The Martial Unity

Volume 24 - Capítulo 2398

The Martial Unity

Vitória.

Ela ofegava pesadamente enquanto contemplava o corpo dele. Não sabia quem ele era, nem de onde vinha. Só sabia que havia travado a batalha mais significativa e importante de sua vida. E isso era dizer muito.

Embora não fosse a mais velha das artistas marciais, era certamente bastante idosa, apesar de conservar sua beleza juvenil. Havia travado inúmeras batalhas ao longo dos séculos. Desde a infância, crescendo no Submundo, onde adquiriu sua língua afiada, até as muitas e muitas batalhas que lutou como artista marcial.

No entanto, sentiu instintivamente que nenhuma dessas batalhas era tão importante quanto aquela da qual acabara de sair vitoriosa. *Meu medo me impulsionou. Seu medo a retém. Você obterá poder incalculável se algum dia se libertar.*

Ironicamente, apesar de ele ter sido impulsionado pela própria arte marcial dela, foram essas palavras que mais a impactaram entre todas as outras que ele havia proferido durante a batalha. Essas palavras a fizeram reconsiderar toda sua perspectiva sobre sua situação.

Ela, de fato, estava aterrorizada de se tornar a piada daqueles que alcançaram a sabedoria, uma sábia que nem mesmo conseguia matar outra sábia. Ela se importava mais com a percepção que os outros tinham dela do que jamais admitiria.

Contudo, ela também lutava pelo poder. E não havia como negar que seria exponencialmente mais forte como uma Sábia Marcial do que poderia jamais aspirar a ser como uma Mestre.

*Você obterá poder incalculável se algum dia se libertar.*

Ela sentiu um profundo desejo de liberar o poder oculto dentro dela, esperando para ser desatado.

“…Mas e se…?” Um sussurro escapou de seus lábios. E se todo o trabalho de sua vida fosse desperdiçado no Reino dos Sábios?

Não era apenas uma questão de se tornar o riso do Reino dos Sábios — isso já era ruim o suficiente —, mas ela amava a arte marcial que havia cultivado até então. Ela amava quebrar as pessoas. Era o mesmo tipo de alegria que uma criança poderia ter ao derrubar uma torre de blocos.

Sabia que tirar tanto prazer do sofrimento alheio não a tornava uma boa pessoa, mas amava mesmo assim. Amava insultar e “fritar” as pessoas. Amava instigar as emoções delas. Amava especialmente usar isso para vencer uma batalha perdida.

Isso lhe dava uma onda de excitação e euforia que nada mais se comparava. Não era exagero dizer que o anseio por experimentar a emoção e a sensação de êxtase que havia vivenciado nessa batalha era metade da razão pela qual ela havia lutado.

Se sua arte marcial se tornasse irrelevante no Reino dos Sábios, então ela nunca mais conseguiria experimentar a alegria e o êxtase que obtinha ao destruir artistas marciais. Qual o sentido de entrar no Reino dos Sábios se ela perdesse uma de suas poucas alegrias?

Ela poderia aplicá-la a Mestres mesmo como uma Sábia, claro. Mas… isso era simplesmente chato. Ela não estava interessada em intimidar formigas com uma lupa.

Se realmente se esforçasse para alcançar o Reino dos Sábios, seus únicos colegas de brincadeira teriam que ser Sábios e ninguém mais. Aqueles contra quem ela poderia aplicar sua arte marcial seriam fracos demais para que ela se divertisse. Aqueles fortes o suficiente para que ela se divertisse poderiam muito bem ser imunes à sua arte marcial.

Seu coração afundou enquanto seus pensamentos pareciam levá-la de volta à decisão de não seguir o Reino dos Sábios por medo das consequências.

Ela olhou para o cadáver pela última vez, suspirando antes de se virar e voltar. Aquele foi um erro.

*PLAF!*

Seus olhos se arregalaram enquanto uma onda horrível de dor percorria seu corpo, das costas ao torso.

*PING… PING… PING…*

Uma expressão de horror apareceu em seu rosto ao ver uma mão saindo do novo ferimento em seu torso. A mão de um homem morto.

“Você não deveria ter abaixado a guarda.”

A compostura e a calma em sua voz a arrepiaram enquanto ela lentamente se virava para vislumbrá-lo. As cores de seu rosto estavam retornando, enquanto seus olhos recuperaram o brilho.

“Impossível…!” Um sussurro fraco escapou de seus lábios enquanto sentia a própria força se esvaindo. Não apenas sua força diminuía, mas também sentia uma poderosa paralisia dominando todo o seu corpo, recusando-se a permitir que ela se movesse.

“Nada é impossível.” Seu tom era certo. “Você não deveria confiar em seus sentidos tanto quanto confia. Eu copiei uma vez uma técnica de hipnose que me permite fingir a morte no meu corpo, juntamente com uma técnica corporal que reduz meu metabolismo a ponto de parecer morto.”

Ela sentiu fortes ondas de dor por todo o corpo, mesmo enquanto a paralisia se intensificava. Foi então que lhe ocorreu que ele estava fazendo mais do que apenas a perfurar.

“O que… você está fazendo?” Ela mal conseguiu proferir a pergunta em meio à extraordinária dor e paralisia que inundavam seu próprio corpo.

“Estou assimilando seu corpo.”

Calafrios percorreram sua espinha. “O quê…?!”

No entanto, a mão dele cavou mais e mais fundo em seu corpo.

“Meus ferimentos são graves.” Sua voz era tão estoica quanto sempre. “Eu julguei que, mesmo que escapasse daqui, não sobreviveria ao ferimento mesmo com uma poção de cura, porque atingiu muitos sistemas de órgãos vitais.”

Seu tom ficou mais enérgico. “Minha solução é simples. Absorverei seu tecido, o quebrarei e o usarei como base para minha cura e regeneração.”

Ela tremeu enquanto uma onda de choque abalava todo o seu corpo. “Você… o quê?”

“Eu chamo isso de…” Um sussurro escapou dele. “…Metacorpo Assimilação.”

Era uma técnica que nasceu da combinação dos princípios da Tecelagem Sanguínea que ele havia copiado em seu duelo contra Rui vinte anos atrás e várias outras artes marciais que ele havia assimilado para aprimorar a técnica.