Pai, Eu Não Quero Me Casar

Capítulo 144

Pai, Eu Não Quero Me Casar

Enquanto olhava para Juvelian, que assentia com a cabeça, Max levantou o canto da boca.

“Vale o tempo.”

Por um momento, ele se sentiu satisfeito, mas ao lembrar da conversa com o Príncipe Elios pela manhã, franziu a testa.

“Ele disse que desistiria, mas tenho certeza de que está esperando a oportunidade. Maldito raposa.”

Por um instante, ele riu ao notar Juvelian olhando para ele, como se tentasse adivinhar o que ele estava pensando.

“Bom, é porque minha Juvelian é linda demais.”

Max beijou a bochecha macia de Juvelian e a abraçou. O toque suave e quente fazia o calor aumentar lentamente.

“Não vejo a hora de te levar para o palácio…”

Se morasse com ela, poderia dormir com aquele corpo macio e acordar olhando para o seu rosto bonito todos os dias. Só de imaginar, ele já ria.

“Quero ver seu rosto todos os dias, será que não seria uma boa ideia te levar comigo agora?”

Talvez seu raciocínio estivesse um pouco nublado, Max até cogitava correr riscos que normalmente não consideraria. Antes que sua paciência acabasse, alguém bateu na porta.

— Juvelian, você está aí?

Como era de se esperar, o arruinador do momento doce era o Duque Floyen.

— Sim, sim!

Dessa vez, Juvelian parecia assustada e tentou afastar Max, mas ele, que já tinha previsto tudo, segurou suas mãos e riu.

— Max, meu pai…

Ela estava tão envergonhada que sua expressão era adorável, o que fez Max sorrir ainda mais enquanto olhava para a porta.

— Sabe, o tipo ideal da minha filha é um homem mais forte que o pai dela.

Embora o desejo de ser aceito pelo homem que abandonou sua filha por causa de suas fraquezas tivesse desaparecido, Max pensava que, se o derrotasse, ele não conseguiria mais ser um estorvo.

Max colocou Juvelian no chão e, esfregando a bochecha, disse:

— Espere só um pouco, tá?

Quando ele estava prestes a se virar, Juvelian agarrou sua manga.

— Eu vou sair, Max.

Max balançou a cabeça, dizendo:

— Não, seus tornozelos ainda estão machucados. Eu vou lá.

Então, corada, ela admitiu:

— Na verdade, meu tornozelo já está bem. Eu menti para te dar algo pra fazer.

“Por que ela mentiu?”

Confuso, Max olhou em silêncio para Juvelian, que acrescentou timidamente:

— Eu gosto quando você me carrega.

Max esqueceu tudo o que tinha planejado dizer para convencê-la. Naquele momento, uma palavra veio à sua mente.

“A Princesa Floyen. Não é linda como um anjo?”

Antes, ele se sentia orgulhoso de ser elogiado por quem havia escolhido ele, mas agora entendia melhor o que isso significava.

“Sim, talvez Juvelian seja mesmo um anjo.”

Quando chegou a essa conclusão, Juvelian sorriu como um anjo para Max, que a olhava com uma expressão sem palavras.

— Deixa, eu mesma faço isso.

Foi nesse momento que Max tentou impedi-la, mas ela já estava indo em direção à porta.

“Ela está andando tão bem.”

Ele riu feliz enquanto a observava. No instante em que a porta se abriu, Max arregalou os olhos.

— Juvel.

Para aumentar o desconforto, o Duque sorriu para Juvelian como um pai carinhoso.

— Pode entrar, papai.

Max, olhando para o Duque por trás de Juvelian, não conseguia esconder sua desaprovação.

Ele viu que o Duque o encarava, e então deu um sorriso que parecia falso, como o que ele fazia quando elogiava Max por dominar as habilidades básicas com a espada. Isso deixou Max desconfortável.

“Ele tem uma fraqueza com o Imperador…”

Naquele momento, Max lembrou-se de uma cena do passado.

— Agora que você me chamou de mestre, eu te ensinarei a arte da espada, para que sobreviva a partir de hoje.

Foi quando ele se tornou discípulo do Duque pela primeira vez.

— Você fez bem em aprender a usar o mana.

Quando recebeu o primeiro elogio.

— Juvelian é minha filha. Ela é muito amável.

Quando viu o lado humano do Duque pela primeira vez.

Não havia como odiá-lo. Ele era o homem que o ajudou na infância, seu mestre e o pai de Juvelian.

— Droga!

Max franziu a testa e fez uma leve reverência para o Duque.

“Talvez eu esteja interpretando mal.”

Enquanto tentava se recompor, algo inesperado saiu da boca do Duque.

— Na verdade, só quero te pedir algo.

Após um breve silêncio, Juvelian respondeu, também surpresa:

— Sim, diga.

— Amanhã farei uma inspeção no território, e pensei que poderia me acompanhar. O que acha?

Ao ouvir a palavra “inspeção”, Max fez uma careta.

— Claro!

“Não tem como eu deixar esse homem ver como estamos próximos.”

Floyen ficava relativamente perto da capital, mas o problema era seu tamanho.

“Levaria uma semana para inspecionar tudo, e quando ela voltar estará ocupada se preparando para a cerimônia de maioridade. Ela não terá tempo para mim. Droga.”

Em resumo, o Duque queria afastá-la dele. Max não confiava nele, nem sabia se ele e o Imperador estavam conspirando.

“Por favor, diga que não!”

Max olhava ansiosamente para Juvelian, mas…

— Tudo bem! Estou um pouco nervosa, é minha primeira inspeção.

A resposta foi um duro “sim”.

“Por que ela aceitou?”

Enquanto Max se desesperava em silêncio, o Duque lhe lançou um sorriso. Era claramente uma provocação. Max apertou os punhos ao ver o comportamento suspeito do Duque.

“Não importa o que você tente, eu protegerei Juvelian.”

Max franziu o rosto e tomou sua decisão.

— Certo, nos vemos amanhã.

— Sim, papai!

Max, que assistia a troca de despedidas entre pai e filha, tentava a todo custo manter uma expressão séria.

“Juvelian poderia interpretar mal se me visse assim.”

Nesse momento, ele virou a cabeça e riu.

— Ouviu isso?

Max falou, com um leve sorriso.

— Uma inspeção?

Juvelian acariciou o cabelo de Max, fazendo-o sentir um leve formigamento. Ele segurou a mão dela e, com esforço, se conteve.

— Não vai demorar muito, então, Max, por favor, faça seu trabalho como Príncipe Herdeiro, tá?

Ele queria dizer que a seguiria, mas Juvelian não lhe deu essa opção. Agora que ela havia falado, Max, relutante, assentiu, sem conseguir disfarçar o orgulho que sentia por ela.

— Tá bom.

Juvelian então lhe deu um beijo nos lábios e sussurrou um “obrigada.”

A sensação doce quase esgotou sua paciência. Quando Max a beijou com mais intensidade, ela o envolveu pelo pescoço.

Com os olhos brilhando, Max desejava avidamente os lábios de Juvelian.

“Eu vou dar um jeito de seguir você, não importa como.”

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