Capítulo 7

(Ponto de vista de Aiden)

O Duque Leopold Belmont questionou o filho mais novo sobre sua repentina mudança de arte de combate. Aiden respondeu que a antiga arte não lhe servia, que o estava limitando. Quando o pai sugeriu que usasse a arte de combate familiar, a arte Barik, ele também recusou.

Isso deixou Leopold bastante confuso. Afinal, por que um filho da família rejeitaria duas artes de combate criadas especificamente para seus descendentes? Mas, vendo a firmeza nos olhos de Aiden, acabou o deixando seguir seu caminho e lhe deu fundos suficientes para comprar o que precisasse.

A Duquesa Anna Belmont, por outro lado, observou tudo com curiosidade nos olhos, enquanto Aiden continuava a comer como se aquilo fosse algo esperado. Isso alimentou ainda mais a curiosidade de Anna, que se lembrava de tê-los visto vindo do jardim em horários diferentes no dia anterior.

"Será que eles finalmente decidiram deixar as diferenças de lado e se comportar como irmãos de novo?", pensou consigo mesma.

Sua ideia não era sem fundamento. No romance, Flynn e Aiden nunca se deram muito bem depois de despertarem seus poderes aos 10 anos, principalmente por causa do complexo de inferioridade de Flynn em relação ao talento avassalador do irmão. Apesar de Anna e Aiden terem tentado inúmeras vezes aproximá-los, Flynn ainda hesitava em ficar perto do irmão mais velho.

Naquele momento, ambos acreditavam que ele precisava de espaço e que seu relacionamento um tanto complicado se consertaria com o tempo. Essa acabou sendo a abordagem errada, pois Flynn se tornou ainda mais distante com o passar dos anos.

Foi por isso que ela pareceu genuinamente feliz com a nova interação entre eles. Juntando isso à nova confiança que Flynn demonstrava, ela se sentiu a mulher mais feliz do planeta.

Como resultado, pela primeira vez em muito tempo, ela cantarolava algumas de suas músicas favoritas durante toda a manhã. Leopold ficou agradavelmente surpreso ao ouvir o lindo cantarolar da esposa, algo que não ouvia havia bastante tempo.

Saindo dos portões da mansão, Flynn e eu seguimos do tranquilo casarão para a cidade. Eu estava dirigindo, é claro. Embora o mordomo Frank tenha se oferecido para nos levar, eu educadamente recusei, dizendo que já sabia dirigir, algo que o surpreendeu estranhamente.

Quando ele perguntou onde e como eu tinha aprendido a dirigir, percebi que, embora Liam soubesse dirigir por causa de seus empregos de meio período, Aiden ainda não sabia.

Acabei inventando uma desculpa de que tinha aprendido a dirigir pelas costas deles quando não estavam em casa. Depois de garantir que eu realmente sabia dirigir, respondendo a algumas perguntas e até mesmo mostrando um pouco de demonstração, finalmente me deixaram dirigir.

Ao nos aventurarmos pela cidade, Flynn e eu percebemos novamente que estávamos em um mundo muito diferente do que estávamos acostumados, embora nossas memórias tornassem isso menos pronunciado porque já tínhamos visto tudo aquilo antes.

As movimentadas ruas de Nova Eden eram ladeadas por arranha-céus brilhantes que se erguiam sobre parques extensos e monumentos místicos, enquanto pessoas caminhavam em multidões, seguindo seus diversos planos para o dia.

Enquanto dirigíamos, podíamos ver carros voadores passando zunindo, impulsionados pela mana no ar. A cidade também ostentava uma infinidade de vendedores e lojas que vendiam vários tipos de poções, equipamentos mágicos e pergaminhos contendo artes úteis para quem estivesse disposto e tivesse dinheiro para comprá-los.

Ao longe, havia um enorme domo transparente cobrindo o que parecia ser uma ilha flutuante bastante grande. O domo pulsava com energia mágica, impedindo o acesso não autorizado a qualquer pessoa que não devesse estar lá.

Aquela era a Academia Arcana, a melhor instituição de ensino da nação de Arcadia, construída para treinar futuros ranqueadores e também o lugar onde o segundo arco do romance se passa.

Parei perto de um dos estacionamentos e Flynn foi a uma pequena loja comprar alguns pergaminhos com algumas artes de habilidades que ele precisava e um anel de avaliação para mim. Como já tinha dito a Flynn o que eu precisava, ele entrou e comprou enquanto eu admirava a paisagem da cidade.

Enquanto fazia isso, vi o que parecia ser um carro voador caro estacionando e parando no restaurante luxuoso em frente a nós. Um adolescente bonito desceu do lado do motorista, enquanto uma jovem muito bonita descia do outro lado.

O adolescente tinha cabelo loiro, olhos azuis e traços esculpidos que combinariam com um príncipe de um conto de fadas. Já a jovem tinha pele branca como leite, olhos castanho-claros e cabelos castanho-escuros que ficavam logo acima dos ombros. Ambos certamente faziam as cabeças virarem ao descerem do veículo.

Minha expressão escureceu ao reconhecê-los.

"Lucas Ellfire e Amelia White."

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(Ponto de vista de Flynn)

Depois de comprar tudo o que eu precisava e o que Aiden pediu, saí da loja e voltei para o carro, olhando para as coisas que comprei: uma arte de habilidade acrobática, uma arte de habilidade de parkour e dois anéis de avaliação. Acabei comprando mais um anel de avaliação para mim depois de comprar o de Aiden.

"Isso deve bastar", murmurei enquanto voltava para o carro. Ao chegar ao carro, falei com Aiden.

"Aiden, vamos sair daqui-", olhei para Aiden e percebi que ele não estava me prestando atenção. Então segui seu olhar e percebi o que o tinha causado.

"Amelia e Lucas, hein..."

Eu sempre me perguntei por que o noivado de Flynn com a família White foi desfeito, já que nunca foi realmente explicado no romance. Na verdade, achei que era devido ao declínio da Família Belmont, mas acho que estava errado.

E então há Lucas, o cara que abertamente atacou e humilhou Flynn a cada oportunidade e em todos os eventos sociais nos últimos anos, fazendo dele o alvo de todas as piadas, alguém que era constantemente importunado e um pária em quase todos os eventos que Flynn frequentava. Para dizer o mínimo, ele estava entre as principais causas do estado mental debilitado de Flynn.

"Que Flynn tinha uma queda pela Amelia..."

Bem, não vou culpá-lo... tecnicamente, a mim mesmo. Todos têm suas preferências. Também duvido que ele soubesse sobre esse relacionamento entre os dois. Seja como for.

As pessoas podem namorar quem quiserem. Eu só queria que eles tivessem dado um motivo claro para o fim do noivado.

"Oh, não é Flynn?", Lucas chamou ironicamente do outro lado da rua.

Olhei para ele enquanto ele chamava do outro lado da rua, enquanto Amelia, que estava atrás dele, tinha uma profunda expressão de desagrado no rosto e me lançou um olhar muito irritado enquanto ele fazia isso.

"Aiden, vamos embora."

Sem nem mesmo dar a ele a chance de continuar com qualquer besteira que ele estava tentando fazer, entrei no carro enquanto Aiden ligava o motor e saíamos. Olhei pelo espelho retrovisor enquanto Aiden dirigia e dei uma leve risada ao ver o que aconteceu. Aiden também tinha um grande sorriso no rosto. Eu podia ver que ele tinha gostado muito do que acabou de fazer.

Lucas parecia estupefato com o que nós, não, o que eu especialmente fiz a ele, pois ele tinha as sobrancelhas franzidas com uma leve expressão de desagrado. O mesmo com Amelia. Normalmente, eu teria me encolhido e minha expressão teria mudado para uma de medo e desespero, mas meu olhar firme dessa vez deve ter sido uma ocorrência muito estranha para ele.

"Você gostou disso, não é?", perguntei a Aiden enquanto ele continuava dirigindo.

"Eu? O quê? De jeito nenhum!", respondeu sarcasticamente.

Apenas sorri e olhei para frente enquanto ele continuava dirigindo. Enquanto nossa jornada continuava, começamos a nos aproximar da periferia da cidade, a paisagem mudando para um visual mais comum. Ao contrário da cidade, onde o ar parecia menos limpo, o ar aqui era muito mais limpo e fresco, com menos pessoas presentes nas ruas.

Prédios altos eram inexistentes aqui, e o que os substituía eram prédios de altura pequena a média, especialmente casas, livrarias, pequenas lojas e cafés que vendiam café e poções. Sim, cafés que vendiam café e poções eram uma coisa aqui.

Também havia mais vegetação aqui, pois um parque relativamente grande podia ser visto em um lado da rua próximo às retornos que dividiam a estrada em 3 caminhos. Era evidente o quão pacífico era aqui.

Depois de olhar ao redor, meus olhos pousaram em uma placa específica colocada em cima da porta de uma loja ao longe, para a qual sinalizei para Aiden parar quando chegássemos perto. Muita gente olhou um pouco para o carro que estava prestes a parar, mas não demos atenção a isso. Depois de parar o carro, desci e olhei para a placa com o nome: Farmácia Eu & Eu.

Aiden também desceu do carro enquanto olhava para a placa também. Sabíamos muito bem quem residia ali e sabíamos o quanto eles tiveram impacto nas fases posteriores da história.

O "Eu & Eu" representava Ivar e Ivelia, dois irmãos jovens, da nossa idade, que criariam uma poção curativa com 99% de eficácia e outra que poderia aumentar os níveis do núcleo de mana nas fases posteriores da história, mas agora, poderíamos conhecê-los muito antes do início da história.

Foi por isso que, embora eu pudesse comprar a arte de combate que precisava na própria cidade, Aiden e eu optamos por vir aqui para verificar a precisão do conteúdo do romance. Agora só precisamos ver se realmente podemos conhecê-los e fechar um acordo com os dois antes do início da história.