Pai, Eu Não Quero Me Casar

Capítulo 108

Pai, Eu Não Quero Me Casar

Quando amanheceu, meus olhos se abriram cedo. Me troquei de roupa e desci ao fundo do quarto, como de costume.

— Linda, acho que será melhor você trocar as cortinas hoje.

— Sim, então vou à lavanderia pegar uma cortina nova.

— Cindy, ali se limpa menos!

— Desculpa!

Uma cena que eu não percebi enquanto me trancava no quarto. Ao ver as criadas tão ocupadas, me senti estranha.

“Todos estão tão ocupados.”

Sempre pensei que se eu pudesse sair da Bandeira da Morte perderia minha motivação, mas ao ver outras pessoas tão diligentes, me senti estimulada.

— Como está, Senhorita?

Eu também retribuí os cumprimentos quando as criadas que me viram me saudaram.

— Bom dia.

— Precisa de algo?

A pergunta me fez perceber que elas ainda tinham problemas comigo. Exceto Derek e minhas criadas imediatas, todos ainda tinham problemas comigo.

— Não, então trabalhe duro.

— Sim.

Mesmo passando por elas, não me senti estranha.

“Acabei de sair do quarto, mas isso é uma vista diferente.”

Na verdade, nunca pensei no que fazer se saísse das Bandeiras da Morte.

“Eu não pensei nisso, pois só sonhava em ter um relacionamento com Max.”

Um relacionamento com ele é, claro, importante, mas além disso, pensei que precisava me preparar para uma nova vida. Seria bom escrever as coisas que eu queria fazer no futuro e colocá-las em prática uma por uma.

“E a primeira coisa que quero fazer agora é…”

Fui ao escritório, respirei fundo e bati na porta.

— Entre.

Quando abri a porta e entrei, meu pai estava olhando para os documentos.

“É meu pai, mas ele é realmente tão bonito.”

Foi quando eu sorri assim.

— Como vai a preparação para a cerimônia de maioridade?

Fiquei surpresa com o comentário repentino.

“Preparação para a minha cerimônia de maioridade? Já está se preparando dois meses antes?”

Normalmente, a cerimônia de maioridade é planejada e preparada pela anfitriã ou pela própria pessoa. Pensei que poderia fazer isso porque minha mãe não estava aqui, mas não esperava que ele me pedisse tão rápido.

“Não pensei em nada ainda…”

Foi então que uma voz firme e ao mesmo tempo dura apareceu.

— Não se esqueça. A cerimônia de maioridade da minha filha terá que ser a mais especial e vistosa do Império. Você poderá gastar todo o dinheiro que quiser, então faça sem falta…

“No entanto, nunca preparei um grande banquete antes.”

Foi quando me senti pressionada pelas palavras do meu pai.

— Senhora Pérez. O que responde… Juvelian?

Só então percebi que não era eu quem ele estava dizendo e suspirei de alívio.

“Tenho certeza de que é impossível meu pai me confiar uma tarefa tão importante…”

Por um momento, meu pai pensou nisso.

— Bem, gostaria de assumir isso.

Meu pai arregalou os olhos, surpreso com minha resposta.

— Você…?

Eu, nervosa e com o rosto confuso, olhei para meu pai, engolindo em seco.

“Não é de se admirar que eu pareça pouco confiável. Só preparei uma pequena festa de chá, mas nunca fiz uma grande.”

Foi quando me senti um pouco intimidada.

— Mas não te incomodaria estar ocupada?

Balancei a cabeça para o comentário. Claro, tenho muito o que fazer e deve ser difícil, mas ainda é meu banquete, e eu realmente queria assumi-lo.

— Não me importo com nada! Tenho certeza de que farei um ótimo trabalho.

Meu pai me olhou surpreso e assentiu.

— De acordo. Então tente.

Eu queria cantar “Viva” se pudesse, mas meu pai poderia não confiar em mim.

“Ele me deu uma chance até onde posso, mas vou mostrar meu lado mais confiável.”

Com essa determinação, sorri para meu pai.

— Obrigada.


Ele se sentiu envergonhado quando sua filha disse pela primeira vez que prepararia um banquete. Deve ter sido, porque a filha que ele conhecia era uma menina que gostava de ler livros tranquilamente.

— Bem, vou trabalhar muito duro.

Mas agora que ela está se aproximando da idade adulta, sua filha mostrava uma atitude responsável.

“Estou tão… orgulhoso de você.”

Regis hesitou em acariciar sua cabeça quando ela era adorável.

“Não, pode ser que ela não goste de ser tratada como uma criança.”

Quando Regis estava retirando a mão, uma pequena mão envolveu a dele.

— Não sei fazer nada, mas muito obrigada por confiar em mim.

Ela fingia estar calma, mas sua voz tremia ligeiramente. Queria consolá-la, mas não sabia o que dizer.

Regis disse, segurando a mão da filha com força…

— Me avise se precisar de algo.

Ela sorriu como se estivesse contente, mesmo quando ele disse alguma besteira.

— Sim.

Ao ver sua encantadora filha, Regis sorriu com amargura.


De volta ao meu quarto, tentei bolar um plano para o banquete.

“Oh, o que faço? Não consigo pensar em nada.”

Eu disse que estava confiante, mas na verdade não conseguia evitar porque fazia quase três anos que não tínhamos um banquete decente em casa.

“A senhora Pérez vai ajudar, mas o problema é que ela nunca organizou um banquete desde a minha maioridade, então não sei o que fazer hoje em dia.”

Acho que a senhora Pérez teve dificuldades em abrir minha cerimônia de maioridade na época.

“Eu gostaria de ter um parente ou um adulto nesta situação, mas…”

Percebi algo por um momento que pensei, embora minha mãe biológica e minha tia materna morassem longe, não havia como me ajudarem.

“Sim, também tem a Rose, e também a Trice. Elas tiveram uma festa de maioridade.”

Em particular, Trice cuidou ela mesma do banquete, então valia a pena pedir conselhos.

“De acordo com o original, Rose já teria convidado Trice para uma festa de degustação de chá, então posso vê-la lá.”

Sorri e depois suspirei.

“Aliás, o Max não vem hoje? Quero vê-lo…”

Beatrice voltou a olhar a carta que havia recebido de Rose, levantando a comissura da boca.

“Eu também estou orgulhosa de estar em uma degustação de chá. Bem, ainda estou pensando.”

Beatrice franziu ligeiramente a testa.

“O que Juvelian anda fazendo esses dias?”

Ela ficou feliz em conhecer pessoas novas no dia da maioridade, mas se entristeceu por não poder se despedir de Juvelian. Felizmente, no dia seguinte, recebeu uma carta de felicitações, mas desde então perdeu contato.

“Você não acha que ela não vai aparecer na degustação, né?”

Foi quando Beatrice mordeu os lábios pensando nisso.

— Sua Alteza Imperial, tenho uma carta do Duque de Floyen.

Beatrice respondeu com entusiasmo ao relatório da criada.

— Venha e traga aqui! Oh, espere!

Beatrice pegou a carta e a colocou na bandeja dourada.

— Ah, o envelope é tão bonito quanto eu?

Beatrice sentiu seu coração acelerar ao ver o envelope de papel rosa.

“Então vou ver o que você escreveu.”

Quando abriu a carta, viu a caligrafia caprichada no belo papel de carta decorado com flores.

[Como você está, querida Trice?

Não consegui entrar em contato com você ultimamente porque estive ocupada. Desculpe. E fiquei sabendo que Rose te convidou para uma festa de degustação, e realmente espero te ver lá. Tenho muitas perguntas para você.]

Beatrice logo ficou emocionada e sacudiu os ombros.

“Sim, eu também estava pensando em você. Agora que você mencionou, vou te dar um pequeno presente na degustação.”

No momento em que ela estava de bom humor.

— Espere, não faça isso!

Com a voz dissuasiva da dama de companhia, alguém entrou pela porta.

Beatrice franziu o cenho ao ver um convidado não convidado à sua frente.

— Minha adorável irmã, parece que você está livre hoje. Cheguei na hora certa para termos uma conversa privada.

Com os comentários pretensiosos de Max, Beatrice sentiu um calafrio.

“Por que esse homem veio me ver?”

Queria xingá-lo para que fosse embora imediatamente, mas Trice estava ciente de seu entorno.

“Tenho minha honra, mas não posso dizer palavras tão vulgares na frente das criadas.”

Enquanto olhava para o irmão com uma expressão de desdém, Beatrice disse, olhando para as criadas.

— Tenho algo a tratar com meu irmão, então todas saiam.

Enquanto as criadas saíam, Beatrice cruzou maliciosamente as pernas e disse despreocupadamente.

— Para que você veio me ver?

Max tirou o capacete que estava usando ao ver sua irmã mais nova se tornando arrogante. Ela teria odiado isso no passado, mas agora ele parecia melhor sem o capacete.

“Sim, sinceramente, ele não tem um rosto feio.”

Foi quando Beatrice estava pensando nesse orgulho irritante.

— Ei.

— O que?

— Eu te salvei da última vez, então me diga honestamente.

Diante da expressão de Max, que dava a entender que ela tinha sido salva, Beatrice perguntou com uma leve ruga na testa.

— Do que você está falando?

Olhando para Beatrice com uma cara séria, Max perguntou…

— Sou bonito até quando você me olha, né?

Ela pode perdoar qualquer maldade. Em vez de responder à pergunta, Beatrice se levantou, apontando o dedo para a porta e disse…

— Saia da minha vista agora mesmo.

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