Capítulo 127

Beatrice não conseguia acreditar no que acabara de ouvir, então levantou os olhos trêmulos e olhou fixamente para Maximillian.

— Eu também, você vai me proteger também?

Ele virou a cabeça e resmungou.

— Não se engane. É porque é fácil proteger Juvelian.

Foi nesse momento que Beatrice percebeu que ele realmente o faria.

— E Juvelian me pediu.

No final de suas palavras, algo turvo se contorceu dentro do peito de Beatrice.

Tanto seu pai quanto sua mãe a ignoravam, então ela achou que precisava resolver a crise sozinha. Porém, ao descobrir que seu inesperado meio-irmão, Maximillian, que a odiava tanto, iria protegê-la a pedido de Juvelian, ela começou a chorar estranhamente, sentindo um calor sob o pescoço.

“Eu achava que estava sozinha, mas não estava.”

Assim que tomou consciência desse fato, seus olhos arderam. Nesse instante, Maximillian puxou um lenço.

— Ei, isso aqui.

Quando os inesperados gestos de carinho se sobrepuseram, seu preconceito contra o meio-irmão começou a desaparecer.

— Oh, obrigada…

Enquanto tentava aceitar o lenço, Maximillian o estendeu. Então, o bordado de dragão, feito de maneira um tanto desajeitada, chamou sua atenção.

— O quê? Foi feito por uma criança?

Sem lhe dar o lenço, Beatrice, com os olhos arregalados, resmungou, e Max respondeu, observando.

— É um presente de Juvelian.

— Que lindo lenço cheio de pureza!

Beatrice percebeu que, embora tivesse demorado para perceber isso, a expressão de seu meio-irmão ainda era ruim.

“Você não vai contar isso para Juvelian, vai?”

Foi quando Beatrice olhou para ele.

— Amanhã, eu vou vencer.

Beatrice franziu levemente a testa com as palavras inesperadas. Então Maximillian olhou para ela e sorriu de canto.

— Então fique parada e apenas observe. Não vá a lugar nenhum.

“O que, por que de repente você quer brigar comigo?”

Beatrice respondeu, ressentida com as palavras e ações de seu meio-irmão, que esfriavam suas emoções.

— Sai daqui!

Quando Maximillian saiu do quarto, Beatrice suspirou e se jogou na cama. Enquanto sua raiva se acalmava, lembrou-se do que seu irmão havia dito antes.

— Não se preocupe. Vou proteger vocês duas.

Logo, Beatrice levantou o canto da boca.

“São palavras simples, mas estou aliviada.”

Ela desejou então.

“Amanhã, por favor, me deixe assistir ao torneio de caça sem problemas.”

— Qual é a situação “daquilo” para amanhã?

O Conde Pyrex sorriu quando o Imperador lhe perguntou.

— Por que você não dá uma olhada?

Foi quando o Imperador desceu ao porão com o Conde Pyrex.

Podiam ouvir o rugido do animal. Se fosse no passado, ele teria sentido medo, mas o Imperador estava tranquilo.

— Definitivamente é rápido.

Quando o Imperador se aproximou, a besta gigante em forma de lobo recuou. O Imperador sorriu ao olhar para a flor de prata que segurava na mão.

— É realmente surpreendente. Como uma besta não consegue se dar bem com essas flores?

O Conde Pyrex assentiu e respondeu.

— Eu também fiquei muito surpreso.

Diante disso, o Imperador olhou para o Conde Pyrex com um olhar suspeito e balançou a cabeça.

— Sim, não importa de onde você trouxe a besta. De qualquer forma, é verdade que ela está na minha mão, e eu sei como controlá-la…

O Imperador sorriu ao lembrar dos rostos de Mikhail e sua filha.

“Estou ansioso para ver o que vai acontecer amanhã.”

Finalmente, chegou o dia do torneio de caça.

“Estou cansada.”

Diferente da maioria dos banquetes que acontecem à noite, a caça costuma ser durante o dia, e por isso, eu estava me arrumando bem cedo.

“Tomara que não aconteça nada hoje…”

Quando pensava nisso, Sella e Mary, que estavam me adornando, ficaram admiradas.

— Você está muito bonita, minha Senhorita!

— Tenho certeza de que muitos cavaleiros querem te oferecer “a Flor da Deusa do Submundo”!

Normalmente, eu ouviria isso como um elogio, mas agora não.

“Príncipe Elios, espero que você não saiba de mim hoje, e que nem sequer ganhe.”

Enquanto suspirava com o coração acelerado, Marilyn disse, colocando a coifa na minha cabeça.

— Não se preocupe, o cavaleiro, o amante da dama, poderá participar do torneio de caça no ano que vem, se entrar para o ducado.

Dizia-se que outras famílias também contratavam mercenários, mas isso não se aplicava à nossa. É claro que pode haver um ditado de meu pai dizendo que eu não devo me destacar aos olhos do Imperador… Marilyn achou que eu estava relaxando porque Max não podia participar do torneio de caça.

“Deve ter pensado que eu entraria como sua nora.”

Ele, o Príncipe Herdeiro, era o genro do Duque, eu ri ao pensar nisso.

— Ah, Senhorita?

Respondi à voz de Marilyn, achando estranho rir de repente.

— Obrigada, isso aliviou a tensão.

Diante disso, Marilyn sorriu.

— Sim, fico feliz.

Ri dela, pensei em algo e perguntei.

— Oh, Marilyn. Você guardou o que eu disse?

Ela balançou a cabeça em negativa.

— A flor que você falou era muito rara.

Diante disso, suspirei.

“Haaa, é uma flor que dá à besta um efeito estabilizador dos nervos, mas não é fácil de conseguir.”

Num momento de decepção, ri de Marilyn, que me observava.

— Obrigada. Não precisava, só perguntei por curiosidade, então não precisa se preocupar com isso.

Depois de dizer isso para Marilyn, suspirei.

“Sim, eu só estava buscando uma segurança extra, né? O Max nem tentaria fazer algo errado com a besta…”

Consegui relaxar um pouco, mas logo ouvi a voz do meu pai do outro lado da porta.

— Juvelian, você já está pronta?