The Author's POV

Volume 2 - Capítulo 108

The Author's POV

"Pare!"

Ao chegar em frente a um grande portão que obstruía meu caminho, um indivíduo musculoso, vestido com um uniforme preto e um emblema de cadeado no bolso do peito direito, apareceu diante de mim com uma expressão severa.

Ele me lançou um olhar rápido e disse:

"Declare seu propósito."

Um frio na barriga me envolveu ao notar a frieza do guarda. Embora não demonstrasse em meu rosto, sentia uma pressão imensurável emanando dele.

...Ele não era alguém com quem eu pudesse brincar. Pelos meus cálculos, ele era pelo menos de rank (B).

'Não posso acreditar que os guardas que protegem o prédio Leviathan têm um rank tão alto...'

Isso mostrava o quanto a segurança era levada a sério em relação aos alunos do prédio Leviathan. Todo o prédio era protegido por indivíduos de rank (B).

Quão insano era isso?

Sorrindo educadamente, respondi:

"Eu tenho alguém com quem gostaria de falar."

Ele me olhou de forma indiferente, avaliando meu corpo por alguns segundos, e perguntou apaticamente:

"Tem horário marcado?"

Momentaneamente surpreso, não pude evitar perguntar:

"Errr... isso é uma coisa?"

...Espera aí.

Horário marcado?

Por que eu precisaria marcar hora para entrar em um dormitório? Não era como se eu estivesse indo me encontrar com um CEO famoso ou com os diretores da escola.

Percebendo minha expressão confusa, o guarda balançou a cabeça e disse severamente:

"Parece que você não tem. Peço desculpas, mas não posso permitir sua entrada. Se você quiser acessar este prédio, deve agendar um horário antes."

"Espera, mas eu realmente preciso encontrar alguém."

"Peço desculpas."

*Tsk*

Chicoteando a língua, vi que o guarda não cederia e só pude voltar para trás, sem opções.

E agora?

Não havia como eu me infiltrar naquele prédio considerando quão seguro ele era.

Eu teria que desistir e procurar outra oportunidade para abordá-los?

*Suspiro*

...Acho que essa era a única opção viável no momento.

Ao caminhar de volta, não consegui evitar chutar uma pedra no chão.

Ridículo.

Por que, em sã consciência, alguém precisaria marcar hora para entrar em um dormitório? Quando Amanda veio ao meu, não vi ela marcando hora.

Discriminação, eu digo!

Além disso, nunca mencionei em meu romance que era necessário marcar horário para entrar no prédio Leviathan.

...será que isso ocorreu porque no livro Kevin só interagia com certas pessoas e não com as de rank mais baixo? Por isso essas situações nunca aconteceram?

Não tinha certeza.

Balancando a cabeça, não pude deixar de xingar quem fez essa regra.

"Hmm? Você é Ren?"

Enquanto estava voltando, ouvi meu nome ser chamado e, sem pensar muito, me virei para ver quem estava me chamando. Logo congelei no lugar.

Assim que recuperei o fôlego, um grande sorriso surgiu em meu rosto.

"Sincronização perfeita!"

Enlaçando meu braço em torno do ombro de Kevin, para sua confusão, o puxei de volta em direção à entrada do prédio.

"Me ajude, por favor."

"Hã?"

Voltando para onde o guarda havia me parado da última vez, avancei destemidamente. Agora que Kevin estava comigo, não havia necessidade de marcar horário.

"Saia da frente, estou passando com meu melhor amigo!"

"O quê?"

Confuso, Kevin não pôde deixar de me olhar. Ele parecia buscar uma explicação. Mas antes que eu pudesse responder, o guarda bloqueou meu caminho novamente, sua voz alta reverberando em um raio de cinco metros.

"Pare! Já te disse que sem—Kevin?"

Enquanto o guarda falava, no meio da frase, ele logo percebeu Kevin ao meu lado. Parando repentinamente, ele não pôde deixar de olhar para Kevin com confusão.

Sorrindo de forma irônica, Kevin acenou para o guarda.

"Ah, olá Ron."

Sorrindo para Ron, com meu braço ainda em seu ombro, tentei enfatizar o quão próxima era minha relação com Kevin.

"Olá, Sr. Guarda chamado Ron. Como pode ver, eu realmente tenho um horário marcado, e é com meu amigo aqui. Kevin Voss."

"Hmmm."

Olhando seriamente entre mim e Kevin, a expressão do guarda se aprofundou. Voltando-se para Kevin, ele disse:

"É verdade o que ele disse?"

"Ehh..."

Sem palavras, Kevin não sabia o que dizer a princípio.

...Ele estava voltando de sua aula eletiva quando, de repente, perto da entrada de seu dormitório, percebeu Ren.

Ele chamou seu nome, confuso sobre por que ele estava tão perto de seu dormitório... pouco sabia ele que seria arrastado para a entrada do dormitório por Ren.

Ele estava realmente confuso. O que estava acontecendo?

Justo quando estava prestes a confrontar Ren, virando a cabeça para o lado, logo se deparou com a expressão suplicante dele. Embora sorrisse, seus olhos diziam:

'Diga que sim, diga que sim, diga que sim...'

*Suspiro*

Suspirando, Kevin não pôde evitar balançar a cabeça.

'Nem sei por que estou fazendo isso...'

Olhando para Ron, Kevin assentiu e disse:

"Sim... exatamente o que ele disse."

Observando atentamente a mim e a Kevin por alguns segundos, Ron se afastou e disse:

"Hmmm, embora eu não acredite que essa seja a verdadeira história, tenho fé no seu caráter, Kevin, então vou deixar passar desta vez..."

Sorrindo apologeticamente para Ron, Kevin agradeceu:

"Obrigado..."

"Obrigado!"

Dessa forma, com Kevin ao meu lado, finalmente consegui acessar o prédio Leviathan.

-Clank!

"Uau."

Entrando no prédio, retirei minha mão do ombro de Kevin e não pude deixar de ficar maravilhado. A palavra 'luxuoso' era um eufemismo nesse caso.

Parecia que eu havia entrado em um novo mundo.

O prédio Leviathan tinha uma forma semicircular, onde, no meio, havia um enorme parque com bancos, flores, fontes e árvores. Ao lado do jardim, havia bares e outras instalações, e membros da equipe servindo continuamente os alunos que estavam sentados fora, aproveitando o sol.

O prédio todo parecia moderno e elegante, e embora eu ainda não tivesse entrado completamente, agora compreendia por que Kevin escolheu permanecer no topo do ranking.

Era simplesmente bom demais.

"E então?"

Enquanto admirava a paisagem diante de mim, a voz questionadora de Kevin interrompeu meu devaneio. Olhando para ele pelo canto do olho, incline minha cabeça e disse:

"E então... o quê?"

Observando o parque, Kevin perguntou o que o incomodava desde o começo.

"Por que você se declarou meu amigo para conseguir acesso ao prédio?"

Ele não entendia.

Normalmente, se uma pessoa quisesse entrar no prédio Leviathan, precisaria agendar um horário antes.

Isso era feito por um motivo específico. A academia queria evitar situações onde muitos alunos se aglomerassem no prédio Leviathan. Com suas instalações de primeira linha, os alunos certamente usariam esse lugar como ponto de encontro.

A escola havia estabelecido esse local propositalmente como restrito aos alunos comuns. Foi planejado dessa maneira para servir também como um fator motivacional para que os alunos trabalhassem mais. Assim, os alunos se esforçariam para obter uma classificação melhor e, talvez, apenas talvez, pudessem entrar nesse prédio.

Era uma espécie de recompensa pelo trabalho duro deles...

"...Bem, eu precisava falar com algumas pessoas."

Levantando a sobrancelha, Kevin olhou na minha direção e perguntou:

"Quem?"

"Ah, na verdade, talvez eu precise da sua ajuda novamente."

"...huh?"

Vendo a confusão no rosto de Kevin, eu esclareci:

"Você poderia, por acaso, fazer um favor e pedir para a Melissa me encontrar no parque?"

"Melissa? Aquela Melissa?"

"Sim, aquela Melissa... a propósito, o café ali."

Acenando com a cabeça, apontei para o café à distância. Decidi encontrá-la em um café, pois queria evitar ficar sozinho em um mesmo ambiente que ela.

...Aquela garota era perigosa.

"Eh... tudo bem."

Confuso, a boca de Kevin abriu e fechou algumas vezes. No final, após alguns segundos, ele assentiu.

Embora Kevin quisesse saber por que eu queria falar com Melissa, ele não perguntou.

...ele não era próximo o suficiente de Ren para questionar sobre seus assuntos. Além disso, lembrou-se de como Ren havia salvado sua vida uma vez, então ajudar Ren era uma forma de agradecê-lo pelo que ele fez.

*Suspiro*

Suspirando, Kevin pegou seu telefone e rapidamente enviou uma mensagem para Melissa.

Kevin: [Alguém chamado Ren Dover quer te encontrar. Ele disse para te encontrar no café dentro do nosso dormitório]

"...ah, certifique-se de incluir meu nome. Ren Dover. A Melissa com certeza sabe quem eu sou."

Enquanto observava Kevin digitando, me certifiquei de lembrá-lo de mencionar meu nome. Afinal, eu já havia falado com ela antes. Ela certamente me conheceria.

"Ela sabe?"

"Acho que sim... provavelmente?"

Agora que pensei nisso, será que Melissa realmente se lembrava de mim?

Sim, ela deveria.

Considerando o fato de que tive algumas interações com ela no passado, havia chances de que ela soubesse quem eu era.

...Mas pensando bem no caráter dela, havia uma chance de que ela tivesse esquecido completamente de mim.

Hmm, isso seria problemático.

"Ela disse que estará aqui em dez minutos."

"Oh, ótimo!"

Parece que ela se lembrou de mim afinal, eu estava me preocupando à toa.

"Mais alguma coisa que eu possa te ajudar?"

Olhando para o lindo jardim diante de mim por alguns segundos, olhei para Kevin, pensei um momento e disse:

"Hmm, na verdade, eu tenho algo para discutir com você também."

Apontei para ele, e Kevin disse ceticamente:

"Eu?"

"...sim, mas vamos deixar isso para outra hora, pois vai levar um tempo."

Tirando meu telefone, olhando para Kevin, disse:

"Você, por acaso, tem um número de telefone?"

"Eu tenho."

Olhando para meu telefone, Kevin acenou com a cabeça. Claro que ele tinha um telefone. Quem não tinha um telefone nos dias de hoje?

"Certo, troque comigo. Vou te mandar uma mensagem quando chegar a hora. Confie em mim, você não vai se arrepender do que eu vou te oferecer."

Pegando meu telefone, Kevin digitou seu número. Ele não levou a sério o que eu disse. Afinal, ele tinha um sistema. A menos que fosse um manual de cinco estrelas ou um skill de rank (A)+, não havia realmente nada que pudesse chamar sua atenção ultimamente.

"Se você diz..."

Após digitar seu número, verificando a hora, Kevin acenou de despedida:

"Certo, preciso ir. Acho que é um adeus por agora."

Assentindo, acenei de volta.

"Sim, certo, até mais."

Dessa forma, Kevin desapareceu à distância.

"huuuu..."

Observando-o partir, soltei um longo suspiro e me dirigi ao café.

Enquanto caminhava, sentado em uma cadeira do lado de fora do café, não pude deixar de pensar comigo mesmo.

'Ainda bem que consegui o número do Kevin. Assim, poderei encontrar uma forma de convencê-lo a me tirar deste mundo...'

Afinal, já tinha em mente o que poderia convencê-lo a me levar para Immorra...