Volume 2 - Capítulo 171

Ao avistar a cena diante de si, Cheng Cao, que estava prestes a entrar no corredor, parou bruscamente, recuando lentamente o pé que já ia dar o passo.

O corredor tinha uns vinte metros de comprimento. Paredes, teto e piso, tudo era feito de vidro.

O vidro em si não era o problema. O que chamava a atenção era o que havia atrás: uma série de quadrados formados por faixas de luz azul-clara.

Incontáveis faixas luminosas iluminavam o corredor intensamente.

Ao fim do corredor, um portão de metal estava firmemente fechado.

Ao observar a cena, Cheng Cao se sentiu completamente exposto…

“Não se preocupe.”

Percebendo a hesitação de Cheng Cao, Chen Chen deu um passo para dentro e explicou: “Tem um sistema de reconhecimento de IA instalado. Enquanto estávamos no elevador, descendo para a área subterrânea, a IA já nos identificou.”

“Essas faixas de luz também emitem lasers, como nos filmes?”

Cheng Cao não conseguiu conter a curiosidade enquanto entrava e analisava o ambiente.

“É um gerador de laser de íons AR. Pode emitir plasma com milhares de graus de temperatura.”

Chen Chen passou o dedo pela parede de vidro enquanto continuava a explicar: “As paredes são feitas de um vidro temperado chamado ‘polímero orgânico fluorescente revestido a ouro’. Além de ser mais resistente que aço, ele também tem funcionalidades de expansão de feixe. Pode emitir lasers combinados em qualquer formato, eliminando qualquer presença não autorizada no corredor, sem deixar um único ponto cego.”

“Bem-vinda, Comandante Sigma05. Senhor Comandante, você se encontra na base subterrânea do laboratório ‘Spire’, código A0001.”

Uma voz feminina glacial e mecânica ecoou pelo corredor. Diferente da voz da Pequena X, que tinha traços de emoção, esta era mais próxima de um robô sem alma.

Chen Chen apontou para o teto e informou Cheng Cao: “Essa é a ‘X-111’, a inteligência artificial do ‘Spire’, ela gerencia esta seção.”

Era a X-111, uma cópia da Pequena X.

Devido a questões de permissão, a Pequena X não podia se manifestar em dimensões com níveis de permissão inferiores. Assim como o chip Deus, a Pequena X criara uma cópia artificial de si mesma, ligeiramente inferior, para manter a operação do laboratório subterrâneo.

Enquanto os dois se aproximavam do fim do corredor, o portão de aço se abriu com um estrondo ensurdecedor, revelando outro portão que estava subindo atrás dele.

Quando o segundo portão se abriu, apareceu um terceiro, em espiral. Somente depois que os três portões se abriram é que os dois homens viram uma escada rolante ascendente por trás deles.

Como medida de segurança, a entrada do elevador para o laboratório Spire ficava 50 metros abaixo do solo. O Spire era cercado por dezenas de metros de concreto reforçado em todos os lados.

Isso significava que, mesmo que um invasor conseguisse destruir o corredor de laser que eles acabaram de atravessar, ainda teria que passar por uma camada de cinquenta metros de concreto reforçado para invadir o laboratório Spire.

Após subir na escada rolante e passar por tantas medidas de segurança, Chen Chen e Cheng Cao finalmente chegaram à base subterrânea.

Este era o setor do laboratório Spire.

Uma estrutura semelhante à Pirâmide Maia se erguia à distância. De qualquer ângulo, era uma maravilha de tirar o fôlego. Era cercada por outros edifícios, como dormitórios, centros de treinamento, armazéns, refeitórios e instalações similares.

Havia muitas plantas ornamentais que não necessitavam de luz solar nos espaços vazios ao redor. Chen Chen construiu um grande jardim subterrâneo para prevenir que os pesquisadores do Spire desenvolvessem doenças mentais.

A iluminação abundante também simulava a sensação de estar na superfície.

Na seção da base subterrânea que dava para o oceano, um buraco com cerca de 50 metros de diâmetro foi escavado para servir como um cais artificial.

No futuro, este cais seria aberto como um túnel, conectando-o ao oceano. Assim, poderia abrigar submarinos e servir como entrada secundária do Spire.

Não havia praticamente risco de entrada de água do mar, pois os túneis conectados ao oceano tinham formato de L. A ideia era semelhante à de um copo virado para baixo na água: o espaço central do copo não se encheria de água devido à pressão atmosférica.

Quando a pressão da água do mar igualava à pressão atmosférica do ar, era impossível que a água do mar entrasse no laboratório subterrâneo.

Quanto à passagem longa e estreita que levava ao laboratório subterrâneo, que eles descobriram inicialmente, Chen Chen iria selá-la definitivamente com concreto.

No momento, Chen Chen podia ver cinquenta clones implantados com chips Deus no campo de treinamento do laboratório subterrâneo, suados, realizando seu treinamento de reabilitação.

Com o chip Deus os controlando, sua capacidade física era usada ao máximo, sem o menor exagero ou economia de esforços. Eles ficariam cada vez mais fortes a cada dia, até atingirem os limites do corpo humano.

A única coisa que faltava a esses combatentes era o equipamento e as armas adequados.

Claro, as armas em questão não eram armas comuns.

Embora Chen Chen tivesse contrabandeado vários lotes de armas de traficantes de armas russos, como essas armas se comparariam às tropas da Federação Terrestre?

No futuro, quando esses cavaleiros negros embarcarem em suas missões e encontrarem diversos outros continentes, a excelência dos combatentes clonados não compensaria a falta de armamento. Afinal, a era em que a guerra dependia da força bruta já havia passado.

Portanto, Chen Chen precisava de um grande número de armas não convencionais, como o traje de combate GS, a armadura PK e vários equipamentos que transcendiam a tecnologia moderna. Essa era a única maneira de armar adequadamente uma força de combate de nível mundial.

No entanto, Chen Chen não tinha energia suficiente no pendrive.

Por isso, a próxima fase dos planos de Chen Chen era a engenharia reversa dos itens instanciados do filme.

O traje de combate GS era composto de fibra de carbono e polietileno em nanoescala. Produzir apenas o filamento em nanoescala era um grande desafio, sem falar na tarefa muito mais difícil de fabricar a armadura líquida e a espinha eletrônica.

Ao pensar nisso, a mente de Chen Chen voltou ao laboratório de materiais que realizou a análise de materiais do traje de combate GS e aos três cientistas que lá trabalhavam.

Parecia que era hora de recrutar um grupo de cientistas especializados em ciência de materiais. Antes disso, ele precisava ter o centro de pesquisa de materiais mais avançado do mundo.

Enquanto Chen Chen pensava nisso, os dois chegaram à entrada do laboratório Spire. Ele se voltou para Cheng Cao. “Cao, por que você não descansa na sala de descanso? Eu te chamo quando for embora.”

Cheng Cao assentiu e se retirou.

Mais uma vez, Chen Chen entrou no laboratório e foi para o laboratório de proteção contra radiação mais antigo, no primeiro andar.

Chen Chen sentou-se diante da mesa de experimentos e removeu o pendrive preso à pulseira.

Anteriormente, ele levou quatro meses para carregar o pendrive com uma enorme quantidade de eletricidade usando o Symphony of the Seas. Se essa eletricidade fosse convertida em energia, seria equivalente a uma bomba nuclear de 21,5 milhões de toneladas.

Chen Chen não usou toda essa energia para instanciar os cristais, ele instanciou apenas 33 no total. Usou dois para experimentos com ratos e absorveu os 31 cristais restantes.

Calculando pelo peso de 4,5 kg por peça, Chen Chen teria instanciado um total de 148 kg de itens. Neste momento, o pendrive ainda podia instanciar 52 kg de material.

Então, o que ele deveria instanciar a seguir?

Chen Chen pensou por um momento antes de conectar o pendrive ao computador. Ele selecionou o pendrive e voltou sua atenção para um filme nele.

Exterminador do Futuro: Destino Sombrio.