Capítulo 948
My House of Horrors
Sua perna levantada abaixou. Foi uma ação simples, mas foi bastante extenuante para Chen Ge. Ele se sentiu zonzo, como se várias coisas estivessem pressionadas no seu corpo e havia esta força tentando puxá-lo. Chen Ge não sabia o que estava escondido na escuridão e não tinha ideia se havia algum fantasma ao redor. Porém, algumas vezes, não ver era melhor porque não afetaria suas emoções. Levou vários minutos para se mover do décimo sétimo andar até o décimo oitavo. Quando Chen Ge chegou ao décimo oitavo andar, quase tropeçou.
Me sinto com frio e zonzo.
Chen Ge estava muito cansado e era uma exaustão mental, como se tivesse trabalhado em algo cansativo por mais de dez horas.
Já devo estar no último andar.
Os dedos de Chen Ge seguraram a parede. Ele não abriu os olhos. Pelo bem da segurança, agachou e usou as mãos para procurar a parede e o chão, não deixando nenhuma pedra passar. Após passar por tanta coisa, não falharia no final. Quando estava procurando, uma porta se abriu de repente do andar de baixo e ressoou nitidamente na escadaria silenciosa. A porta de ferro foi aberta lentamente e o som de dois passos surgiu na escadaria.
Alguém está vindo? Chen Ge ficou nervoso. O som da porta provavelmente veio do décimo quarto ou décimo quinto andar. Será que são os vizinhos?
Os passos pareciam urgentes enquanto se aproximava. Era como se estivessem forçando Chen Ge a abrir os olhos para terminar a missão.
O som chegou ao décimo sexto andar.
A testa de Chen Ge estava suada. Ele escorou na parede e estava num leve pânico.
Devo abrir os olhos? Teoricamente, cheguei no último andar e não consigo encontrar escadas para subir mais.
Enquanto hesitava, os passos já haviam chegado ao décimo sétimo andar. Chen Ge ficou no canto, encarando a escadaria e seus olhos estavam fechados. Os passos estavam vindo rápido. Apareceram no patamar entre o décimo sétimo e décimo oitavo andar, então já devem ter visto Chen Ge.
Fui descoberto, mas os passos não pararam, então provavelmente não sou seu alvo.
Uma risada familiar apareceu em seus ouvidos e, logo, aqueles passos passaram por Chen Ge e uma das portas do décimo oitavo andar foi aberta.
O vento acariciou o rosto de Chen Ge e o cansaço sentido desapareceu lentamente, coisas como essa que se agarraram a ele sumiram.
Acabou?
Ele queria abrir os olhos, mas o som dos passos e de crianças rindo ainda estava lá. A risada lhe deu uma sensação indescritível. Ele não conseguia sentir nenhuma alegria da risada. Era muito vazia. Ele procurou cegamente o caminho da porta aberta. Chen Ge permaneceu na porta e uma voz infantil veio do outro lado.
“Tio, acabei de ter um sonho. No sonho, existe uma cidade vermelha flutuando num mar negro. Todos na cidade estão caminhando com lâminas para cortar os próprios corpos e enterrar suas memórias.”
“Tio, seres humanos existem devido às suas memórias, mas se os seres humanos as esquecerem, as memórias ficarão com raiva?”
“Tio, você está me ouvindo?”
A voz infantil estava perto de Chen Ge, até sentiu que a criança estava falando com ele. Ele estava prestes a falar quando uma voz masculina desconhecida respondeu.
“Estou.” A voz não carregava emoção alguma. Estava desapegada e era fria como uma máquina: “As memórias não ficarão com raiva. Quando elas aparecem, estão destinadas a serem esquecidas. Esse é o seu fim.”
“Destinadas a serem esquecidas?”
“Sim, assim como você.” Após o homem dizer aquilo, a criança riu de novo.
“Por que você gosta tanto de rir?” Havia uma irritação na voz masculina.
“Porque estou feliz. Meu pai me falou que tudo que vi é um pesadelo e aquelas coisas assustadoras estão nos meus sonhos. Eles desaparecerão quando eu acordar. Eu não deveria estar feliz com isso?” A voz infantil tinha uma inocência nela.
“Não sei, talvez?”
“Se você perceber que foi abandonado naquela cidade vermelha e não tem como voltar, você ainda rirá?”
“Eu…”
“Você nunca rirá novamente. Você xingará o mundo loucamente, como as memórias que foram abandonadas por seu dono, envolvidas pela emoção negativa, afundando cada vez mais naquele oceano negro.” Havia uma empolgação na voz masculina. Por baixo de seu tom indiferente, escondia uma alma distorcida.
“Não, não vou.” A voz inocente escondia uma maturidade além da sua idade. Ele levou muito tempo para considerar antes de responder: “Se eu realmente me perder no meu pesadelo, pintarei uma janela naquele mar negro e abrirei todas as portas na cidade vermelha para que os olhos que se acostumaram à escuridão tenham a chance de ver a luz.”
Quando a criança terminou sua sentença, Chen Ge foi golpeado por um déjà vu, como se tivesse dito isso antes. Suas pálpebras tremeram. Chen Ge deu um passo involuntariamente. Ele queria instintivamente estender a mão para agarrar aquela voz.
“Com a luz vem a escuridão. Se deseja que a escuridão veja a luz, a luz se transformará em escuridão.” O homem parecia ter agarrado a criança.
“Me solte!”
“Você é quem deveria soltar. Não volte novamente!”
“Me solte! Socorro! Socorro!”
“Você será esquecido completamente, então não se preocupe e morra!”
Quando o homem falou aquilo, o corpo de Chen Ge congelou. Uma voz estava chamando do fundo de seu coração: “Socorro!”
Seus olhos abriram e Chen Ge viu que, na beira do terraço, um médico de jaleco branco estava empurrando seu eu jovem da beirada!
Ele correu até a beirada, mas quando estendeu a mão, tudo desapareceu. Sua energia o abandonou e Chen Ge caiu no chão. Suas roupas estavam encharcadas de suor frio.
“Quando fiz a Missão Pesadelo no túnel, também vi meu eu jovem sendo morto. Esta é a segunda vez. O assassino tem a mesma aparência daquela época, então deve ser a mesma pessoa. Ele usava roupas de médico, então deve ser o médico de Xin Hai. Contudo, por que ele me mataria? Qual é o significado da conversa?”
Uma dor de cabeça estava o matando. Após fechar os olhos por tanto tempo, Chen Ge ainda estava se acostumando à luz.
Ele escorou na parede e esfregou os olhos. Quando sua visão voltou ao normal, ele se virou e tentou agarrar a gata. Porém, sua cabeça estava na metade quando seu corpo congelou. Duas mãos secas tocaram o seu rosto e uma camisa vermelho-sangue quase passou pela ponta do nariz de Chen Ge. Um Espectro Vermelho estava segurando seu ombro, pendurado nas suas costas!
“Foi você que deixou a porta meio aberta nos Apartamentos Jiang Yuan, não foi?” Uma voz infantil apareceu atrás de Chen Ge.
“Não consigo lembrar.” Somente então Chen Ge viu a gata quase chorando no seu ombro. A gata não ousou se mover; aqueles que não sabiam pensariam se tratar de um exemplar científico. A gata sempre esteve lá, mas não avisou. Isso só poderia significar que o Espectro Vermelho apareceu quando ele fechou os olhos.
A gata estava deitada no seu ombro esquerdo, então o Espectro Vermelho estava pendurado no direito?