Volume 41 - Capítulo 1325
Lightning Is the Only Way
— Eu fortalecerei Mortis. Você fortalecerá Gravis — disse Orthar ao Opositor.
O Opositor voou até Gravis e o encarou nos olhos.
Os dois trocaram um olhar cúmplice.
Eles não podiam conversar entre si sem revelar algo para Orthar. Afinal, aquele era o Cosmos de Orthar, e nem mesmo o Opositor poderia manter suas mensagens em segredo dele.
Eles nunca haviam compartilhado seu plano abertamente.
No entanto, ambos o conheciam.
Orthar voou até Mortis e pousou a mão em seu ombro.
— Você cumprirá sua promessa? — perguntou Mortis, olhando nos olhos de Orthar.
— Sim, Azure não terá que enfrentar a morte — Orthar respondeu.
Mortis assentiu.
Então, ele olhou para o Opositor.
— Pode cuidar de Azure? — perguntou Mortis.
— Você é meu filho — disse o Opositor.
— Eu a protegerei com todas as minhas forças. Esse é o mínimo que posso fazer.
Mortis assentiu novamente.
Então, ele olhou para Gravis.
Gravis retribuiu o olhar.
— Me desculpe — disse Mortis com a voz trêmula.
Gravis sentiu seu coração despencar em um abismo de desespero. Ele tentou ao máximo permanecer sem emoções, mas não conseguiu.
— Não, me desculpe você — respondeu Gravis, com a voz igualmente trêmula.
— Eu gostei do nosso tempo juntos — disse Mortis.
— Eu também — respondeu Gravis, segurando as lágrimas.
Então, Mortis revelou um sorriso radiante enquanto lágrimas corriam por seu rosto.
— Pode começar — disse Mortis.
— Você não morrerá — disse Orthar.
Mortis fechou os olhos com uma expressão pacífica.
Gravis cerrou os dentes, consumido por uma raiva, impotência e frustração sem fim.
Então, ele lançou um olhar determinado para seu pai.
O Opositor assentiu e colocou a mão direita no ombro de Gravis.
WHOOOOOM!
Gravis sentiu uma quantidade insana de Energia entrar em seu Cosmos através de seu corpo humano.
Ele imediatamente usou uma enorme parte dessa Energia para acelerar o tempo enquanto usava o restante para fortalecer seu Cosmos.
Então, fechou os olhos.
Gravis sabia exatamente que, quando os abrisse novamente, seu destino estaria decidido.
O Cosmos de Gravis começou a se expandir violentamente sob sua constante supervisão. A partir daquele momento, qualquer falha não drenaria mais a Energia de Orthar, mas sim a de seu pai.
Gravis não podia permitir nenhuma falha!
Ele focou-se em seu Cosmos com cada gota de concentração que ainda lhe restava.
Era ainda mais estressante do que quando havia sido atacado pelos Monstros do Pecado.
Muitos anos se passaram, e o Cosmos de Gravis cresceu a um tamanho assombroso.
Gravis dividiu os mundos em diferentes níveis e criou uma vasta rede de mundos interligados, cada um com um propósito específico.
Poder!
Conforme o tempo passava, Gravis sentia seu poder crescer a níveis inimagináveis.
Sua Vontade era incrivelmente poderosa!
Seu poder físico era incrivelmente alto!
Ele tinha tanta Energia!
Ele tinha tanta Morte!
Ele tinha tanta Brutalidade!
E, ainda assim, Gravis temia que não fosse o suficiente.
Ele precisava de mais!
Porque ele sabia exatamente o que o aguardava quando abrisse os olhos novamente!
O plano de Orthar havia pego todos eles, e Gravis precisava fazer tudo ao seu alcance para escapar!
Ele precisava sobreviver, tanto por si mesmo quanto por seu pai.
O que aconteceria?
Como tudo aquilo havia começado?
Qual era o plano de Orthar?
Bem, tudo começou com o incidente no mundo inferior, quando Gravis tornou-se a manifestação do raio.
Naquele momento, se Gravis tivesse sido deixado crescer, o Opositor talvez tivesse uma chance de alcançar a vitória.
Porém, o Opositor havia informado Orthar.
Quando Orthar viu isso, ele imediatamente alterou as Leis.
Seria impossível que um cenário semelhante acontecesse novamente dali em diante.
No entanto, ao mesmo tempo, Orthar teve uma ideia.
A inteligência e a capacidade de planejamento de Orthar eram inigualáveis, e ele imediatamente concebeu um plano aterrorizante e complexo.
Quando Orthar recriou Gravis, ele alterou as Leis de seu Cosmos para acomodar os desejos do Opositor.
O Opositor não viu nada de errado nisso. Afinal, ele podia ver as Leis dentro do Cosmos de Orthar.
No entanto, o cerne do plano de Orthar não estava nas Leis dentro do Cosmos, mas sim em seu próprio Espírito.
Orthar havia alterado seu raio pessoal ao longo dos anos que se seguiram àquele incidente.
Daquele momento em diante, Gravis tornou-se a ferramenta de Orthar para finalmente se livrar do Opositor.
Contudo, Gravis precisava alcançar o poder supremo primeiro.
Quando Gravis era criança, ele era a ferramenta de Orthar para enfurecer o Opositor, e quando ficou mais velho, tornou-se a ferramenta de Orthar para matar o Opositor.
E tudo dependia do novo estado de existência de Gravis.
Qual era o plano de Orthar?
Bem, Orthar havia modificado seu raio pessoal para que ele não fosse mais uma Lei independente.
Em vez disso, Orthar alterou seu raio pessoal para ser ele próprio.
Sim, assim como Gravis, Orthar agora era um só com seu raio pessoal.
Ele havia infundido toda a sua Vontade em seu raio e tornou-se ele.
O Opositor notou a mudança, mas não havia nada que pudesse fazer. Se atacasse Orthar naquele momento, tudo desmoronaria como antes.
No entanto, com ambos os Cosmos sendo redefinidos, Orthar poderia recuperar sua Energia mais rápido do que o Opositor. Além disso, o Opositor perderia todos aqueles que agora amava.
Assim, o Opositor só podia contar com Gravis.
Infelizmente, o Opositor não podia informar Gravis sobre nada disso.
Por quê?
Porque o tempo estava ao lado de Orthar.
Se o Opositor comprometesse o plano de Orthar ao revelá-lo, Orthar simplesmente mataria Gravis.
Ele podia se dar ao luxo de desperdiçar essa chance. Definitivamente não queria, mas podia.
O Opositor não podia.
O Opositor continuaria vivendo por bilhões e bilhões de anos, mas, eventualmente, ele cometeria um erro. Ele não poderia permanecer perfeito para sempre.
Orthar sabia disso.
Entretanto, bilhões e bilhões de anos era um longo tempo, mesmo para Orthar, e enquanto o Opositor estivesse dentro de seu Cosmos, Orthar não poderia liberar muito poder para o exterior.
Enquanto o Opositor existisse, Orthar não podia se dar ao luxo de fazer inimigos poderosos do lado de fora.
Isso enfraquecia gravemente sua existência.
Se alguém realmente poderoso encontrasse Orthar e decidisse matá-lo, Orthar seria forçado a usar sua Energia para se defender, o que daria ao Opositor a vantagem necessária para matá-lo.
Então, embora esperar não fosse um risco tão grande para Orthar quanto era para o Opositor, ainda era um risco.
Por isso, Orthar queria matar o Opositor o quanto antes.
E Gravis era a chave.
Por outro lado, o Opositor queria matar Orthar. No entanto, enquanto o equilíbrio não fosse rompido, ele não poderia fazer nada.
Contudo, para tornar Gravis poderoso o suficiente para fazer a diferença, Orthar também precisaria gastar sua Energia.
Isso quebraria o equilíbrio e daria ao Opositor a chance de que precisava para matar Orthar.
Tudo dependia de Gravis.
No início, Gravis seguiu perfeitamente o plano de Orthar.
Tudo estava correndo conforme o esperado.
Porém, então, surgiu o primeiro contratempo.
Foi a decisão de Gravis ofender seu próprio raio quando escolheu deixar aquele Céu intermediário partir.
O plano de Orthar dependia de Gravis ser um só com o raio.
No entanto, o plano ainda estava em andamento.
Ele poderia contornar isso.
Então, surgiu o segundo contratempo.
Foi quando Gravis criou Mortis.
Gravis havia se distanciado do conceito de raio de Orthar e, ao longo dos anos, ele modificou esse conceito cada vez mais.
Agora, Gravis não estava mais conectado ao conceito de raio de Orthar.
Ele havia criado seu próprio raio.
Isso não era mais o Raio Vazio, mas algo completamente novo.
Isso era um problema para Orthar, pois seu plano não funcionava mais.
Contudo, Orthar rapidamente adaptou seu plano à nova circunstância.
Agora, seu foco estava em Mortis.
Afinal, Mortis era a versão de Gravis que Orthar precisava.
Ainda assim, a sobrevivência de Gravis continuava sendo essencial.
Por quê?
Porque o Opositor já havia percebido o plano de Orthar, e se Gravis morresse, o Opositor não teria mais nenhuma chance de reverter tudo quando o momento decisivo chegasse.
Se Gravis morresse, a primeira coisa que o Opositor faria seria matar Mortis.
A partir daquele momento, tudo estava decidido.
Os dados haviam sido lançados.
O incidente com o Portão da Morte?
Irrelevante.
Não fazia diferença se eles compreendiam a Lei da Morte ou não.
Nos últimos milhões de anos, todos os quatro sabiam o que aconteceria.
Ainda assim, não havia nada que pudessem fazer.
O Opositor, Gravis e Mortis estavam todos do mesmo lado.
Mas Orthar ainda era quem estava no controle.
Recusar-se a se tornar poderoso?
Orthar não se importaria. O tempo estava ao seu favor.
Lutar contra ele cedo demais?
Seu poder seria muito fraco para fazer qualquer diferença.
Recusar-se a seguir os planos de Orthar?
Orthar e o Opositor lutariam, o que resultaria na morte de Gravis e Mortis, reiniciando tudo do começo.
Se perdessem, Orthar venceria.
Se se recusassem a jogar, Orthar venceria.
Se empatassem, Orthar venceria.
Eles só poderiam vencer se jogassem o jogo de Orthar e ganhassem.
Eles tinham que jogar, e tinham que jogar segundo as regras de Orthar.
Infelizmente, jogar segundo as regras de Orthar significava ter uma chance minúscula de vitória e cometer certos sacrifícios.
Que sacrifício era esse?
Bem, segundo o plano original de Orthar, Gravis era um só com o raio, e Orthar também era um só com o raio.
Porém, Orthar havia vivido por muito mais tempo que Gravis, e sua Vontade também era infinitamente mais poderosa.
Então, se Gravis fosse atingido pelo raio de Orthar…
Ele se tornaria Orthar.
Orthar essencialmente assimilaria Gravis à sua existência.
No entanto, como Gravis já não era mais um só com o raio de Orthar, o alvo passou a ser outra pessoa.
Após incontáveis anos, Gravis sentiu.
Era a hora.
Agora, ele era capaz de acompanhar as velocidades de Orthar e do Opositor.
Havia começado.
Gravis abriu os olhos rapidamente e olhou para Mortis.
Ou, mais especificamente, para Orthar.
Mortis havia morrido.
Mortis agora era Orthar.
Mortis sabia que esse seria seu fim há milhões de anos…