Volume 5 - Capítulo 497

Com o orgulho ferido, Qie Anzhie não ia deixar seu irmão mais velho escapar impune. Descobrir o que aconteceu com Qie Ranzhe nos últimos meses não foi difícil.

Se soubesse antes, enquanto seu irmão ainda estava “preso” no jogo, teria pedido ao pai que usasse a desculpa de que Qie Ranzhe estava incapacitado para assumir a GameX e absorvê-la ao império da família Qie. Era uma pena só ter descoberto depois que seu irmão acordou.

A única forma de retaliação era jogar água suja na tecnologia da GameX e afundar o barco aos poucos. Seu plano parecia funcionar, pois chamou a atenção do pai, razão pela qual estava sendo chamado ao escritório do velho.

Ele bateu levemente na porta antes de entrar no escritório do pai. O velho estava sentado em sua mesa assistindo à coletiva de imprensa de Qie Ranzhe na televisão. Qie Anzhie resmungou friamente, desabotoando o paletó antes de se acomodar.

Seu pai não se virou, a mão no queixo, o olhar fixo na tela. Ninguém conseguia dizer o que ele estava pensando, mas Qie Anzhie não estava preocupado.

Só depois que a coletiva terminou o velho desligou a televisão e se virou para o segundo filho. "Isso foi coisa sua?", perguntou o Sr. Qie, indo direto ao ponto. Ele entendia que Qie Anzhie era impulsivo, o que não era uma boa característica para administrar um negócio, mas essa falha não era um grande problema porque ele ainda estava por perto para limpar a sujeira deixada pelo filho – até agora.

Ele sabia que Qie Ranzhe era muito superior a ele e a Qie Anzhie. Essa foi uma das razões pelas quais ele se divorciou da mãe de Qie Ranzhe: para irritá-lo, especialmente depois que o patriarca Qie reescrevera seu testamento nomeando Qie Ranzhe como seu sucessor. Que pai queria que o filho o mandasse?

Então, ele trocou os testamentos quando o velho morreu. Para impedir que Qie Ranzhe descobrisse a verdade, ele nomeou Qie Anzhie como seu sucessor e planejou que o filho mais velho o orientasse, mas, claro, seu plano falhou.

Quando Qie Ranzhe o abandonou, ele tentou sufocar o garoto, mas é um fato conhecido que não se pode sufocar a grandeza. Qie Ranzhe os superou mesmo depois de ter sido expulso sem nenhum apoio. Agora que suas margens de lucro estavam despencando, o Sr. Qie mudou de ideia. Ele planejava forçar Qie Ranzhe a voltar para casa e trabalhar para a família, razão pela qual chamou Qie Anzhie.

Qie Anzhie ergueu levemente a sobrancelha ao responder: "Mn... Tenho alguém por dentro. Eles me darão a documentação confidencial da Flagship amanhã." A sua atitude demonstrava sua satisfação, mas ela logo se dissipou com as palavras seguintes do pai.

"Ótimo... entregue-os a mim amanhã. É material essencial para trazer Qie Ranzhe de volta aos negócios da família", respondeu o Sr. Qie, recostando-se na cadeira e acendendo um charuto.

"Espera... o quê?", disse Qie Anzhie, atônito, sentindo que ia explodir ali mesmo. Essa não era sua intenção quando mandou o Ba Gua roubar os documentos confidenciais da GameX. Ele queria acabar com a empresa do irmão assim que lançassem a Flagship. Um plano tão impecável estava sendo sabotado pelo pai para trazer o irmão mais velho de volta para a empresa. Claro, ele não ia deixar isso acontecer.

"Você me ouviu... se você não fosse tão inútil, eu me daria ao trabalho de trazê-lo de volta? Tsc, que decepção", disse o Sr. Qie, soltando anéis de fumaça.

Qie Anzhie apertou o punho, as veias saltando no pescoço enquanto reprimia sua raiva. Uma mistura de sentimentos ruins subiu em sua garganta, sufocando-o. Como uma barata, seu irmão mais velho era difícil de se livrar, uma ameaça constante que não era fácil de eliminar. Parecia que ele teria que recorrer a métodos ainda mais obscuros para eliminar a ameaça.

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Enquanto outros descansavam após um longo dia de trabalho, um grupo de homens em um bairro deserto cercava um homem machucado que chorava desesperadamente. Essa pessoa era ninguém menos que Ba Gua, o homem que teve a ousadia de vazar informações sobre o paradeiro de Qie Ranzhe nos últimos meses.

Ele não só divulgou informações que não tinha o direito de mencionar, mas também tentou invadir a sala de jogos falsificando o cartão de identidade de Wen Qinxi, subestimando seriamente o nível de segurança da GameX.

A culpa pela sua incompetência o levou a essa situação. Ele foi pego em flagrante ao sair do elevador e trazido para aquele lugar.

A equipe de segurança não era nada amigável, batendo nele até ele entregar seu mandante, mas mesmo assim, Ba Gua não falava. Até que o homem da hora apareceu pessoalmente.

Qie Ranzhe esperava que o delator fizesse sua jogada depois que os rumores se espalhassem. Ele tinha certeza de que o culpado estaria esperando Wen Qinxi voltar para a empresa para que pudessem incriminá-lo pelos documentos vazados, e foi exatamente o que aconteceu.

Se fosse apenas a tentativa de roubar segredos da empresa, ele teria levado o homem para a delegacia, fim da história. Mas esse homem ousou incriminar Wen Qinxi, o que significava que ele não o deixaria escapar.

A surra que Ba Gua estava recebendo não era para uma confissão, porque Qie Ranzhe já sabia quem tinha a coragem de mexer com ele. Aquela surra era por ter mexido com sua amada.

Ele entrou na sala, tirando o paletó e entregando-o a um de seus seguranças. A sala ficou em silêncio, apenas o som dos sapatos sociais de Qie Ranzhe pisando no chão de concreto. Ele casualmente arregaçou as mangas antes de chutar Ba Gua, que estava fingindo estar morto no chão.

"Estou te dando duas opções. Uma... me diga qual a sua rixa com Wen Qinxi e a sentença será mais leve; ou duas... você não me diz e eu farei sua morte parecer um acidente. Sua escolha", sugeriu Qie Ranzhe, seu corpo cercado por uma aura opressora que fez Ba Gua abandonar sua atuação em um instante.

Ele pensou que o homem perguntaria quem o mandou, mas descobriu que Qie Ranzhe não estava interessado nisso. Sua chance de salvação acabou se tornando nada.

Ele havia decidido revelar quem o mandou em troca de sua vida, mas Qie Ranzhe não estava interessado. Em vez disso, queria saber por que ele queria incriminar Wen Qinxi. Como esperado, não se provoca um homem protegido.