Volume 1 - Capítulo 74

Um dia depois, Arthur chegou à fronteira do Deserto Cinzento.

"Supremo..."

"Apenas me chame de Pai-de-Todos, seria mais prático. Eu o observo, o protejo e às vezes até o alimento como qualquer pai de família", interrompeu Alexandre.

Arthur ficou em silêncio por um tempo, pensando no que acabara de ouvir. De fato, o Supremo era mais como um pai para todas as pessoas, que sempre velava por elas, e honestamente, ele também preferia chamá-lo de Pai-de-Todos a Supremo ou Rei-Deus.

"Sim, Pai-de-Todos."

"Bom, agora vamos conversar com o líder desses Homens de Gelo. Devemos ouvir o lado deles da história, mas antes disso, precisamos criar uma boa linha defensiva", sugeriu Alexandre.

Ele começou a gesticular como em uma orquestra, e pedras escuras começaram a emergir do chão, lentamente se montando em fortalezas gigantescas. Parecia poderoso e assustador com sua cor negra.

"Criei 5 fortalezas como essas entre o Mar Sangrento e as Montanhas da Lamentação. Cada fortaleza pode abrigar 10.000 homens. Elas estão na única entrada para o Império do Amanhecer e o Deserto Cinzento, então isso deve ser suficiente. Agora vamos conhecê-los."

De repente, Alexandre voou para o céu, e Arthur também foi puxado. Suas expressões mudaram de surpresa para pânico e, finalmente, excitação.

Todo homem sonha em voar como os pássaros, mas ninguém conseguia. Exceto aqueles homens alados. Eles voavam tão rápido que o mundo ao redor passava em um borrão.

Levou apenas 5 segundos para alcançar o exército marchante dos Homens de Gelo, também conhecidos como Outros ou Caminhantes Brancos.

Alexandre desceu ao chão como um trovão, surpreendendo a todos. O exército dos Homens de Gelo era surpreendentemente mais cheio de animais do que seus supostos mestres.

Os Homens de Gelo humanoides desceram apressadamente das costas de suas montarias e ajoelharam-se. Eles pareciam muito diferentes do que apareciam na série de TV. Eles tinham pele branca lisa e cabelos brancos. Ninguém poderia dizer que não eram humanos, se não fosse pela aura de frio extremo que seus corpos emitiam.

"Rei-Deus, obrigado por nos agraciar com sua presença", disse aquele com rosto de leão. Em sua cultura, Alexandre era chamado de Rei-Deus. O Homem de Gelo tinha o corpo de um humano, mas a cabeça de um leão. Possivelmente vítima de alguma magia de sangue.

Alexandre sabia como os Outros/Caminhantes Brancos surgiram. Sua criação foi uma tragédia, e suas vidas eram ainda mais trágicas. No início, eram apenas humanos normais vivendo no norte frio, mas o aparecimento da magia os mutou.

"Qual é o seu nome?", perguntou Alexandre.

"Eles me chamam de Leão da Noite, mas meu nome verdadeiro é Hegor", respondeu ele.

"Ok, Hegor, diga-me, por que você está marchando seus exércitos para a terra do verão? Você sabe quantas pessoas morreram por causa disso?", questionou Alexandre com raiva.

Hegor tremeu de medo, mas conseguiu falar.

"Por favor, me perdoe, Rei-Deus, mas eu não tinha intenção de machucar ninguém. Estamos apenas procurando dragões. É nossa maldição que onde quer que vamos, o frio nos acompanha", respondeu Hegor honestamente.

"Por que vocês estão procurando dragões?", indagou Alexandre.

"Porque não temos outra escolha. A sobrevivência na terra congelada ficou muito difícil para nós agora. Os dragões de gelo nos caçam como se fôssemos formigas. Tentamos muitas vezes domá-los ou matá-los, mas eles eram muito fortes. O maior que eu vi tinha 100 metros de comprimento. Nossa única esperança para lutar contra eles é se conseguirmos alguns dragões daqui e usá-los", respondeu Hegor.

"Quantos de vocês restam?", perguntou Alexandre.

"400 homens, incluindo 200 de nós aqui e mais 200 enviados para o outro lado, onde o sul e o norte se conectam. Temos mais de 2000 mulheres e 300 crianças. Como não podemos nos reproduzir biologicamente, pegamos crianças recém-nascidas órfãs do sul e damos a elas uma nova família. O número de homens é menor que o de mulheres porque apenas nós, homens, vamos lutar contra os dragões."

Alexandre sentiu pena deles. Eles eram uma espécie à beira da extinção. Tudo o que eles queriam eram dragões, mas foram incompreendidos como demônios enviados por deuses furiosos. Os dragões vieram ao mundo por causa dele, então ele decidiu ajudá-los.

"Ok, Hegor, se eu fizer os dragões de gelo desaparecerem, vocês voltarão?", perguntou Alexandre.

"Sim... sim... nós voltaremos alegremente, Rei-Deus", disse Hegor animado. Em seus olhos, se o Rei-Deus lidava com os dragões sozinho, então mais de seu povo não precisaria morrer.

"Ok, voltem então. Quando vocês chegarem à terra congelada, eu já terei lidado com os dragões. Vou vê-los em sua cidade. Vocês também devem chamar os homens que enviaram para a outra ponte entre o norte e o sul, a oeste."

"Desculpe, Rei-Deus, mas não temos como nos comunicar com eles. Eles se foram há um ano e esperávamos que levassem pelo menos 3 anos para chegar ao seu destino", acrescentou Hegor.

"Ok, envie seus homens mais rápidos para dizer a eles para interromper seu ataque. Eles provavelmente conseguirão detê-los antes que algo ruim aconteça."

"Sim, farei isso imediatamente, Rei-Deus."

"Pai-de-Todos, o que acontecerá agora?", perguntou Arthur, vendo que os demônios de gelo ou homens de gelo foram tratados sem nenhuma luta.

"Agora, agora você volta e administra a cidade e coloca as coisas de volta nos trilhos e, depois disso, parta para o oeste. Eles podem precisar da sua ajuda", ordenou Alexandre e então voou de volta para as 5 fortalezas com Arthur.

"Cara, essas fortalezas, essas podem ser ótimas defesas, mesmo que não sejam os homens de gelo atacando", sugeriu Arthur.

"Enviarei homens aqui o mais rápido possível, Pai-de-Todos", respondeu Arthur.

"Tudo bem, eu preciso ir agora. Boa sorte em suas futuras batalhas", ele voou embora.

Arthur ficou ali por um tempo, ajoelhado em uma pose de cavaleiro. Embora eles não tivessem cavalaria em Essos, ele ainda sentia vontade de fazer isso.

Sem o conhecimento de Alexandre, tudo o que ele fez naquele dia seria lembrado por muito, muito tempo. A fé das pessoas no Supremo, o Rei-Deus, o Pai-de-Todos, cresceria ainda mais.

Depois disso, Alexandre derrotou todos os dragões de gelo no norte e os enviou para Dracheim para aprender a ser um bom dragão.

Então ele foi para o fundo do norte, para a Cidade do Inverno Congelado. A sede do Rei dos Homens de Gelo. Dizer que suas vidas eram difíceis era um eufemismo. Eles eram seres simples com imenso poder. Eles comiam tudo o que crescia nas terras geladas. A única razão pela qual eles nunca atacaram o sul era porque seus corpos precisavam do frio para sobreviver. Alexandre então foi encontrar Hegor.

"Eu lidarei com os Dragões de Gelo. Eles nunca mais vão incomodá-los. Na verdade, posso ajudá-los. Vou abrir uma grande loja em sua cidade. Ela será administrada por um Golem mágico. Vocês poderão comprar quase qualquer coisa lá. Comida, roupas, sementes modificadas que podem crescer no inverno, livros. Vocês podem pagar por tudo isso com qualquer coisa valiosa que encontrarem. Coisas como ouro, diamantes, jades, pedras bonitas, ou vocês também podem trocar as coisas que fazem. Vocês podem trocar colheitas extras por outra coisa ou algum artesanato que fizeram. Isso tornará a vida de vocês melhor aqui", ofereceu Alexandre.

Hegor e seus associados se ajoelharam no chão.

"Obrigado. Obrigado, Rei-Deus." Todos disseram.

Alexandre caminhou até Hegor e acariciou sua cabeça de leão peluda. Assim que ele o tocou, os corpos de todos os Homens de Gelo foram cobertos por uma luz branca.

"Vocês têm minhas bênçãos, filhos. Enquanto vocês permanecerem bons e longe da corrupção, vocês terão a capacidade de procriar. Mas no dia em que vocês perderem o caminho e começarem a seguir o caminho da ganância, vocês perderão novamente", Alexandre os abençoou e advertiu.

"N-Nós vamos valorizar esta oportunidade que você nos concedeu, Rei-Deus", respondeu Hegor severamente.

"Haha... Bom. Eu vou agora. Cuidem-se, crianças", disse Alexandre e subiu no ar.

Enquanto voava de volta para Essos, Alexandre fez a ponte entre Essos e o Norte começar a derreter lentamente. Em alguns milhares de anos, ela desapareceria completamente.

...

Em Westeros, devido a uma luta perdida com os Primeiros Homens, os Filhos da Floresta escravizaram a poderosa equipe de Homens de Gelo que foi em busca de Dragões.

Mas os Filhos da Floresta eram tão tolos quanto seus nomes. Eles e os Primeiros Homens assinaram um tratado para acabar com a guerra. Mas então os Filhos se esqueceram dos Homens de Gelo escravizados.

Quando eles se libertaram do controle dos Filhos da Floresta, eles os atacaram. Os homens morreram como moscas sob suas lanças de gelo. Eles estavam com raiva, enfurecidos por alguém ter tentado tirar sua liberdade. Mas, felizmente, Arthur chegou a tempo e lutou contra seu líder com sua espada flamejante.

Logo, o mensageiro do Leão da Noite, Hegor, também chegou e contou aos Homens de Gelo o que aconteceu em Essos. No início, o líder pareceu cético, mas logo se sentiu exultante porque Arthur também lhe explicou os acontecimentos.

Eles ainda estavam com raiva dos Filhos da Floresta, e como punição, eles deveriam ser confinados nas florestas internas pelo resto de suas vidas. Os Primeiros Homens e os Homens de Gelo/Caminhantes Brancos chegaram a um acordo de que uma grande muralha seria construída, o que definiria a fronteira entre sua terra dos Homens de Gelo e a terra dos homens do verão.

Mas não foi possível construir o muro e impedi-lo de cair. Portanto, Arthur sugeriu que eles deveriam orar ao Pai-de-Todos. Todos os reis de Westeros, Bran, o Construtor, e os Homens de Gelo oraram ao seu Deus Supremo por 3 dias inteiros sem parar.

E, de fato, Alexandre apareceu como um raio. Todos ajoelharam-se em adoração. Ao contrário de Arthur, para os Primeiros Homens e os Homens de Gelo, era a primeira vez que o encontravam.

"Eu sei por que vocês me chamaram, qual é o seu nome, filho?", perguntou ele ao líder dos Homens de Gelo.

"É... é Rojak, Rei-Deus", respondeu ele.

"Ok, comece a construir o muro e eu o encantarei para que possa permanecer de pé por milhares de anos."

"Vou começar imediatamente", Rojak correu para trabalhar.

"Brandon Stark, ou como outros o chamam, Bran, o Construtor. Quero que você comece a construir os castelos com a ajuda de gigantes e dos Filhos da Floresta. Uma nova ordem será criada para guarnecer a muralha. A ordem da Patrulha da Noite. Esses homens não usarão terras ou castelos, não se casarão nem terão filhos. Eles serão sempre leais à sua ordem e os desertores ou quebradores de juramentos serão levados à justiça de acordo com as leis do norte", ele decretou. Todos os reis locais se sentiram pressionados por sua mera presença.

"S-Sim, seguiremos sua ordem, Rei-Deus", gaguejou Brandon.

Nos anos seguintes, os Homens de Gelo construíram o muro e os Primeiros Homens construíram os castelos. De vez em quando, Alexandre vinha para encantar o muro. Por outro lado, Arthur Dayne decidiu viajar um pouco antes de se estabelecer em algum lugar em Dorne.

[Fim da Memória]

"Nossa... fiz tantas coisas em todos esses anos. Basicamente criei este mundo. Mas há mais nisso. Sinto que esta memória não está completa. Por que os Homens de Gelo atacariam novamente?", disse ele em voz alta, havia muito a ser respondido.

"Com quem você está falando, vovô?", perguntou Rina, sentada na frente dele e comendo bolinhos de arroz de uma loja em Yi Ti.

"Haha... nada, minha querida, que sabor tem?", perguntou Alexandre e rapidamente deu uma mordida no bolinho de arroz que ainda estava em suas mãos.

Rina ficou chocada, olhando para ele e para o grande pedaço faltando do bolinho de arroz. "Não é justo, era meu, vovô. Era tão gostoso", ela fez um bico.

"Hahaha... então eu comprarei uma montanha de bolinhos de arroz para você. Vamos, vamos comprar mais para os outros e para você", Alexandre ofereceu a mão para ela segurar.

"Sim, vamos comprar para todos. Jon, Eric e Axandra são pequenos, então só 1 para eles. O tio Brandon precisará de 100 e... e", ela começou a murmurar e contar nos seus pequenos dedos.

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Eu escrevi toda esta parte de fundo antes mesmo de pensar em escrever esta fanfic. A última memória virá no final deste arco.

Obrigado pela leitura.