Nesta Vida Eu Serei A Matriarca

Capítulo 0

Nesta Vida Eu Serei A Matriarca

Você não pode apostar a propriedade da família como quiser. Esta já é a terceira vez…!

Tapa!

Com um som desagradável, a cabeça de Florentia virou bruscamente para a esquerda.

Você não serve para nada, como ousa me advertir!

O cheiro de álcool estava forte no corpo do homem que acabara de empurrar os ombros dela.

Vamos dormir. Acalme-se, Astalliu. Vá para lá. E você…

Belsach tentou apaziguar gentilmente seu primo bêbado e depois se virou para Florentia.

E…

Tapa!

Com um som mais alto que o anterior, cinco dedos foram impressos no outro lado do rosto.

Depois de quatro anos desperdiçando o dinheiro de nossa família, você acha que de repente ele pertence a você?

Belasac repreendeu Florentia enquanto segurava o rosto que acabara de levar dois tapas.

Não se engane. Embora você e nós compartilhemos o mesmo sobrenome, com o sangue correndo em suas veias, você nunca fará parte de nossa família. Tudo o que tem que fazer é viver como nossa serva.

Não importa quantas vezes ela ouvisse, aquelas palavras cruéis pareciam uma adaga que acabara de perfurar seu coração.

Se contar ao avô algo do que aconteceu hoje, não vou deixá-la em paz.

Com um aviso, Belasac cuspiu no chão e se virou.

Logo, o som da carruagem ficou cada vez mais distante.

Deixada sozinha no beco escuro, Florentia cerrou os punhos.

Uma gota de sangue vermelho escorria pelos lábios machucados.


Ttrip, ttrip.

— Hiyah, Hiyah.

O pequeno balanço da carruagem e o barulho do cocheiro despertaram Florentia dos pensamentos do passado distante.

Ao levantar ligeiramente as cortinas que cobriam a janela e olhar para fora, ela pôde ver os soldados do Palácio Imperial.

— Então, estamos aqui.

Florentia baixou as cortinas novamente e olhou para frente, sentando-se mais ereta.

Depois de arrumar seu cabelo e vestido que haviam se desarrumado por um tempo, ela parecia um retrato impecável.

Nesse ínterim, sua carruagem passou pelo portão principal e chegou ao Palácio Lambrew.

Andando na carruagem lindamente decorada, o ouro de que era feita exibia seu brilho deslumbrante sob a gloriosa luz do sol da tarde.

— Chegamos.

A carruagem parou e o cocheiro falou educadamente.

— Florentia.

Naquele momento, a porta da carruagem se abriu e um homem bonito a cumprimentou.

— Perez.

Ele beijou as costas da mão dela, após acompanhá-la para fora da carruagem.

Foi um beijo com um significado profundo que não escondeu o desejo em seu coração.

— Perez!

Florentia o chamou, mas Perez apenas sorriu com seus longos cílios piscando.

— Vamos, todos estão esperando por você.

Ela soltou a mão dele e se afastou da carruagem.

Perez, que riu ao ver a ponta de suas orelhas corando levemente, logo a seguiu de volta.

— Aqui no Império Lambrew, não há ninguém que possa reclamar por fazê-los esperar, minha Flore. Você pode ir um pouco mais devagar.

Os dois percorreram um longo caminho hoje.

— Por mais difícil que tenha sido para você vir aqui, aproveite o momento.

Depois de muita perseverança, chegou a hora de comer o doce fruto do seu árduo trabalho.

— Sim. Tive muitos problemas.

Florentia admitiu claramente.

Ela havia percorrido um longo caminho de volta. Provavelmente é até difícil de imaginar.

Ela acrescentou em uma voz pequena que podia ouvir.

— Mas isso não significa que eu deva ser desrespeitosa.

Foi uma resposta firme.

A mulher que o fez se apaixonar por ela desde o momento em que colocou os olhos nela era uma mulher maravilhosa.

Perez riu de alegria novamente.

Logo depois, os dois pararam na porta do salão de banquetes fechado.

— Você está pronta?

À pergunta de Perez, Florentia assentiu brevemente.

— Então, devemos entrar, Matriarca Lombardi.

Ele estendeu a mão para ela.

— Vamos, Sua Alteza, o Príncipe Herdeiro.

Uma mão fina e pálida segurou sua mão.

— Abra a porta.

Perez comandou brevemente o servo à sua frente.

— Sua Alteza, o Príncipe Herdeiro e a Matriarca, Florentia Lombardi entraram!

Uma voz veio de trás da porta, anunciando a chegada e a situação das duas pessoas.

Florentia riu já que a voz soava como música para seus ouvidos.

A porta se abriu lentamente e a luz brilhante do salão de banquetes jorrou pela fresta.

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