldades. Foi uma apresentação realmente maravilhosa.
— Uau!!
As pessoas que foram patrocinadas por Gray Vainy aplaudiram com gratidão.
— Tenho uma música que quero tocar para vocês e meus amigos.
George e Rebecca, que haviam batido palmas até que suas mãos ardessem com os olhos vermelhos atrás do palco, arregalaram os olhos. Ele sentiu como se soubesse qual seria a expressão de seus amigos sem olhar, e Gray disse com um pequeno sorriso.
— O título é Para o Meu Amigo.
Gray largou o microfone e ficou sob os holofotes.
E ele colocou o queixo no Stradivarius que o patrocinador lhe dera e puxou o arco longo.
O violino, que havia encontrado muitos violinistas e tocado belos sons por centenas de anos, também produziu uma grande melodia nas mãos de Gray.
Ele viu alguém que estava sozinho.
Ele estava solitário, cansado, triste e solitário.
Era Gray Vainy.
Era ele mesmo.
Ele fechou os olhos e pressionou as cordas do violino e puxou o arco, e Gray deixou ir a tristeza e as lágrimas que ele não havia percebido até então através da música.
Como se tivesse caído num pântano, a depressão que havia lentamente corroído Gray era algo tardio de perceber.
No pântano da depressão onde ele nem conseguia se mexer, Gray espremeu sua última força e estendeu a mão.
Seu rosto estava enterrado na lama pesada, a respiração estava bloqueada, os olhos estavam cobertos, e ele apenas estendeu a mão desesperadamente, sem o conforto de ninguém, sem nenhum significado. A emoção daquela época, o som do soluço sufocado de Gray, ressoou no coração dos ouvintes.
— Salvem-me.
— Alguém.
— Me salvem.
Mesmo sabendo que não havia esperança, ele apenas estendeu a mão sem sentido, como uma última luta, com a solidão profundamente enterrada.
— Algo me tocou.
— Era quente.
A solidão que se agarrava à sua mão como lama caiu uma a uma.
Guiado pela mão que me segurou, eu lentamente me levantei, puxado para fora do pântano da escuridão.
—
O dono da mão quente me perguntou.
— Você está bem?, com uma voz gentil.
— —
O fluxo da música mudou.
Cada nota estava repleta de calor e terna beatitude.
O recipiente de emoções no meu coração estava cheio até a borda e transbordou, me enchendo da cabeça aos pés. Meu peito estava explodindo de tanta emoção, sem saber o que fazer.
[Para o Meu Amigo]
A melodia bela e pura relaxou todo meu corpo e eu fechei os olhos.
Na palavra amigo,
os patrocinadores e os patrocinados que estavam sentados na plateia pensaram em Gray Vainy,
George e Rebecca pensaram em Gray,
Gray pensou em George e Rebecca, e nas pessoas sentadas na plateia.
Eles não apertaram as mãos, nem trocaram histórias e se uniram diretamente, mas a melodia para os amigos que estavam conectados pelo laço especial do financiamento coletivo e patrocínio fluiu do Stradivarius e encheu o Brad Hall.
—
Estava tão silencioso que até o som de uma agulha caindo podia ser ouvido.
Ninguém fez nenhum som. Mesmo as crianças que perdiam a concentração facilmente ouviam em silêncio. A melodia do Stradivarius que estava cheia das emoções de Gray era realmente fantástica.
—
Até mesmo a ternura, o afeto e o amor transbordantes tinham um fim.
Como se tivesse tocado com toda a sua força, a respiração de Gray acelerou enquanto ele corria para o fim. Ele estava suando profusamente enquanto expressava as emoções que explodiram sob os holofotes quentes com a melodia apropriada.
Mas a expressão de Gray Vainy parecia muito feliz.
Como o velho músico em Cleveland, como os três mosqueteiros em Chicago, como a família Linda em Kansas City.
E como o jovem Gray Vainy dez anos atrás.
—!
O longo arco tocou a última corda.
— Haa— Haa—
Apenas a respiração áspera, mas satisfeita, de Gray Vainy ecoou no silêncio.
— Palmas!
Houve um som de aplausos de trás do palco.
Era Rebecca, que estava chorando e sorrindo. Seguindo-a, os aplausos de George, que estava fungando, também foram ouvidos, mas
— Palmas palmas palmas palmas!!
— Uau!!
Foi abafado pelos aplausos e comemorações da plateia.
No meio dos aplausos e comemorações altos.
Gray Vainy, que tinha o rosto mais feliz do mundo, curvou-se para seus amados amigos.
— Palmas palmas palmas palmas!!
O teatro também foi preenchido com aplausos. Foi realmente, uma emoção insuportável.
Junto com aqueles pequenos, Imiyeon, que batia palmas até que doessem, logo tirou o ingresso comemorativo da bolsa, como naquele dia dez anos atrás.
[Imiyeon. Obrigado pela sua profunda amizade e amor.]
[Seu amigo, Gray Vainy.]
[1] - Referência a um filme ou obra anterior.