Volume 1 - Capítulo 5

Chu Yun limpou o sangue e os ferimentos do rosto e disse com nojo: “Nem mencione essa vaca. Ela não merece ser sua irmã.”

Su Zhen também anunciou publicamente: “Eu, Su Zhen, não tenho essa filha. Lin Yin nunca foi levada por engano. Eu a criei por oito anos e fiz o meu melhor para ser boa com ela!”

“Mas eu realmente a tratava como minha irmã biológica, embora ela tenha me machucado antes...” Su Fei chorou copiosamente, e os convidados confortaram a garota doce e frágil.

“Boa menina, você não tem culpa. Você é uma criança gentil e boa!”

“Feifei, você é muito meiga. É por isso que aquela maldita Lin Yin pôde se aproveitar...”

“Não se culpe. Ela teve sorte de morrer assim...”

Su Lin também se aproximou para abraçar Su Fei. Su Fei se encostou em seu ombro e chorou, os ombros dele tremiam com o choro dela. Ela era muito adorável.

Mas, fora da vista dos outros, os olhos de Su Fei brilharam astutamente.

Ela certamente se manteria firme no que era seu e não deixaria ninguém lhe tirar. E daí que ela fosse a filha verdadeira? Ela não tinha perdido mesmo assim?

Embora Su Fei parecesse estar de luto, ela estava radiante por dentro.

Su Lin abraçava Su Fei, culpando-a em seu coração. Aquela detestável Lin Yin quase havia matado a pessoa que ele mais amava. Felizmente, ele havia agido a tempo para proteger Su Fei...

“E o corpo?” Alguém finalmente fez essa pergunta.

“Joga fora e dá para os cachorros. Seria um desperdício enterrá-la...” Su Zhen disse friamente, sem nem se virar.

“Não quero ver essa coisa imunda de novo!” Chu Yun não queria mais falar sobre isso. Ela só queria levar Su Fei para o hospital rapidamente. “Faça o que quiserem!”

Com isso, ela fez um gesto para que os convidados deixassem o hotel.

No fim das contas, ela ainda foi tratada assim pelos seus pais biológicos. Eles estavam impacientes, como se estivessem lidando com um cachorro.

Foram tantos erros. Reconhecer sua família foi o maior erro que ela cometeu na vida.

Embora tenha nascido nas favelas, a antiga Lin Yin também brilhou, ela era confiante e excepcional.

Depois que foi para a Família Su, ela se tornou humilde e inferior. Ela nem ousava falar alto. Mesmo que suas amigas a traíssem, ela só ousava se esconder em um canto vazio e chorar.

Ela havia imaginado incontáveis finais, mas não esperava que morreria nas mãos da própria família como hoje. Sua vida era uma piada!

Lin Yin sentiu uma dor de cabeça lancinante. Acontece que até mesmo almas podiam sentir dor e ter cicatrizes profundas. Ela olhou para seu corpo e não sentia nenhum receio de partir.

De qualquer forma, ela já estava envenenada e torturada. Quanto mais tempo vivesse, mais sofrimento teria. Do que se apegar?

Os convidados se dispersaram e o silêncio voltou.

No chão frio estava o corpo frio de Lin Yin. Ao lado dela, um homem de terno preto. Ele tinha um rosto bonito e uma figura alta. Seu rosto frio tinha traços delicados, como um modelo. Olhando para a pobre garota, o homem levantou a mão e disse para a pessoa ao lado: “Leve-a para o necrotério e resolva tudo. Compre um jazigo.”

“Espero que você não seja pisoteada assim na sua próxima vida.”

Ela depositou suas esperanças na Família Su, fria e implacável. No fim das contas, eles nem sequer iriam enterrá-la.

Ela pensou que, se não fosse por aquele homem desconhecido, ela certamente teria sido jogada nas ruas.

Lin Yin sentiu que havia passado por um longo coma.

Depois que o homem bonito foi embora, Lin Yin perdeu a consciência. Por alguma razão, ela abriu os olhos novamente. Era a favela de oito anos atrás.

A luz do sol brilhava em seu rosto através do vidro quebrado. Lin Yin não conseguia abrir os olhos. Quando se acostumou à luz e viu o calendário meio rasgado pendurado na parede, percebeu que aquele era o dia em que a Família Su a buscou.

O tempo voltou para o ano em que ela tinha 18 anos, o ano em que retornou para a Família Su.

Ela não estava morta? Lin Yin se beliscou. A dor em sua pele era muito real. No segundo seguinte, algumas batidas leves na velha porta de madeira.

“A senhorita está aí?” A voz era amigável. Lin Yin reconheceu a voz. Era a Tia Li, a governanta de Chu Yun.

Embora a Família Su fosse péssima, a Tia Li era a pessoa realmente boa da Família Su. Ela era gentil e adorável, e tratava Lin Yin muito bem. Nunca teve más intenções. Mesmo que Chu Yun a ordenasse a prejudicar Lin Yin, ela nunca havia feito nada de ruim.

Lin Yin era grata por ela tê-la ajudado em segredo e a feito sofrer menos.

Sentada no carro de luxo a caminho da Família Su, Lin Yin não se sentia tão nervosa e animada como na primeira vez. Um fogo ardia em seu peito. Desta vez, ela queria recuperar tudo o que era seu.

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