The Author's POV

Volume 9 - Capítulo 830

The Author's POV

Emma não conseguia explicar em palavras, mas no momento em que seu olhar caiu sobre o homem que estava atrás dela, sentiu-se incapaz de falar.

Era como se algo estivesse preso em sua garganta, impedindo-a de se expressar, e a sensação de vazio que ela vinha sentindo há algum tempo começou a ressurgir.

Isso a drenou completamente.

"V..você... Quem é você?"

Ela deu vários passos para trás, encarando a figura sorridente que parecia muito familiar, mas, ao mesmo tempo, distante.

Por mais que tentasse, não conseguia se lembrar dele.

Era tudo um borrão.

A mente dela estava completamente em branco.

'O que está acontecendo? Quem é ele? Por que me sinto assim?!'

Sua mente era um total caos, e ela mal conseguia pensar direito.

Quanto mais olhava para a figura, mais sua cabeça se tornava uma confusão, e ela continuava recuando.

Não era por medo, mas por causa da estranha sensação que a consumia.

"Ah... haa..."

Algo escorreu pelo lado de suas bochechas enquanto ela segurava a cabeça com as duas mãos.

"A... quem, apenas...?"

"Emma, calma. Sou eu."

"Não!"

Ele tentou se aproximar, mas foi rapidamente interrompido por Emma, que afastou a mão dele.

Ela o encarou com fúria.

"...Não dê um passo em minha direção; fique onde está!"

Nesse ponto, ela estava praticamente gritando, e a dor em sua cabeça começava a aumentar.

Ela não sabia o que estava acontecendo naquele momento, mas imagens súbitas começaram a piscar em sua mente, e sua cabeça começou a pulsar ainda mais forte.

Sua mão foi em direção à camisa, e ela a segurou com força.

'O que está acontecendo?'

Quanto mais a situação se arrastava, mais ela se sentia vacilante.

"Não."

Com os dentes cerrados, Emma agarrou suas adagas na cintura e, em um movimento rápido, as apontou para o homem à sua frente.

"Você..."

A mana começou a fluir de seu corpo enquanto uma energia irradiava dela. Ao olhar para o nevoeiro que a cercava, teve uma ideia súbita.

"Agora entendi."

Era a única explicação que conseguia pensar naquele momento.

A única coisa que poderia explicar sua súbita crise de pânico e a reação ao homem desconhecido que nunca havia visto antes.

"Você... Você deve ser uma manifestação do que quer que seja esse nevoeiro."

Ela não falou mais nada depois disso.

Com as adagas em mãos, pressionou o pé contra o chão, e sua figura apareceu diante do homem.

Ela era rápida. Não demorou para que chegasse até ele, e ela desferiu um golpe com suas adagas.

Swoosh―!

Era uma pena que sua arma tivesse passado completamente pelo homem que continuava sorrindo para ela.

"Eu sabia!"

Emma gritou, aliviada por suas adagas terem passado através do homem. Sem dúvida, isso provou sua suposição, e ela conseguiu se acalmar.

'É uma ilusão.'

Ela se tranquilizou.

No entanto, por alguma razão, no fundo, sentiu-se um pouco desapontada com esse pensamento.

"Por que você se virou contra mim? Vamos relaxar por um segundo..."

Ele disse enquanto a olhava, seu sorriso parecendo extremamente sincero. Era um olhar que fazia o vazio em seu coração aumentar, e ela cerrou os dentes.

"Cale-se!"

Ela gritou, balançando a outra adaga.

Embora ele fosse apenas uma projeção, o simples fato de ele estar ali a deixou inquieta. Ele precisava desaparecer. Para o seu próprio bem.

Swoosh!

Mais uma vez, o golpe passou pelo corpo dele, mas Emma não se importou.

Swoosh! Swoosh! Swoosh!

Um golpe após o outro, ela continuou atacando. Seus golpes continuavam passando pelo corpo dele, e ele parecia relativamente ileso com o que quer que ela estivesse fazendo, mas Emma não conseguia se controlar.

Ela precisava desabafar naquele momento, e cada um de seus golpes foi se tornando progressivamente mais rápido e mais forte.

Boom—!

De tal forma que a terra sob eles se despedaçou, e o nevoeiro se afastou por um breve momento.

"Huh?"

A razão que fez Emma parar foi o fato de que a figura permaneceu onde estava, apesar do desaparecimento do nevoeiro, e seus pés pararam de repente.

"Haaa... haaa... haaa..."

Seu fôlego estava extremamente ofegante, e o suor escorria pelo lado de seu rosto, mas seu olhar nunca se desviou da figura enquanto ela continuava a observá-lo.

"Você... por que... quem é você?"

Havia muitas coisas que ela queria perguntar naquele momento, mas isso era tudo o que conseguiu articular. Ela não sabia o que fazer naquele momento, e tudo o que podia fazer era olhar para ele.

Observá-lo na esperança de que ele soubesse algo.

Algo que pudesse explicar o vazio que ela vinha sentindo nos últimos anos.

Ela acreditava que havia conseguido controlá-lo, mas naquele exato momento, ele ressurgiu mais forte do que nunca, e ela desejava nada mais do que entender por que isso estava acontecendo.

O que era esse vazio, e por que ele crescia ao vê-lo?

"Meu nome é Kevin."

Era apenas um nome.

Um nome simples.

Mas…

No momento em que ele pronunciou essas palavras, como se algo dentro dela se rompesse, um turbilhão de memórias começou a ressurgir em sua mente, e sua mente ficou completamente em branco por um momento.

Thud—!

Ela logo caiu de joelhos, e uma expressão vazia surgiu em seu rosto.

"O..o que... como... o que?"

Suas palavras eram incompreensíveis, e ela parecia ter uma expressão como se tivesse acabado de ver um fantasma.

Sua mente...

Não estava em seu estado normal, pois ela continuava se repetindo.

"H..K..evin? Como?"

Memórias continuavam a inundar sua mente, e algo dentro dela parecia estar prestes a se romper.

Swoosh—!

Foi exatamente nesse momento que 'Kevin' apareceu atrás dela. Ela não parecia notá-lo, com o olhar permanecendo vazio, aparentemente completamente perdida.

"Quem poderia imaginar."

A voz de Kevin de repente mudou para um tom rouco, e sua figura começou a desaparecer, revelando as feições de um demônio idoso com um longo e branco quepe e um terno.

A bengala, que ele segurava na mão direita e usava para se equilibrar, afundou na terra abaixo.

Seu olhar estava agora voltado para Emma, e seus olhos brilhavam com interesse.

"Quem poderia imaginar..."

Ele murmurou, sua voz suave como um sussurro.

"...Quem poderia imaginar que seu corpo continha vestígios do poder que sua majestade me concedeu."

***

Enquanto entregava o corpo de uma jovem humana com cabelos castanhos que chegavam aos ombros, o Príncipe Solbaken deu uma ordem a um dos demônios que estava ao seu lado.

"Cuide bem dela."

"Entendido."

Um demônio magro se aproximou do Príncipe e pegou a garota de suas mãos antes de levá-la para fora de sua linha de visão.

Observando sua figura, a cabeça do Príncipe se inclinou um pouco.

'Preciso relatar isso à sua majestade mais tarde.'

O fato de ela ter vestígios do poder que Sua Majestade lhe concedeu era motivo de preocupação.

Não era exatamente poderoso, mas havia vestígios disso, e foi quando ele percebeu que as memórias dela haviam sido manipuladas.

Ele não tinha certeza de quem era responsável pelo selo, mas o que mais o preocupava era o poder usado para selar suas memórias.

Pelo que ele podia perceber... a pessoa que havia colocado o selo em seu corpo era extremamente forte. Talvez até mais forte do que ele, mas mesmo sabendo disso, o Príncipe não estava com medo.

"Eu também posso controlar os poderes."

Com as mãos atrás das costas, o Príncipe colocou sua bengala de lado e avançou.

Tap. Tap.

Seus passos calmos ecoaram dentro da caverna, e após caminhar por alguns minutos, ele parou à beira de uma grande abertura.

Com uma luz brilhante à distância, ele se aproximou e conseguiu ver o que havia além da luz.

"Nada mal."

Um sorriso apareceu em seu rosto no momento em que conseguiu ver o que estava acontecendo ao ficar acima de uma grande abertura na caverna.

O que chamou sua atenção foi o grande símbolo no meio da caverna que emitia uma luz vermelha brilhante, e várias pessoas estavam estrategicamente posicionadas dentro do símbolo em diferentes pontos.

Elas estavam sentadas na posição de lótus, e seus corpos tinham uma aparência quase esquelética.

Como se tudo tivesse sido sugado de seus corpos.

"Aqui!"

"Coloquem-nas aqui!"

"Capturamos mais uma."

Através de uma abertura abaixo da caverna, demônios continuavam avançando.

Eles carregavam humanos, orcs, elfos e anões, e os colocavam no grande símbolo no meio da caverna, que brilhava ainda mais a cada segundo que passava.

"Parece que tudo está indo bem."

O Príncipe estava mais do que satisfeito com o que via.

Se havia uma razão pela qual ele não tinha medo da entidade responsável por colocar um selo na jovem humana, era por causa do símbolo no meio.

Enquanto conseguisse absorver o poder que estava se acumulando dentro dele, ele não temia ninguém. Nem mesmo Sua Majestade.

Claro que isso era sob a condição de que ele estivesse dentro do Pilar e tivesse um ressentimento contra Sua Majestade, o que não tinha.

Ele não sentia nada além de respeito e admiração por ele.

"Bom... bom..."

Acenando para si mesmo algumas vezes, o Príncipe desviou o olhar do símbolo e voltou para de onde viera.

Ele já havia visto o suficiente.

'Não deve levar mais do que algumas horas no máximo... até lá...'

Ele não conseguiu conter um sorriso naquele momento.