Capítulo 155
Pai, Eu Não Quero Me Casar
Parece que eu estava com vergonha de adormecer na frente de alguém que queria ficar comigo, então mantive uma conversa com Yuri até tarde da noite.
Mas, como já era quase meia-noite, o sono começou a me pegar.
— Princesa, por que você não dorme quando está cansada?
Mesmo com a doce sugestão de Yuri, eu apenas balança a cabeça.
— Está tudo bem.
Será que era porque eu tinha uma memória rara de não ter dormido tanto tempo? Era um pouco difícil controlar meu corpo. Nesse momento, Yuri se aproximou da janela e abriu a escotilha.
— A partir de agora, estarei fora, então durma tranquila, tá bom?
Diante disso, levantei-me para agarrá-la.
— Yuri, espera um momento…!
Mas, ao contrário do que pensei, meu corpo não me obedeceu.
De repente, perdi todas as forças.
— Oh, vou cair de novo…
Alguém me segurou quando meu corpo começou a se inclinar para frente.
— Oh, obrigado…
Levantei a cabeça para ver se era Yuri, mas tive que abrir os olhos de tão surpresa.
— Max?
Logo, Max franziu a testa e suspirou.
— Por que você faz isso? Nem uma ou duas vezes… Era patético ver você quase cair?
Foi então que percebi os olhos dele. Ele me abraçou e disse:
— É por isso que, se não te vejo, fico ansioso e perdido.
Não precisava se preocupar; eu só ia dizer que minhas pernas estavam tremendo e que quase caí, mas, seja pelo cansaço ou pela mente confusa por causa da temperatura corporal, não consegui falar nada. Nesse momento, ele me beijou suavemente nos lábios e sussurrou:
— Estou muito nervoso. Podemos dormir juntos hoje?
Eu queria dizer que não, mas não consegui recusar quando ele me olhou ansiosamente com aqueles olhos. Em vez de responder, afundei a cabeça no ombro de Max, e ele sorriu, sussurrando:
— Não se preocupe. Vamos dormir só de mãos dadas.
Por que as palavras que antes pareciam tão normais agora soam tão estranhas e embaraçosas? Escondi meu rosto de vergonha, mas ele me afastou um pouco do ombro. Então…
— Eu te amo.
Ele me envolveu pela cintura e pelas costas, e me deu um beijo direto.
(Chaeng!)
Max pensou enquanto pegava a espada do mestre.
“Como diabos posso derrotá-lo, pelo menos uma vez?”
A velocidade é uma coisa, a força é outra, e é importante ter a atitude de analisar com calma as fraquezas do oponente. Um mestre que nunca erra era como um muro de novos limites ou algo assim, mas Max também tinha suas razões para não desistir.
“Vou precisar do consentimento desse cara para que Juvelian aceite minha proposta!”
A aura vermelha de Max se intensificou. A espada em forma de espada completa colidiu com a espada de Regis, que tinha a aura azul. Os olhos de Regis se estreitaram.
“Você melhorou muito.”
Ele parecia ter o controle total sobre a espada, respondendo a ataques inesperados e sendo racional e paciente, esperando o momento certo. Em apenas alguns dias, o discípulo evoluiu notavelmente.
“Posso confiar nele em um futuro próximo.”
Foi quando Regis sorriu fraco, aliviado. Os olhos de Max se afiaram.
“Não!”
Regis tentou se defender apressadamente, mas já era um passo tarde.
(Chaengkeurang!)
A espada de Regis voou para o chão com um barulho alto. Max sorriu e abriu a boca.
— Minha vitória…
Mas naquele momento, Regis se lançou sobre Max instantaneamente. Então, ele levantou uma ponta da boca.
— Não.
Antes que suas palavras terminassem, Regis acertou Max com força no dorso da mão. Quando Max deixou a espada cair de dor, Regis rapidamente agarrou a espada dele e a colocou em seu pescoço.
— Mesmo que você perca a espada, não deve pensar que venceu, a menos que seu oponente se renda.
Max cerrava os dentes como se estivesse irritado e então soltou suavemente:
— Não, obrigado.
Regis falou com a espada na garganta de Max.
— Você ainda precisa de paciência.
Era um conselho que um discípulo arrogante provavelmente não aceitaria facilmente, mas…
— Sim, obrigado pelos conselhos, mestre.
A resposta obediente de Max inspirou Regis.
“Ele certamente mudou muito desde que conheceu minha filha.”
Ele o ensinou por cerca de dez anos, mas vendo como ele estava se tornando cada vez mais violento, Regis chegou a pensar que Max se tornaria um tirano. Agora, no entanto, o discípulo mostrava um lado um pouco mais normal.
“Além disso, suas habilidades cresceram rapidamente.”
Por mais atento que fosse, Regis admitiu que a determinação do discípulo em atacar sem falhar, mesmo que por um breve momento, era algo a ser elogiado.
“Sim, é bom estimular o progresso, mas não deve minar sua confiança.”
No momento em que Regis tentou elogiar Max, ele disse:
— Por falar nisso, mestre, qual é a sua relação com “Paphnil”?
Ao ouvir a pergunta do discípulo, Regis endureceu o rosto.
— Por que você está perguntando isso? E como ele é…
— Ele me disse. Juvelian tem maná.
Regis confirmou com o comentário.
— Isso mesmo. O motivo pelo qual o corpo daquela garota é fraco é que ela não consegue suportar seu maná.
— Por que você está me dizendo isso agora?
Diante da reprimenda de Max, Regis olhou fixamente para ele e disse:
— A não ser que você seja transcendental, porque as chances com um mago são escassas.
— Mas você não acha que são poucos os magos?
— Eles só escondem suas identidades; com certeza existem. Paphnil é um excelente mago.
Diante das palavras de Regis, Max olhou para seu mestre com os olhos tremendo.
— Então, o que você me disse sobre ser forte, na verdade, significa proteger Juvelian dos magos?
Na verdade, não era isso que Regis queria dizer, mas ele se mal-entendeu facilmente.
— Sim.
Logo Regis se dirigiu a Max.
— Ei, você vai voltar para a mansão primeiro. Espero que fique perto dela.
Diante disso, Max tremeu e olhou fixamente para seu mestre.
“Não me diga, você está me aceitando?”
Logo, Max assentiu com uma expressão decidida.
— Claro, ficarei com Juvelian.
Logo, Max começou a correr em direção à mansão como se estivesse com pressa. Regis observou suas costas, rangendo os dentes.
— O que diabos Paphnil está fazendo?
— Muito bem. Vou guardar as memórias da sua filha.
Como fez uma “promessa”, Paphnil não pode contar a verdade até que Juvelian pergunte. Mas a ansiedade surgiu.
“Preciso conferir isso.”
Regis se dirigiu a “Proibido”, onde Paphnil estava dormindo.
Quando acordei, ainda era de madrugada. Enquanto olhava para a fraca luz que entrava pela janela, senti o toque do braço forte que me envolvia. Ao olhar para trás, vi Max dormindo com um semblante inocente.
— Sou como um ursinho de pelúcia.
Apesar de estar mal-humorada por dentro, havia algo estranho dentro de mim.
“Sim, devo estar me sentindo envergonhada porque parece que estou casada com ele?”
Mas eu ainda não tinha idade legal e me sentia um pouco perdida, já que nem sequer pedi para ele se casar comigo.
Nesse momento, tentei me desvencilhar dos braços dele com um pequeno suspiro, mas ele abriu os olhos e me puxou de volta.
— Aonde você vai?
— Ah, estou com sede…
Dei uma desculpa rápida e ele me deu um beijo na testa, dizendo com uma voz doce:
— Eu trago para você. Deite-se.
Concordei levemente e ele se deitou por um tempo antes de se levantar lentamente. Mesmo não tendo visto ele com camisa antes, senti meu rosto esquentar ao olhar para suas costas largas, e meu coração disparou. Com certeza, ele estava muito atraente pela manhã. Foi quando engoli em seco sem perceber.
— Juvel.
Fiquei pasma ao ouvir sua voz chamando meu apelido de forma tão natural. Me perguntei se ele tinha percebido o que eu estava pensando.
— O que foi?
Enquanto tentava responder calmamente, ele me olhava fixamente, com um sorriso encantador no rosto.
— Eu gostaria que pudéssemos acordar juntos na mesma cama todos os dias. Veríamos as manhãs juntos.
Antes que eu pudesse dizer algo, ele pegou uma garrafa de água na mesa. Começou a despejar água em um copo. Sorri enquanto observava a cena.
“Se eu me casasse com ele, o veria todos os dias.”
Depois de pensar nisso, me senti envergonhada, percebendo o quanto estava animada com a ideia.
“Eu ainda não recebi um pedido, mas acho que já estamos indo longe demais.”
Então, quando ele se virou, controlei minha expressão.
— Beba.
— Obrigada.
Quando peguei a xícara e bebi toda a água, ouvi alguém batendo à porta.
— Senhorita.
Ao ouvir a voz da Marilyn, disse a Max:
— Você quer entrar um momento?
Ele fez uma expressão ligeiramente franzida e se escondeu no armário. Então me ocorreu.
“Você não precisaria se esconder se fôssemos casados…”
Marilyn entrou com um grande sorriso.
— Você deve estar pronta para sua última inspeção.
Finalmente, era o último dia da inspeção.
Depois de revisar o uso geral da reforma da terra, mostrei algumas ideias para minha tia. Ela olhou e tinha uma expressão séria no rosto.
— Construir uma instalação que possa trazer esses benefícios absurdos para a população da terra.
Logo abriu um sorriso.
— Para ser honesta, fiquei surpresa, não sabia que a Princesa teria essa ideia.
Então assenti levemente e falei.
— Nosso território é excelente agora. A água e os armazéns estão bem equipados, então não são abalados por um ano ruim ou uma fome, e até as pessoas comuns não passam fome. Mas…
Com a ativação do comércio, um aristocrata rico está formando comerciantes e artesãos de forma séria. Como estamos em uma transição de uma sociedade agrícola para uma industrial, tanto a cultura quanto as instalações e a segurança vão se desenvolver sob essa influência. Enquanto isso, se não fizermos nenhum esforço, nosso território vai ficar para trás.
— Espero que nossa terra seja um lugar que todos invejem, como o nome do meu pai.
Ela sorriu levemente quando revelei minhas aspirações.
— Sim, pode ser.
Ri, me sentindo bem com a resposta, e disse com os olhos arregalados.
— Ah, sim! Sobre os artesãos. Tenho alguém que quero recomendar.
Enquanto falava, lembrei do ateliê de Ian Fyodor, que se tornou um dos melhores artesãos do Império.
“Vou precisar pedir um favor.”
Como tenho um bom relacionamento com Ian, confiava que ele me ajudaria. O problema era Max.
“Tenho certeza de que ele não vai gostar de novo. Como posso agradá-lo?”
Nesse momento, minha tia chamou alguém.
— Oh, você está aqui.
Ao lembrar dessas palavras, vi meu pai, que não esteve aqui o dia todo, me olhando fixamente.
— Papai!
Quando sorri e chamei por ele, um leve sorriso surgiu em seu rosto endurecido. Logo ele se virou para minha tia.
— A inspeção de hoje terminou bem?
— Sim, muito melhor do que eu esperava.
Fiquei um pouco nervosa quando meu pai me olhou fixamente, como se estivesse esperando um elogio que não era típico dele.
“O que ele está tentando dizer?”
Foi então que pensei.
— Traga-o.
Minha tia tirou a caixa a pedido do meu pai.
— Sabia que você diria isso, então já preparei para você.
Assim que terminou de falar, minha tia me entregou a caixa.
— Pegue, Princesa.
— Ah, sim.
Pego a caixa aturdida, mas era impossível identificá-la. Olhei para meu pai e ele se levantou com um sorriso.
— Abra.
Então abri lentamente a caixa. Logo confirmei o que havia dentro e não pude evitar abrir os olhos. O anel com o selo da família Floyen era o mesmo que meu pai usava no dedo.
— Este é o anel do sucessor. Por que eu…
— Porque é seu.
Senti um arrepio ao ouvir essas palavras ditas com firmeza.
— O quê? Mas…
Por mais que pensasse, não conseguia entender. Eu não sabia fazer nada e era uma pessoa normal que não se destacava em nada. Por isso só pensava: “Por que?”
Foi então…
— Juvelian.
Disse meu pai, que me chamou pelo nome, olhando-me fixamente.
— Estou muito orgulhoso de você.
“Estou muito orgulhoso de você” foi algo que nunca pensei que ouviria do meu pai na vida.
— Eu? De mim?
Quando perguntei com a voz trêmula, papai assentiu.
— Sim. Você não recebeu a educação adequada para ser sucessora, mas obteve muitos resultados na sua primeira inspeção, não?
Enquanto olhava para meu pai com os olhos marejados, ele segurou minha mão e me disse, colocando o anel.
— E isso sempre foi seu. Eu deveria ter te dado quando você atingisse a maioridade…
Antes que ele pudesse terminar, o abracei.
— Obrigada pelo presente de aniversário antecipado, papai.
Logo meu pai me abraçou, em vez de responder.