Volume 5 - Capítulo 455
Jogadores do Submundo
Evelynn escolheu um vestido apropriado e caminhou nervosa até o Salão Principal do Senhor do Calabouço.
Os jogadores perceberam Evelynn se aproximando do Salão Principal e pensaram que havia um novo enredo, então a seguiram de perto.
Evelynn ficou ainda mais nervosa, pois estava fazendo algo errado.
Os jogadores haviam aprendido a não assediar os NPCs, então Evelynn chegou ao Salão Principal sem incidentes.
Sherlock abriu a porta para ela.
“Senhorita Evelynn, o que houve?”, perguntou Sherlock, curioso.
“Senhor Sherlock, eu sou a Polio”, Evelynn corou, nervosa.
Ela pensou que sua mentira descarada seria descoberta pelo Senhor Sherlock!
Evelynn estava nervosa, então seu rabo estava arrepiado.
Sherlock franziu a testa e caminhou em direção a Evelynn enquanto dizia: “Como você fez isso? Parece idêntico.”
“Passei muito tempo estudando o comportamento da Evelynn. Essa é uma perfeita disfarce. Tenho certeza!”, respondeu Polio, imitando a voz de Evelynn.
Evelynn achou que sua voz estava um pouco artificial.
Ela pensou que ia ser descoberta!
“Uau, parece com ela, mesmo quando está nervosa”, disse Cara-de-Ovo com espanto.
“Achei que você fosse uma inútil. Não esperava que fosse tão capaz”, disse o papagaio no ombro de Sherlock.
“Estou surpreso também. Você se saiu bem, Polio. Tenho que te chamar de Evelynn. Nicholas, o Senhor do Calabouço de Winterfell, conhece a Evelynn. Não se faça pegar”, disse Sherlock a Evelynn.
“Senhor Sherlock, não se preocupe. Não vou ser pega”, disse Evelynn em voz alta.
“Vamos. Não podemos deixar Nicholas esperando. Ele tem me mandado cartas para que eu me apresse”, disse Sherlock, conduzindo todos para fora da sala.
Em uma sala de tamanho médio, um jovem estava sentado em uma cadeira, olhando para um computador em estado de choque. A tela do computador mostrava uma publicação no fórum de discussão “Dungeon”:
[Caí de um penhasco e desmaiei. Tentei logar algumas vezes, mas não consegui controlar meu personagem. A tela está preta. O que devo fazer?]
A publicação foi feita por Dragonborn, e os jogadores responderam entusiasticamente.
[Frango-Gordo-Meio-Cara-Redonda: Nessa situação, você tem que deletar seu personagem anterior para criar um novo?]
[Foca-Cabeça-LingChong: Não ouça o jogador anterior. Ele está mentindo! Dragonborn, tudo bem ter a tela preta. Você já passou por isso antes. Fique olhando para a tela por mais dez horas!]
[Grande Centenário: Foca-Cabeça-LingChong está certo.]
[Malandro: Irmão, você teve sorte de ter encontrado uma jovem Wyvern.]
[Vento Prateado: Você não morreu depois de cair do penhasco? Você é incrível!]
[卍Heihei卍: Talvez houvesse muitos corvos, e você tenha caído sobre eles! (Brincadeira)]
Dragonborn leu as respostas entusiasmadas, mas nenhuma delas foi útil. Ele queria contatar o suporte, mas estava indisponível após o horário comercial.
Além do suporte e do fórum de discussão, ele não tinha outras maneiras de se comunicar com os funcionários do jogo.
Essa era uma característica do jogo. Os funcionários do jogo não estavam ganhando dinheiro com os jogadores e também não se importavam muito com eles.
Outras empresas já teriam quebrado, mas esse jogo não era um jogo normal. Era o único jogo assim no mundo, e muitos jogadores estavam esperando para participar.
O jovem decidiu seguir o conselho de seu amigo Foca-Cabeça-LingChong.
Ele caminhou até a cápsula de jogo que estava ao lado de sua cama. A grande cápsula de jogo ocupava o resto do espaço vazio na sala.
O jovem abriu a cápsula de jogo e entrou. Quando foi fechada, um líquido especial inundou toda a cápsula, e a consciência do jovem escorregou para o mundo do jogo.
Ainda estava tão escuro quanto antes.
Como o limite de dor estava definido para zero, Dragonborn não sabia se estava vivo ou morto.
Ele não sabia onde estava, mas sentia sua consciência. Ele não tinha visão, audição ou tato.
Era como flutuar na escuridão sem nenhum corpo físico ou outros objetos.
Era como a cena da tomada de pílula no filme “Matrix”.
Dragonborn se perguntou se deveria ativar seu sentido de dor.
Ele teve essa ideia repentina.
Ele se assustou com seu próprio pensamento. No entanto, ele estava em uma situação estranha. Se ele continuasse em coma, teria a chance de jogar o jogo? Teria que deletar seu personagem e criar um novo? Ele não queria perder sua rara Missão de Encontro Estranho.
Se não tivesse escolha, ele ativava seu sentido de dor!
Foi o que ele pensou.
“Dungeon” tinha um sistema de dor que podia ser ajustado pelos jogadores. Todos os jogadores desativaram o sentido de dor. Ocasionalmente, alguns jogadores queriam se torturar e testar o sistema de dor, mas não duravam muito. Nenhum humano queria sentir dor.
Se ele suportasse a dor, poderia morrer por causa dela. Não era brincadeira.
Os jogadores só queriam jogar. Eles não tinham intenção suicida, e também não eram loucos.
Dragonborn não queria ativar seu sentido de dor. Ele tentou ajustar a configuração de dor quando jogou pela primeira vez.
Ele não acreditava que a dor simulada era a mesma que a dor na realidade, então tentou.
A curiosidade matou o gato.
Dragonborn sentiu dor mesmo depois de sair do jogo.
Dragonborn decidiu aumentar a configuração de dor em um nível.
Quando ele ajustou para 50%, ele não sentiu nada, mas quando continuou ajustando para cima, sentiu algo muito estranho.
Parecia que algo estava coçando sua pele, e não era confortável.
Quando ele continuou ajustando sua configuração de dor, a sensação ficou dolorosa. Seu corpo inteiro doía.
Ele ainda conseguia suportar a dor.
Até que a dor atingiu outra dimensão, parecendo uma explosão. Dragonborn sentiu então seu cérebro tomado pela dor.
A dor intensa o fez perder a consciência. Ele sentiu que havia caído em um vazio sem fim.
Ele queria gritar, mas não conseguia.
A sensação era como ser atropelado por 10.000 carros. Isso não era assustador. O assustador era que ele não estava morto e sentia a dor vividamente.
A dor foi útil. Pelo menos Dragonborn sabia que estava vivo.
Dragonborn definiu sua configuração de dor para zero.
Era apenas um jogo. Ele não tinha intenção de brincar com sua vida. A dor poderia tê-lo matado.
A dor não dissipou, continuando a assombrar sua mente.
Não era uma sensação física, era uma dor mental indescritível.
Era muito desconfortável.
Depois de sofrer com a dor intensa, ele descobriu que sua percepção havia melhorado. Ele sentiu algo pisando nele.
Ele ouviu um chamado fraco.
“Piu… piu…”
A sensação ficou mais próxima. Uma criatura estava a uma certa distância o chamando.
Era a jovem Wyvern recém-nascida.
Dragonborn queria responder à jovem Wyvern, mas não conseguia.
Sua condição continuou por algum tempo. Ele ouvia alguns ruídos ocasionalmente, mas não conseguia responder.
Dragonborn enfrentou a escuridão e vozes ocasionais por três horas. No final, não suportou mais a solidão na escuridão e saiu do jogo.
“Hoo…”
O jovem abriu a cápsula de jogo e sentou-se. Então, inspirou fundo e examinou seu corpo para se certificar de que estava bem. A dor era muito real, a ponto de ele pensar que estava fisicamente ferido.
Ele se levantou e suspirou. Só podia esperar meia hora antes de entrar no jogo novamente.
Um caçador vestindo pele de animal caminhava por uma floresta densa enquanto segurava um arco. Em suas costas, havia um escudo.
Diante dele estavam duas criaturas enormes semelhantes a lobos que estavam viajando pela floresta.
Ele seguiu as duas criaturas.
Ele pensou que havia descoberto sua presa. Depois de seguir as duas criaturas e chegar a uma clareira bagunçada, ele encontrou muitos corvos.
A maioria dos corvos estava assada, embora uma pequena parte tivesse caído até a morte.
Era difícil imaginar pelo que os corvos tinham passado.
As duas criaturas enormes parecidas com lobos não estavam lá pelos corvos. Elas foram para trás da clareira e uivaram para uma árvore alta.
O caçador levantou a cabeça e olhou para a árvore.
Suas pupilas se contraíram.
Um humano estava pendurado em um galho de árvore, mas isso não era importante.
O importante era que, além do humano, uma estranha criatura nua gritou para o humano: “Neema!”
Aquilo era… uma Wyvern!