Nesta Vida Eu Serei A Matriarca

Volume 1 - Capítulo 46

Nesta Vida Eu Serei A Matriarca

Desde jovem, Gallahan era silencioso e reservado.

No entanto, isso não significava que ele tinha uma personalidade sombria.

Ele era muito emotivo e chorava e ria facilmente, até mesmo com as coisas mais simples.

Então, quando ele começou a fazer esse rosto na minha frente?

Rulak pensou enquanto olhava para o rosto impassível de seu filho mais novo.

No entanto, a resposta para a pergunta que ele fez a si mesmo não podia ser encontrada.

Deve ter sido há alguns anos, mas agora, um período incontável de tempo passou.

Ele pensou que cometeu um erro.

Ele perdeu tanto como pai.

Em algum lugar, parecia, ele podia ouvir a voz de sua falecida esposa, agora irritada.

— Você vai fazer o impossível, Gallahan.

Ele ficou irritado com as palavras de Gallahan por um momento, mas Rulak rapidamente acalmou sua mente.

— Como você pode viver uma vida sem vergonha ao aceitar pessoas errantes em sua família e manchar o nome Lombardi?

— Você está dizendo que a existência de Shan será uma mancha?

— Então você está dizendo que não é verdade?

Gallahan sentiu como se estivesse enfrentando um muro.

Não havia sinal de desprezo ou ridicularização, como Vieze fazia.

No entanto, o rosto de seu pai, que disse que Shan era uma mancha, era como o de um homem que olhava para o céu claro e dizia que era azul.

— Você deve ter aprendido o suficiente como membro dos Lombardi. Há uma diferença entre o objeto de despejar seu coração e o objeto de compaixão.

— Suspiro.

Gallahan suspirou.

Parecia que ele tinha expectativas em relação ao pai sem nem perceber.

A vã esperança de que talvez ele se entendesse de vez em quando.

A bolsa de bagagem parecia mais pesada.

A magnificência desta mansão, onde ele viveu toda a sua vida, era incrivelmente desconfortável, como se estivesse usando roupas que não serviam em seu corpo.

As coisas que ele tinha apreciado como um Lombardi pareciam afastá-lo.

Enquanto segurava a alça encharcada de suor mais uma vez, Gallahan assentiu.

— … por favor, mantenha-se saudável.

Isso era tudo que ele podia dizer como filho.

— Você vai se arrepender. — disse Rulak.

— Não. Posso sentir saudades de você, mas não vou me arrepender.

Depois de dizer isso, as costas de Gallahan pareciam realmente refrescadas.

A mão de Rulak se moveu como se fosse pegar Gallahan imediatamente.

Mas isso foi tudo.

Rulak não pegou Gallahan no final.

Quando Gallahan pediu uma carona fora da mansão, o cocheiro concordou com a cabeça, fazendo uma expressão confusa.

— Posso te levar para aquele lugar de novo hoje, Sr. Gallahan?

O cocheiro perguntou a Gallahan, que estava descarregando a simples bolsa de bagagem.

— Não. Você não precisa fazer isso no futuro.

Depois de responder isso, ele fechou a porta da carruagem sem hesitação.

Os transeuntes, que uma ou duas vezes olharam para o homem saindo da mansão Lombardi com interesse, logo perderam o interesse quando Gallahan se misturou a eles e começou a caminhar.

— É um alívio.

Gallahan murmurou refrescado.

Graças ao seu pai ter mostrado aquela aparência, seu coração não estava pesado para sair.

Pelo contrário, ele apenas reafirmou que sua decisão de deixar sua família estava certa.

Shan e Lombardi.

Não havia arrependimento sobre a decisão.

— … Shan.

Quando ele chamou o nome dela sozinho, o rosto frio de Gallahan foi inevitavelmente aquecido.

Vamos nos apressar e nos encontrar.

Ele pensou assim e era hora de apressar seus passos.

— … Shan?

Desta vez, ele não estava falando sozinho.

Ele podia ver Shan parada sozinha na frente dele, olhando para baixo para a ponta dos pés chutando o chão.

Gallahan correu em direção a ela sem perceber.

— Shan, o que você está fazendo aqui?

— … Gallahan.

Shan, com a cabeça baixa, olhou para ele.

Quando ele encontrou aqueles olhos verdes, ele não pôde esconder sua empolgação, então Gallahan riu sem jeito.

— Está longe de Onda Azul. O que você está fazendo aqui? Quem você estava esperando?

— Gallahan.

— Sim?

— Eu estava esperando por Gallahan.

Você estava esperando por mim?

Gallahan inclinou a cabeça.

— Você sabia que eu ia por este caminho?

Ela balançou a cabeça em resposta à pergunta dele.

Então, hesitou por um momento antes de responder.

— Nos meus sonhos.

— Sim, no sonho de Shan.

— Eu vi Gallahan. Andando nesta estrada sozinho com uma bolsa. Mas ele parecia tão solitário.

Houve um momento de silêncio.

Era incomum entre os dois que sempre conversavam quando se encontravam.

E quanto mais Gallahan piscava em silêncio, mais nervoso o rosto de Shan se tornava.

— Eu sei.

Por trás de seu silêncio, que parecia uma eternidade para ela, ele abriu a boca.

— Você teve um sonho comigo, não é?

Gallahan riu como uma criança.

Então ele disse, ‘Humm’, e tentou corrigir sua expressão tardiamente, mas não conseguiu esconder seu sorriso.

— Meu desejo de ver Shan era tão grande que até fui para o seu sonho.

Apesar das observações brincalhonas que se seguiram, Shan não conseguiu rir junto.

Ela olhou para a bolsa que ele segurava na mão e perguntou cuidadosamente.

— Você está bem, Gallahan?

— Houve momentos em que meu coração doeu um pouco, mas agora está tudo bem. Graças a Shan, tudo melhorou.

— Que alívio…

Os grandes olhos de Shan, ainda cheios de preocupações por ele, tocaram um canto de seu coração.

E talvez ele estivesse embriagado com aquele sentimento de formigamento, e a coragem como nunca antes surgiu.

Gallahan envolveu cuidadosamente a mão de Shan e a segurou.

— Se você não estiver ocupada agora, pode me dar um tempo, Shan?

— … Sim.

— Então, que tal irmos por aqui?

Os dois começaram a andar na direção apontada por Gallahan.

Felizmente, não foi necessário soltar a mão de Shan.

Gallahan respirava com alegria, suspirando com alívio.

Era algo tão estranho.

Ele tinha perdido tudo há pouco tempo, e parecia que tinha o mundo inteiro.

— Na verdade, meu nome é Gallahan Lombardi.

A história que começou com uma calma autoapresentação foi bastante longa.

Enquanto caminhava, segurando a mão dela até onde seus pés alcançavam, Gallahan mostrou cuidadosamente seus sentimentos que nunca tinha contado a ninguém.

— …

Shan ouviu a história de Gallahan.

Não havia pressa, e não houve grande refutação.

Tudo o que ela fez foi balançar a cabeça de vez em quando, mas aquele pequeno gesto parecia reafirmar a ele que estava tudo bem.

— … então eu empacotei e saí de casa hoje.

Quando ele disse isso, foi como dizer que uma criança imatura tinha fugido de casa.

Gallahan sorriu envergonhado, e de repente percebeu.

— A propósito, Shan… você nunca perguntou nada sobre mim.

Sempre foi Gallahan quem fez perguntas a Shan.

— Porque eu sabia que você ia dizer algo assim um dia.

Shan respondeu com um encolher de ombros.

Talvez ela não esteja interessada em mim.

Gallahan, que estava aterrorizado, explodiu em risos altos.

— Às vezes, Shan é como alguém que realmente sabe o futuro. É por isso que estou mais nervoso…

Gallahan parou de andar primeiro.

Era na frente de uma pequena casa de dois andares com um telhado vermelho.

Com um pequeno som, ele entregou algo que tinha tirado dos braços.

— Chave…

Era uma chave amarrada com uma pequena fita vermelha.

Shan olhou para o que estava sendo segurado na frente dela e perguntou.

— O que é isso, Gallahan?

— Esta é a chave desta casa.

Como se estivesse envergonhada, Shan, que apenas olhou para a chave, virou-se para a casa de telhado vermelho ao longo dos dedos de Gallahan.

— Oh…!

Era aquela casa.

A casa onde ela e Gallahan viveram felizes para sempre.

Percebendo o significado deste momento quando ele deu a chave, Shan engoliu a saliva seca.

— Shan.

Gallahan também estava muito nervoso.

— Mesmo que eu não seja mais um Lombardi, e não seja particularmente bom em nada. Eu amo profundamente Shan. E quero viver com Shan nesta casa.

A borda da fita tremulou junto com os dedos trêmulos, segurando a chave apertada como uma linha de vida.

— Eu estava com pressa para encontrar uma casa aqui porque Shan disse que gostava de Lombardi, mas podemos ir para outra propriedade se quiser. Também há vários pequenos prédios na propriedade Sushou, perto da cidade natal de Shan. Eu não me importo onde é. Shan… Se você estiver ao meu lado.

Com ela, ele seria feliz em construir uma cabana e viver nas montanhas.

— Então, o que quero dizer é…

Gallahan fechou os olhos com força e disse.

— Casa comigo, Shan.

Sim ou não.

Gallahan mal conseguia respirar e esperava por uma resposta.

Mas a resposta foi ouvida raramente.

Eventualmente, Gallahan começou a abrir lentamente seus olhos fechados.

— … Shan—.

— Ah…

Shan estava chorando.

Ela nunca perdeu o riso ao falar sobre sua cidade natal e sua mãe, que havia deixado, ou quando confessou a realidade de repente não ter mais para onde ir.

Ela chorava tristemente sem pensar em enxugar as lágrimas que caíam.

— … e.

— O que você disse, Shan?

Gallahan ouviu atentamente e perguntou novamente.

— Eu pensei que você nunca me perguntaria para sempre.

Ela teme que o futuro mude.

Ela teme que ele faça outra escolha.

Seu coração, do qual ela tinha medo sozinha, se transformou em lágrimas e fluiu.

— Shan.

Gallahan a abraçou.

Era um relacionamento que ele mal alcançou depois de desistir do que tinha quando nasceu.

Tum-tum.

Ouvindo o batimento cardíaco intenso de Gallahan, Shan respondeu a ele.

— Está bem. Vou me casar com você, Gallahan.

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