Volume 1 - Capítulo 34
Nesta Vida Eu Serei A Matriarca
— Ah, mãe…
Shan sorriu de forma constrangida ao pegar na maçaneta da porta do quarto.
— Você voltou?
Ela tentou agir de forma fofa do seu jeito, mas não funcionou em absoluto.
— Shan.
— … sim, mãe.
— Já te disse tantas vezes. Não interaja mais com forasteiros.
— É verdade… Eu fiz.
Soura não proibiu o encontro entre Shan e Avane desde o início. Pelo contrário, ao contrário dos moradores da vila, ela secretamente se orgulhava de Shan, que se interessava pelos forasteiros.
Até, foi Soura quem recomendou que ela fosse falar.
Isso foi cerca de três meses antes de sua atitude mudar.
De repente, um dia, Soura mudou completamente sua atitude em relação a Avane Rophili.
— Não entendo bem, mãe. Por que continua dizendo não?
No final, Shan disse honestamente o que pensava.
— No começo, pensei que minha mãe viu algo sobre Avane Rophili. Talvez ela seja alguém diferente dos forasteiros.
Então Shan também ficou desconfiada por um tempo.
— Mas Avane Rophili é uma pessoa boa. Ela é cheia de paixão pela pesquisa, então não tem tempo para se envolver com outros pensamentos. Então… Se há um problema, não é ela, sou eu. Vai ser.
Shan encarou o rosto de Soura e disse.
— O que raios você viu, mãe?
Ela viu Shan.
Os olhos de Soura, que estavam sem expressão antes de virar a cabeça como se evitasse olhar, tremeram uma vez.
— Não fale bobagens, Shan.
Soura disse, zombando e estalando a língua.
— Você também é minha filha, mas antes disso, é membro da tribo Chara. Só precisa seguir o que eu digo.
— Não pergunte nem discuta. Apenas siga as ordens da minha mãe?
A raiva começou a permear a voz de Shan.
— Seguir incondicionalmente. Não é como se Soura fosse a líder mais sábia que já liderou a tribo Chara.
Bang!
Eventualmente, Soura bateu com força no chão com a bengala que segurava.
Então virou-se para Shan e gritou alto.
— Diga-me se quer saber por quê! Você é a criança que herdará esta tribo depois de mim. Você sabe o que a Igreja Presbiteriana diz sobre se relacionar com forasteiros?
Os olhos confusos de Soura estavam cheios de raiva.
— Se continuar assim, seu futuro pode estar em risco!
Houve silêncio.
Shan balançou a cabeça enquanto abaixava lentamente a cabeça.
Parecia que ela estava se arrependendo. Mas depois de um tempo, Soura percebeu que seu palpite estava errado quando ela levantou a cabeça novamente e viu a carranca de sua filha.
— Não é isso.
Shan falou quietamente.
— Você está mentindo agora.
Mentira.
A mão de Soura segurando sua bengala se contorceu com a palavra.
— A posição de líder é herdada pela pessoa mais forte e capaz da época. E não há ninguém que possa superar minha capacidade de ver o futuro. A Igreja Presbiteriana sabe disso muito bem, então não podem se rebelar contra minha mãe. A próxima líder da tribo serei eu, a filha da minha mãe.
Shan olhou diretamente para Saura.
— Eu sou filha da minha mãe antes de ser membro desta tribo. Eu conheço minha mãe melhor do que qualquer um.
— … shan.
— Diga-me, a verdadeira razão.
Quando ela decidiu, Soura nunca desistiu.
No entanto, Shan também era sua filha que herdou a personalidade de Soura.
— Se não me contar, não vou ouvir minha mãe.
Shan disse teimosamente.
Mas não houve resposta.
— …
Soura hesitou por um momento, depois apenas balançou a cabeça.
E Shan, que olhava com olhos decepcionados, virou-se quietamente e entrou em seu quarto.
Estava barulhento com vozes de pessoas vestidas com roupas estranhas por toda parte.
Era a primeira vez na vida de Shan que via tantas pessoas de uma vez.
Shan olhou para baixo no lugar onde pisava.
Não era a terra de uma vila com solo bom.
Parecia que nem uma única grama podia crescer no chão, que estava completamente coberto por pedras ásperas e duras.
Desta vez, ela ergueu a cabeça e olhou ao redor.
Na vila, em vez das árvores que se viam por toda parte, havia prédios altos.
Ela começou a caminhar ao longo da estrada longa e reta.
Era um mundo estranho cheio de coisas que nunca tinha visto antes.
O caminho de pedra, não o solo macio, fazia seus pés doerem.
Mas Shan continuava olhando para frente e caminhando.
Como alguém com um destino.
E no final da estrada havia uma praça aberta.
No centro, algo enorme era visto jorrando água para cima.
Será a fonte sobre a qual Avane estava falando?
Ela pausou por um momento.
Será que eu quero apreciar a paisagem da praça de longe?
Mas o seu olhar não se virou para a fonte.
Ela estava olhando para um homem sentado sob ela.
Sempre que o vento soprava, a longa barra e o cabelo castanho que ele usava se agitavam.
Enquanto desenhava algo com paixão, ele ergueu a cabeça ao som das risadas das crianças.
Havia calor em seus olhos, que sorriam suavemente para as crianças correndo bem na frente dele.
Então, de repente, os olhos do homem se voltaram para cá.
A princípio, ele parecia estar apenas olhando para a rua, mas de repente ele olhou para Shan.
Ele nem piscou, como se estivesse congelado.
Embora houvesse uma distância considerável, os dois ficaram presos com os olhares por um tempo.
Shan começou a andar novamente.
Era na direção do homem.
E quando finalmente ficou na frente dele, o homem estava olhando fixamente para Shan.
— Oi.
Shan cumprimentou com uma voz sorridente.
— Qual é o seu nome?
Os olhos gentis, com os cantos dos olhos ligeiramente abaixados, se arregalaram.
— … Gallahan.
Ele respondeu com a voz um pouco trêmula.
— Meu nome é Gallahan.
Shan abriu os olhos.
— Gallahan…
Seu coração, que acabara de acordar, batia alto.
Ela se levantou lentamente e ficou sentada, em branco, por um momento.
Hoje, não havia necessidade de abrir um caderno para registrar o conteúdo do sonho.
Ela não esqueceria esse sonho.
— O nome daquela pessoa era Gallahan.
O homem com quem ela sonhou várias vezes, mas só recentemente pôde ver seu rosto.
Finalmente, ela sabia seu nome.
Além disso.
— Conversei com o homem.
No futuro que ela viu em seus sonhos, estava fora da vila.
Ela não sabe exatamente onde encontrou o homem, mas considerando a topografia e o clima, deve ter sido um lugar muito distante da selva.
O que o sonho significava estava claro.
— Estou… saindo deste lugar?
Shan não pensou por um momento.
Era algo que ela nunca imaginara.
Deixar a tribo.
Shan engoliu em seco.
E ela mediu o tempo.
Ainda era cedo, mas estava tranquilo do lado de fora do quarto.
Porque hoje era o dia da reunião dos anciãos com o nascer do sol.
Shan pulou da cama, trocou de roupa rapidamente e saiu correndo de casa.
Os passos pequenos ecoaram pela estrada tranquila da vila.
— Oh, Shan! Irmã Shan!
Uma criança de quatro anos, Onta, que brincava com a terra na frente da casa desde a manhã, acenou feliz para Shan.
— Olá, Onta. Bom dia.
— Hehe, Bom dia!
Era um Onta com muitas risadas e fofura.
A aparência dele era tão fofa, e ele era uma criança pequena que ainda não havia mostrado suas habilidades, mas já, mais de uma ou duas famílias o marcavam como seu futuro genro.
— Se você correr, tome cuidado! Você vai se machucar por causa do tombo!
Shan acenou com força para Onta, que estava preocupado com ela caindo.
— Está tudo bem porque sua irmã é forte! Divirta-se, Onta!
— Uung!
Ohta acenou para ela com um grande sorriso no rosto.
Eventualmente, Shan chegou na frente da casa de Avane em menos da metade do tempo usual.
— Ha, hoo, professora Avane! Já está acordada?
— Hã? O que está acontecendo tão cedo de manhã? Shan, entre.
Felizmente, Avane, que estava apenas tomando café da manhã, recebeu Shan.
— Você ainda não tomou café da manhã, certo? Eu estava solitária comendo sozinha, então sente-se aqui.
Eventualmente, uma tigela de mingau branco e doce foi colocada para Shan.
No entanto, como cortesia, mesmo depois de segurar uma colher, Avane, que fingiu não perceber Shan comendo pouco, finalmente explodiu em risos.
— Acho que algo bom aconteceu. O que foi?
— Isso… Tive um sonho. Sobre um… homem.
— Oh, um homem?
Avane até largou a colher que segurava na mão, brilhando os olhos.
— E então, você sonhou com o seu futuro marido? Você disse que os sonhos de Shan nunca estavam errados!
— Não,
não é! Marido…
O rosto de Shan ficou vermelho.
— Só sonhei em conhecer um homem.
Avane Rophili sorriu de propósito e perguntou.
— Como foi? Você viu o rosto dele?
— Sim.
— Ele é bonito?
— … sim.
Não posso mentir.
Shan se confortou assim.
— Legal, L- legal… Entendi.
— Ah, droga, eu não sei!
Eventualmente, ela reclamou com Avane.
— Agora que você sabe como ele é, você logo o verá, certo? Certo?
— Oh…
A expressão de Shan escureceu instantaneamente.
— Talvez isso nunca aconteça.
— Por quê?
— Porque…
Um suspiro se misturou à voz de Shan.
— Ele não é da nossa tribo. Ele parecia ser alguém de fora.
— Alguém… de fora?
Avane Rophili perguntou surpresa.
— Era uma cidade grande. Havia uma fonte também. Conheci o homem lá embaixo.
Mesmo depois de acordar do sonho, sua memória estava clara o suficiente para explicar os conteúdos do sonho um por um.
— Mas não estou saindo desta floresta. Não teremos chance de nos encontrar.
— Ah, isso…
Avane, que olhou para Shan por um momento, falou cuidadosamente suas palavras.
— Eu não sei muito bem, mas não é fácil para um membro da tribo deixar a floresta, certo?
— Sim, claro.
— Mas se aquele homem realmente for o destino de Shan…
A conversa foi interrompida entre as duas por um momento.
Depois de um silêncio pesado, Shan fez uma pergunta para Avane.
— O nome ‘Gallahan’ é comum lá fora?
— Gallahan? Hmm.
Avane inclinou a cabeça.
— É até um nome muito raro, Shan. Entre as pessoas que conheço, não há uma única pessoa chamada Gallahan.
Tudo o que ela sabia era a aparência da praça onde o conheceu e o nome ‘Gallahan’.
Será que posso encontrar aquele homem assim?
Claro, isso também era a história de quando ela seria capaz de deixar esta floresta.
— Ufa.
Provavelmente não.
Era hora de Shan suspirar pensando nisso.
Avane disse ‘Ah!’ enquanto batia palmas uma vez.
— Já que estamos nisso, o nome do terceiro filho da família Lombardi é Gallahan!