Volume 41 - Capítulo 1320
Lightning Is the Only Way
Foi difícil.
Foi tão difícil.
Gravis quase desmoronou depois de se teleportar para longe.
Ele não queria ir!
Mas ele tinha que ir!
Gravis não conseguia se forçar a lançar outro olhar para Stella. Vê-la daquele jeito o destruiria.
Nesse momento, Gravis decidiu que não era hora de se deixar levar pelas emoções. Ele precisava manter a cabeça fria para o futuro.
Talvez houvesse uma chance de reverter tudo.
Talvez houvesse uma chance de que as coisas não acontecessem da maneira que ele sabia que aconteceriam.
A chance era incrivelmente minúscula, mas existia.
Talvez o sonho fosse, na verdade, a realidade.
Talvez ele não precisasse acordar.
Então, no fim, Gravis fez algo que não fazia há muito tempo.
Ele suprimiu suas emoções com a Lei da Apatia.
Não podia permitir distrações.
Ele precisava ser cruel com todos naquele momento.
Ao deixar Stella assim, ele havia feito algo incrivelmente cruel.
E Gravis sabia que logo faria algo ainda mais cruel.
Enquanto voava para o local determinado, Gravis olhava para o mundo com olhos sem emoção. Mesmo se esforçando ao máximo para suprimir seus sentimentos com a Lei da Apatia, ele ainda não conseguia evitar sentir algo.
Ironicamente, conhecer todas as Leis Emocionais tornava mais difícil ir ao extremo de uma única emoção.
Por quê?
Porque Gravis já sabia tudo sobre elas e sabia o quão belas as emoções podiam ser.
Enquanto olhava para o mundo, ele não tinha certeza do que sobreviveria.
Seus amigos sobreviveriam?
A Cidade Opositora sobreviveria?
As Seitas do Pináculo sobreviveriam?
A Companhia do Céu sobreviveria?
Gravis desejava que todos pudessem sobreviver.
Aquele era seu mundo natal, e ele não queria vê-lo destruído.
No entanto, a escolha não era dele.
Se dependesse dele, tudo aconteceria conforme o combinado. Gravis e Mortis impediriam o Opositor de matar Orthar, e Orthar, eventualmente, permitiria que eles partissem com seus entes queridos.
Seria maravilhoso se tudo acontecesse assim.
Mas a escolha não era dele.
Após algumas horas, Gravis deixou o mundo, algo nada difícil para alguém que conhecia a Lei do Cosmos.
Gravis se encontrou no vazio entre os mundos.
O vazio entre os mundos era um espaço vazio dentro do Cosmos de Orthar. Fora do Cosmos de Orthar estava o Caos Primordial, e o vazio entre os mundos era simplesmente o espaço entre os mundos.
Não havia Caos Primordial ali.
Não havia Energia ali.
Havia apenas espaço, tempo e gravidade.
Nada mais.
Gravis logo encontrou Mortis pairando em um local isolado no vazio entre os mundos.
Orthar estava ao lado dele.
Gravis se aproximou e parou ao lado deles.
Ele não disse nada.
Eles não disseram nada.
Não havia nada para conversar.
Todos sabiam o que aconteceria.
Agora, três das quatro pessoas estavam presentes. Apenas o Opositor faltava.
De volta ao mundo mais alto, o Opositor percebeu que todos haviam se reunido.
Então, ele olhou para sua esposa, que estava sentada ao seu lado, tomando chá.
Depois de um tempo, ele se levantou.
— Oh? Você está indo? — ela perguntou com um sorriso.
— Sim — respondeu o Opositor.
— Já está na hora? — perguntou a Economista.
Silêncio.
— Sim — respondeu o Opositor.
— Oh, então boa sorte e divirta-se! — disse a Economista, dando um leve abraço no Opositor.
O Opositor retribuiu e abraçou sua esposa.
Por um tempo, ele não disse nada.
— Eu te amo — disse ele com uma voz profunda.
— Eu sei — ela respondeu com um sorriso. — Eu também te amo.
Silêncio.
— Você está bem com tudo isso? — ele perguntou.
— Sim — ela respondeu com um sorriso radiante. — Foi maravilhoso. Tivemos uma grande família. Quase todos os nossos pequenos já não estão mais aqui, mas ainda assim foi ótimo passar o tempo com eles e, é claro, com você.
Silêncio.
— Você se arrepende de ter se tornado minha esposa? — perguntou o Opositor depois de um tempo.
— Não, bobo — respondeu a Economista com uma risada. — Desde o momento em que decidi ficar com você, eu sabia que esse dia chegaria.
— Sei que fui criada pelo Céu. Sei que estou sujeita à vontade do Céu. Ele não pode me controlar com você presente, mas ainda pode decidir minha vida e minha morte.
A Economista segurou o rosto do Opositor entre as mãos e o fez olhar para ela.
— Eu sabia que assim que vocês dois lutassem novamente, eu seria a primeira a morrer.
— Eu já aceitei isso.
— E, para ser honesta, levou muito mais tempo do que eu imaginava. 50 bilhões de anos. Isso é muito tempo, sabia? — ela disse.
— Vivi o suficiente, e não me arrependo da vida que tive.
O Opositor permaneceu em silêncio por um tempo.
— Se eu tivesse escolha, não seguiria esse caminho — disse o Opositor. — No passado, eu não hesitaria, mas eu mudei.
— Se dependesse de mim, eu não mataria o velho bastardo. Desde que ele permitisse que você fosse comigo, eu ficaria bem em enterrar o machad.
— No entanto, a escolha não é minha — disse o Opositor.
Ao ouvir isso, os olhos de sua esposa começaram a lacrimejar um pouco. No entanto, ela ainda manteve o sorriso no rosto.
— Engraçado. Achei que conseguiria deixá-lo ir sem chorar — disse ela com uma risada amarga. — Mas as coisas nem sempre saem como planejado, não é?
O Opositor a abraçou novamente.
— Eu te amo.
— Eu não quero perder você.
A Economista apenas sorriu enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto.
— Eu sei — disse ela.
Depois de alguns minutos, o Opositor soltou sua esposa.
— Me desculpe.
— Me desculpe por você ter escolhido um marido tão egoísta.
— Sentirei sua falta.
— Adeus.
A Economista sorriu radiante enquanto as lágrimas corriam por suas bochechas.
— Desejo a você uma vida feliz.
SHING!
E o Opositor se teleportou para longe.
Um momento depois, o Opositor apareceu diante de Orthar, Gravis e Mortis com uma expressão séria e fria.
— Podemos começar — ele disse.