Reformation of the Deadbeat Noble

Capítulo 377

Reformation of the Deadbeat Noble

Depois do ataque em Arvilius, Comandante dos Cavaleiros Negros, Ignet Crecensia.

No coração de Airen Farreira, uma grande chama com o poder de queimar o mundo inteiro havia nascido.

Ela estava repleta de seu ódio pelos diabos.

Estava repleta de sua raiva contra o Rei Demônio.

De sua raiva contra o mundo.

Airen precisou passar a maior parte do tempo no mundo de feitiçaria para controlar o fogo que parecia nunca se apagar. No entanto, havia outro problema ainda maior.

Tristeza.

Arrependimento.

Impotência.

O fogo que se espalhava ferozmente diminuiu, e as emoções sombrias que se estabeleceram em seu lugar não desapareceram, não importa quanto tempo passasse. Pelo contrário, apenas se tornavam cada vez mais escuras. Ele tentou usar a energia da terra para controlar o poço sombrio de emoções dentro de si, mas havia um limite para o que podia fazer. Sem a ajuda de Karin Winker, sequer construir a represa teria sido impossível.

Chak!

Chal!

E agora, finalmente, ela explodiu.

A represa que havia resistido ao sacrifício de Lulu já não podia mais suportar e se rachou. Incapaz de superar as emoções acumuladas por tanto tempo, a represa lentamente se quebrou e então desabou.

Ele não precisava mais esperar.

Não havia mais motivo para hesitar. Ondas selvagens de intensa aura se espalharam a partir de Airen, todas direcionadas ao Diabo que usava a energia de Khun e Ignet.

Kwakwakwakwang!

A fenda era diferente do mundo humano. Em um lugar completamente desprovido de árvores, rochas ou grama selvagem, até mesmo um Mestre Espadachim se sentiria impotente. Dizia-se que nem mesmo um usuário de aura com a capacidade de destruir uma cidade inteira poderia fazer algo ali.

Mas este era um caso excepcional.

Assim como Brett Lloyd empurrou o bufão. Assim como Judith queimou o caos na fenda.

Assim como a espada do céu de Illia Lindsay abriu seu próprio caminho pela fenda…

O ataque de Airen Farreira também sacudiu a fenda.

Pupupupupung!

O solo incolor se quebrou.

Parecia que o vazio seria empurrado para longe, e as fissuras que começaram a se abrir como teias de aranha se alargavam cada vez mais. Até mesmo o caos que espreitava dentro recuou, apavorado.

O mal era tão perigoso e sufocante que poderia ser comparado a um horror hediondo. Airen ignorou tudo o mais e concentrou-se apenas no ser que estava no limite de seu campo de visão. Concentrou sua aura de acordo com suas emoções.

Mas o Rei Demônio não recuou.

Ele nem sequer se chocou.

Envolto em trevas, ergueu-se do trono em que estava sentado, levantou a cabeça e olhou ao redor.

Humano e Diabo.

Dois seres opostos se encararam.

— …

— …!

Um momento de urgência…

Tão curto que não haveria tempo sequer para respirar. Airen sentiu como se o tempo estivesse fluindo mais devagar.

Ele conseguiu ver uma ilusão…

Viu o rosto do Rei Demônio se aproximando, usando seus sentidos.

Ele estava sorrindo.

Estava olhando para baixo, para ele.

No momento do choque, a escuridão saudou as ondas de aura, sem sequer tomar uma ação defensiva.

Houve um rugido, e o espaço rachado se abriu ainda mais com o som ensurdecedor. A fenda dimensional agora se despedaçava como fragmentos, criando uma cena bizarra. Parecia mais um sonho do que a realidade.

No entanto, o mais irreal era que o Rei Demônio estava ileso.

O corpo que caminhava para fora das ondas de aura contrastava completamente com a cena. Ele não parecia ferido. Seu caminhar era digno. De repente, com um som estranho, como se a casca de um ovo estivesse se quebrando, a escuridão que tinha a forma de Khun se aproximou.

Wheik!

Não havia motivo para esperar. Airen assumiu sua postura.

Corte Vertical.

Ele segurou sua velha amiga, que o acompanhava desde que começou no caminho da espada. A espada dourada tingiu-se de vermelho num instante, exalando um calor tão feroz quanto a raiva de Judith. A raiva que pensava ter se reduzido a cinzas e o ódio pela escuridão que tentava destruir o mundo… tudo isso se manifestou em forma de chamas. Isso deu a Airen uma velocidade explosiva.

Kwaaaang!

Nada havia mudado em relação a antes. O Rei Demônio parecia não sentir qualquer tensão. Apesar disso, saltou para o ar. Estava aflito com o terrível calor e as chamas, mas não caiu. Pelo contrário, continuou sorrindo e avançando. Embora não fosse visível no começo, a casca que cobria seu corpo começara a se desprender.

A pele de Khun começou a voar.

Alguns fragmentos foram retirados pela mão do Rei Demônio. Sob eles, havia uma aparência jovem e exuberante. O corpo do Rei Demônio agora abrigava o maior talento da história do mundo humano.

Após observar por um momento a aparência de Ignet Crecensia, Airen disparou outro ataque de espada.

Nesse momento, o Rei Demônio, que até então estivera em silêncio, falou,

— Você sabe…

Chang!

— …que agora é impossível me impedir.

A personificação da escuridão de repente fez uma declaração.

Como se para provar suas palavras, a maneira como o Rei Demônio lidava com a aura de Airen era extremamente fácil. No entanto, Airen não se importou. Pelo contrário, apenas brandiu sua espada ainda mais rápido e ferozmente. Era aura bruta, preenchida por emoções não refinadas.

Mas o Rei Demônio não caiu.

Com uma mão nas costas e a outra erguida, ele continuou a falar.

Tung!

— Eu sabia que enfrentaria você um dia.

A aura de tristeza, que era espessa e profunda como o mar, foi repelida com apenas um gesto.

Pung!

— Quando a escuridão se ergue, a luz também. Por isso, eu não tentei forçar nada. É muito melhor criar uma situação favorável para você do que rejeitar o inevitável. Portanto…

O mesmo ocorreu com a aura de fogo que Airen espalhara como um incêndio. No momento em que enfrentou o punho do Rei Demônio, envolto em trevas, dissipou-se inutilmente. E o fogo espalhado pelo chão parecia até mesmo as chamas do inferno.

O ataque seguinte foi igual.

Kang!

— …eu construí uma plataforma para destruir o que você construiu. Aproveitou bem a jornada pelo continente oriental?

O mal, agora concentrado e condensado, desviou outro ataque e murmurou. Estava envolto em uma confiança de que nada poderia feri-lo.

Não, era mais do que simples confiança.

O jovem que estava diante dele naquele momento usava a coexistência como fonte de força.

A madeira adicionava energia ao fogo. Cinzas permaneciam onde o fogo queimava. A terra acolhia o fogo. Por fim, havia a água que se acumulava na energia do ferro.

Uma árvore cresceria absorvendo a água e, assim, as cinco energias normalmente criavam um ciclo virtuoso.

E isso precisava ser cortado.

Felizmente, havia um caminho.

Para matar o ímpeto do herói que tentava constantemente criar um milagre, o Rei Demônio mergulhou nos fundamentos da crença do jovem.

Na confiança e fé que o jovem depositava em seus amigos e familiares.

No amor e boa vontade que ele tinha para com o mundo.

O Rei Demônio sabia que, no momento em que abalasse isso, o herói não conseguiria mais sustentar sua crença. Ele não seria mais capaz de fazer crescer árvores.

Certo.

O ataque do Rei Demônio a este herói já havia começado há muito tempo.

Depois de confirmar que era absolutamente válido, os lábios do Demônio do Coração se curvaram em um sorriso e ele estendeu o punho.

Pung!

Jjjjjj…

— …Kuak!

Airen, que mal conseguiu bloquear o ataque, gemeu. Ao ver o herói sendo empurrado para longe com um estrondo tão forte, o Rei Demônio sorriu profundamente.

— Você elevou a energia da terra para bloquear. Bom trabalho. Mas…

Wooong…!

— …não importa o quanto tente… com uma única energia, o resultado não mudará. Será como se sua espada nunca tivesse me tocado.

Swish!

Pung!

— …!

Após ser atacado novamente, Airen foi lançado para trás. Diferente de antes, quando de alguma forma conseguia manter o equilíbrio, agora ele tropeçou feio. Apressadamente, levantou a cabeça, mordendo o lábio inferior para recobrar os sentidos um pouco mais rápido. Um monstro na forma de Ignet Crecensia se aproximava dele, frio como a meia-noite.

— O que fará? — disse o Rei Demônio.

— Mesmo que continue lançando essas ondas de aura, não funcionará.

— Nem algo violento como a erupção de um vulcão pode me alcançar.

— Nem com uma energia afiada como o aço pode me cortar…

— Nem a forte energia da terra pode resistir ao meu poder.

— Sua árvore foi derrubada.

— E você é apenas um herói com crenças quebradas.

— Você não pode salvar o mundo.

— Então…

— Apenas morra.

O Rei Demônio murmurou enquanto se aproximava do espadachim loiro. Era uma visão que teria causado medo em qualquer um. Seria porque era um demônio que atacava o coração das pessoas?

À medida que o peso sobre o coração de Airen aumentava, a escuridão também crescia.

Ela assumiu novamente a forma de Khun.

A forma de Ignet já não podia mais ser vista.

O diabo, que agora estava quase tocando seu nariz, havia se transformado em um gigante feito de escuridão…

…como um monstro no quarto de uma criança.

Dududud…

O Rei Demônio ergueu o pé.

Como resultado, sua visão se turvou. Airen tremia ao observar a imensa escuridão se erguer à sua frente, tentando esmagá-lo. Lembrou-se do tempo em que era chamado de nobre preguiçoso. Mas a diferença entre ele daquela época e ele agora era o fato de que possuía os ensinamentos e memórias de sua vida anterior.

— …

Ele fechou os olhos.

Esqueceu-se da realidade.

Deixando para trás aquele momento de emoções intensas, Airen lembrou de um sonho que não tinha há muito tempo. No entanto, era um pouco diferente do habitual. Viu o céu, o muro e o quintal familiares. Até mesmo sua vida anterior, Karin Winker, que era mais familiar com tudo aquilo do que qualquer outro, continuava igual…

E havia mais uma pessoa.

— Não está sendo difícil?

— …

— Vou te dar isto.

Era um rosto muito jovem

…e olhos claros.

Alguém muito distante da malícia e da sujeira que preenchiam o continente. Sua vontade sequer se aproximava da grande crença de um herói em proteger o mundo.

Era apenas uma pessoa… alguém com um coração pequeno e puro.

E só isso.

Airen viu uma pequena menina segurando uma flor nas mãos.

Mas o que isso importava?

Porque não era uma árvore gigante que todos olhariam para cima…

Só porque era uma flor…

Era uma existência menor só por ser pequena?

“Não.”

Assim como a árvore do herói abraçava o mundo, a boa vontade da menina por uma única pessoa também era grandiosa.

Airen, que viu a expressão chocada de Karin Winker ao receber a flor, fechou os olhos e sorriu suavemente.

Não havia mais necessidade de ver.

Não havia mais razão para permanecer ali.

O jovem herói foi recebido por uma imensa escuridão assim que abriu os olhos.

Wooo…

Airen Farreira estendeu sua espada. Não era como antes.

Contudo, também não era totalmente diferente.

A quinta energia que floresceu timidamente criou um círculo de coexistência.

Os cinco elementos, finalmente completos mais uma vez, perfuraram os pés do Rei Demônio com pequenas e delicadas pétalas.