Capítulo 391

Os minérios de hematita que conseguiu eram os melhores da sua categoria. Depois de retirá-los da chama infernal, os colocou sobre a bigorna para começar a martelá-los. Fez isso usando seu Martelo Horádrico. A arma começou a emitir um brilho dourado escuro, e ele ajustou a força das marteladas para 500 libras.

A cada golpe, tirava o máximo proveito da base que estava batendo. Todas as impurezas eram expulsas, e toda vez que o martelo tocava o minério, uma luz dourada escura se infiltrava nele. Depois de cem golpes, o minério de hematita alcançou um nível de pureza jamais visto.

Ao chegar aos duzentos golpes, ficou claro que o minério havia se transformado em outra coisa. Agora era um pedaço de ferro fino. O ferro fino era raro de encontrar na natureza, um dos tipos mais preciosos de minério de ferro gigante. Só podia surgir após anos de marteladas.

Abel nunca imaginou que conseguiria um pedaço de ferro fino com as próprias mãos. O ferro fino era considerado o pedaço de ferro mais raro que existia, ficando apenas atrás do ferro meteórico, que mais parecia uma substância alienígena do que ferro de verdade.

“Huh,” murmurou Abel para si mesmo, talvez esse seja o motivo pelo qual o mundo das trevas tem equipamentos melhores que o Continente Sagrado.

E isso lhe trouxe outro pensamento. Ainda havia alguns pedaços de minério de hematita não usados na loja de ferreiro da Charsi. Apesar da alta qualidade, eram apenas pedaços comuns, o que o deixava confuso. Se aqueles eram só pedaços normais, como Charsi conseguia forjar equipamentos azuis ou até dourados com eles?

Agora, provavelmente, ele tinha suas respostas. De qualquer forma, decidiu forjar uma grande espada de cavaleiro naquele momento. Quando estava prestes a concluí-la, uma notificação surgiu em seu Martelo Horádrico, perguntando se desejava consumir mana para ativar um efeito bônus. Aquilo o surpreendeu, pois nada semelhante constava na descrição dos atributos do Martelo Horádrico

Espere. Não podia ser. Então, a habilidade de “adicionar um efeito bônus a um equipamento” era só um efeito comum do Martelo Horádrico. Isso é… uau… simplesmente demais.

Abel resolveu tentar. Após tomar a decisão, o Martelo Horádrico começou a sugar uma grande quantidade de mana de sua mão. Em poucos segundos, 500 de sua mana tinham desaparecido. A grande espada do cavaleiro começou a ser envolvida por uma luz azul, que sumiu depois de escanear a espada de cima a baixo.

Quando a espada foi concluída, Abel resolveu examiná-la dentro de seu Cubo Horádrico.

Era um equipamento azul. Ele teve que gastar 500 de mana, mas não precisou fazer nada complicado. Talvez Charsi usasse o mesmo método.

Abel tinha mais dúvidas. Pegou outro minério de hematita, lançou sobre a chama infernal, martelou a base bruta até conseguir um pedaço de ferro fino e forjou uma espada grande de cavaleiro comum. Quando terminou, o Martelo Horádrico não enviou nenhuma notificação.

Para entender o que acontecia, decidiu forjar mais vinte espadas grandes de cavaleiro. Depois, percebeu o padrão. A cada dez armas iguais que ele criava, sempre uma delas se transformava em um equipamento de qualidade azul. Uma chance de uma em dez era muito boa, especialmente porque ele conseguia algo que não poderia forjar sozinho.

Essa foi a segunda espada azul que obteve. Colocou-a dentro de sua pulseira portal, junto com as outras 18 espadas comuns. As que não colocou eram as menos úteis, aquelas com poucos espaços para bônus de atributos ou que simplesmente não ajudavam muito.

Ele tinha duas opções para lidar com as espadas azuis: uma, usar a chance de 1 em 30 dias de abrir um slot nelas com o Martelo Horádrico; ou duas, usar o Cubo Horádrico para alterar os atributos aleatoriamente. Como queria reservar o Martelo para seu cajado mágico, decidiu colocar todas as espadas valiosas no Cubo Horádrico.

Fórmula: 3 gemas puras + 1 arma mágica = 1 arma mágica com slot

Após usar mais de 100 gemas puras, Abel finalmente conseguiu um atributo que gostou.

Essa foi a espada grande de cavaleiro mais poderosa que já havia criado. Tinha dois slots vazios onde poderia inserir gemas perfeitas. Ao colocar duas gemas azuis perfeitas, a espada ganhou 8-21 de dano congelante.

Era uma pena ter que gastar tantas gemas para isso. Usar o Cubo Horádrico era muito instável. Abel ainda tinha muitas gemas, mas não tinha uma fonte constante delas. Ou seja, teria que esperar para continuar os testes.

Nos dias seguintes, seguia para o Continente Sagrado durante o dia e continuava suas buscas no Mundo Sombrio à noite. Antes de entrar no mundo, acampava a cerca de 30 milhas da Cidade de Kitchener.

Durante esse tempo, também usou o Martelo Horádrico para abrir um slot no cajado mágico “bola de fogo” que tinha conseguido de um mago caído. Gastou dois cajados mágicos, mas finalmente obteve um com dois slots para gemas mágicas.

Um dia, Abel montou no Vento Negro e foi até o Grande Carvalho. Para sua surpresa, ele já havia se recuperado do dano que sofreu da última vez, quando ele tentava um avanço. As folhas estavam verdes novamente, e o tronco e os galhos estavam tão grossos quanto antes.

Abel foi até lá para coletar mais núcleos de cristal, e também para pegar carne fresca de coelho uivante azul. Depois de alguns dias, várias centenas de núcleos de cristal estavam armazenados dentro do corpo da árvore. Tinha tantos que não cabiam em sua caixa pessoal de armazenamento. Um inconveniente que poucos poderiam sonhar em ter.

Aprendendo com a experiência passada, Abel decidiu que não precisava levar todos os núcleos de uma só vez. O Grande Carvalho possuía capacidade suficiente para que ele colhesse apenas o que precisasse a cada visita.

Abel resolveu fabricar seis núcleos de cristal dourados escuros. Pretendia usá-los como base para seus padrões rúnicos. Também sintetizou alguns núcleos de cristal azuis para suas sessões de meditação. Além disso, levou 99 coelhos uivantes azuis para armazenar em sua caixa pessoal.

Quando estava prestes a sair, alimentou o Grande Carvalho com mais duas garrafas da “poção da alma”. Não era que fosse mão de vaca com a árvore. A alma do carvalho ainda era recém-formada, e se ele exagerasse na poção, poderia prejudicá-la. Duas garrafas eram a quantidade certa, suficiente para a árvore absorver.

Depois de passar um dia inteiro fazendo padrões rúnicos mágicos, Abel usou dois núcleos de cristal dourados escuros e duas garrafas da “poção da alma”. Quando terminou, decidiu preparar um presente para Bartoli antes de retornar ao Continente Sagrado.

Como uma chefe de nível dourado escuro no mundo das trevas, Bartoli conhecia a linguagem usada para desenhar os padrões rúnicos. Ela já foi guardiã dos padrões rúnicos, mas nunca imaginou que um dia empunharia um cajado de magia rúnica.

Esse foi o presente que Abel preparou para ela: um cajado mágico rúnico “Leaf”. Não era tão bom quanto o cajado “bola de fogo” que ele carregava, mas era bem melhor que um cajado de fogo negro. Por exemplo, o bônus da técnica “parede de fogo” estava em outro nível.

Segundo Bartoli, o dano do feitiço “parede de fogo” dela era de 113 a 137 por segundo. Só isso indicava que o nível do feitiço era por volta do nível dois, o que significava que, se ela empunhasse o cajado que Abel estava prestes a lhe dar, o dano de fogo subiria para 241-264 pontos por segundo, algo mais forte que um feitiço parede de fogo de nível 5.

Como fazia tempo que ele não a via, o nível do feitiço dela poderia ter aumentado. Talvez o parede de fogo  já estivesse no nível 3. Nesse caso, o cajado rúnico “Leaf” daria um bônus ainda maior no dano.