Capítulo 543
Regressor da Vida Passada
『 Tradutor: Otakinho 』
Houve almas que não pereceram mesmo após a morte e eram chamadas de ‘Almas do inferno’.
“Eu tenho apenas um pedido. Por favor, envie-me para o mundo espiritual, Mestre”, Joshua perguntou como se estivesse implorando.
Seon-Hu imaginou Joshua sentado no trono do mundo espiritual. Ele podia visualizar uma imagem de Joshua sentado inquieto, cercado pelos mortos. Claro, era verdade que o trono do mundo espiritual não poderia ficar vago, mas Seon-Hu achou difícil atender prontamente ao pedido.
Joshua precisa estar cercado por coisas que estão vivas, não mortas.
Não precisava ser limitado aos humanos. Poderia ser a natureza, ou mesmo a arte – qualquer coisa que pudesse inspirar a vida. Se tratando do trono do mundo espiritual, poderia haver muitos candidatos adequados além de Joshua.
Há outros que poderiam ocupar esse lugar.
Depois de contemplar, Seon-Hu finalmente abriu a boca: “O mundo espiritual é sua única opção? Joshua?”
***
O planeta gigante tinha uma vasta terra coberta apenas por solo marrom-avermelhado. Não havia nenhum vestígio de vida e era apenas uma mera passagem para o mundo espiritual.
À medida que Josué se movia em direção à entrada do mundo espiritual, entidades que vagavam pelo planeta começaram a notá-lo. Eles eram o espírito do Baclan que fundou o Baclan Corps, os espectros da tribo Moong que foi extinta e tribos sem nome em condições semelhantes.
Até mesmo as almas dos Despertos que morreram no Período do Advento estavam lá, mas Joshua apenas lhes deu um breve olhar. Eles eram apenas espíritos desprovidos de qualquer racionalidade, meros aglomerados de energia. Para Joshua, eram componentes insignificantes que guardavam a entrada, indignos de qualquer consideração emocional.
Então, ele fez contato visual com uma das almas. Era a única que manteve a racionalidade de sua vida passada.
Era o espírito do caído Rei Baclan. Estava tremendo de horror quando olhou para Joshua porque os olhos de Joshua continham um poder terrível que poderia fazer os outros estremecerem. Era um poder que nem mesmo foi encontrado no grande ser que apareceu como mensageiro do Lorde Odin e restaurou o reino espiritual. Em outras palavras, era uma habilidade potente que poderia trazer a morte até mesmo aos mortos!
Na verdade, Joshua não estava apenas pensando no espírito do rei caído, mas avaliando a existência de todos os espíritos aqui.
A guerra acabou e não havia mais razão para esses espíritos guardarem a entrada. O tempo de preocupação havia passado. O mundo foi reorganizado pelo único Deus Odin, seu Mestre. Portanto, ninguém poderia ousar se intrometer.
Se tal possibilidade fosse criada, haveria apenas um caso. Joshua convocou seu poder junto com a habilidade concedida pelo Mestre. Então, o espaço se abriu diante dele.
À medida que a lacuna aumentava e revelava o vazio escuro como breu, uma força emanou de Joshua que parecia atrair algo do além. Parecia que a escuridão negra estava sendo sugada em sua direção, muito parecido com quando Doom Kaos convocava os lordes à força.
No entanto, a expressão de Joshua não mudou. Apesar de liberar uma energia tão poderosa, ele simplesmente olhou para a criatura que foi jogada na sua frente.
O Mestre a nomeou Cell. Ela era uma das entidades que se percebiam como enviadas do Mestre, portanto intervinham na ordem cósmica de acordo com a vontade do Mestre. Eles também estavam monitorando a possibilidade de seres capazes de desafiar o Mestre. Algumas estavam coletando almas recém-criadas ou em fuga.
Entre elas, Cell foi quem restaurou o mundo espiritual.
Joshua começou a se mover novamente. As ondas desesperadas e perigosas da energia de Cell estavam prestes a explodir, mas foram reprimidas pela força que Joshua convocou em um instante. Cell não teve escolha a não ser desistir de resistir, sabendo que suas costas estavam sendo pisoteadas. Não era apenas a diferença de habilidade. A confiança enviada pelo Lorde Odin a suas mensageiras também diferiu significativamente.
Antes mesmo que o pé de Joshua tocasse as costas de Cell.
Crack!
A cintura de Cell se dobrou como um arco pela pressão da força exercida. Então, ela se recuperou e seu rosto bateu no chão.
Eu sou Osíris.
Naquele momento, Cell intuiu que se ela levantasse a cabeça, a força avassaladora se tornaria incontrolável, levando à sua própria morte.
Thud, thud, thud-
Algo surgiu dentro de seu peito e Cell percebeu que era a emoção chamada medo. Talvez ela estivesse sentindo o mesmo que sua irmã Elle, que certa vez implorou a Lorde Odin que poupasse suas vidas.
Cell tremeu pela primeira vez desde que ganhou o sentido de si mesma. Ela não conseguia lidar com o olhar frio a encarando nem com os eventos que poderiam acontecer. A decisão do Senhor de permitir sua irmã e sua existência pode ter mudado. Deve ter sido por isso que ele enviou esse deus impiedoso para ela!
Se possível, Cell queria implorar não apenas ao Senhor, mas também a esse deus da morte por sua vida. No entanto, não conseguiu pronunciar uma palavra. Apenas gemidos dolorosos fluíram.
As asas de Cell, que estavam batendo há algum tempo, ficaram imóveis no chão. À medida que seu fim se aproximava, a voz do deus da morte desapareceu.
Seu julgamento, e…
Cell não conseguiu ouvir o fim e perdeu a consciência.
O pecado de interpretar arbitrariamente a vontade dele é imperdoável…
***
Cell agora conseguia abrir os olhos, mas era muito cedo para se sentir aliviada por estar viva. A dor deixada por Osíris, o deus da morte, ainda se contorcia por todo o seu corpo. Além disso, o terror de que Osíris pudesse estar observando-a de algum lugar fez Cell fechar os olhos com força.
O mundo ficou escuro e a cena que ela viu pouco antes de fechar os olhos se desdobrou naturalmente. Bell e Dell. Suas duas irmãs também estavam inconscientes, com rostos brutalmente espancados, e foram abandonadas nas proximidades, assim como ela. Especialmente Bell, a mais poderosa das irmãs, ainda se contorcia de dor mesmo enquanto estava inconsciente.
Ficou claro que Osíris as havia chamado e também as puniu severamente. Como ele foi enviado pelo Senhor, suas ações cruéis devem ter sido chamadas de ‘castigo’. Mesmo aquelas que nasceram da divindade do Senhor e foram nutridas com grande poder eram apenas pecadoras diante do mensageiro enviado pelo Senhor.
Apesar do seu destino de defender a divindade e a ordem do Senhor, elas cometeram “pecados” devido ao seu desejo de existir.
O erro delas começou desde o início. O dia que sua irmã Elle avisou havia chegado. A única sorte foi que ela ainda estava viva.
Cell então ouviu um farfalhar. Quando abriu os olhos com cuidado, viu as costas de Bell, que tentava se levantar. Considerando que ela estava abrindo uma rachadura no espaço, era óbvio que estava tentando sair para monitorar quaisquer desafios contra o Senhor.
Ela ainda faria seu trabalho para o Senhor, mesmo imediatamente após ser punida.
“Pare, Bell!” Cell se levantou e gritou. Ela teve que parar Bell porque não podiam mais incomodar o Senhor com os atos tolos da irmã.
Bell disse: “A punição acabou. Osíris reconheceu nossa utilidade.”
Honestamente, Cell admirava Bell. Apesar da luz vermelha escura que pairava sobre o rosto de Bell, mostrando a influência dolorosa de Osíris, ela permaneceu firme. Seus olhos ainda estavam cheios de determinação implacável.
O medo e a dor que Osíris causou foram inacreditáveis, mas não afetaram as nobres crenças de Bell. Bell era de fato a mais qualificada para eliminar antecipadamente qualquer possibilidade de desafio para o Senhor.
Cell estava com inveja, mas precisava admitir e perguntou de bom grado: “Não estávamos erradas?”
“… Temos que provar isso de agora em diante.”
Cell percebeu que Bell hesitou.
Eu sabia.
Bell também não conseguiu escapar completamente do medo que Osíris criou. Ela começou a pegar suas armas no chão. Ela segurava uma lança que perfurava inúmeros inimigos no campo de batalha eterno e, por outro lado, um escudo que a defendia contra ataques malignos. Ela parecia pronta para saltar para outra dimensão.
Cell perguntou: “Você encontrou?”
Entre todas as formas de vida na dimensão, algumas poderiam alcançar a iluminação sobre a energia vital. Cell estava perguntando sobre elas. Seu inimigo de longa data, Doom Kaos, também poderia ter nascido assim.
As possibilidades que Bell caçava em seres que poderiam eventualmente se transformar em um poder que poderia desafiar o Senhor. Machados surgiram das palmas vazias de Cell. Bell falou friamente: “Não interfira. Este é o meu destino.”
“Com tais ferimentos?”
“Eu estou te avisando. Eu não preciso de sua ajuda. Nem agora, nem nunca.”
Cell sentiu algo quente e desagradável se contorcendo dentro dela, mas não conseguiu retrucar Bell. Tudo o que ela podia fazer era observar as costas de Bell enquanto ela saltava para além do espaço.
O que ela poderia fazer? Assim como o status delas diferia do mensageiro enviado pelo Senhor, também diferia entre as irmãs.
***
Naquele momento, Seon-Hu terminou sua explicação.
“Ele não reagiu mesmo quando eu lhe dei grande poder. Ele disse que estava grato, mas parecia que estava dizendo isso apenas por considerar meus sentimentos. É um assunto complicado.”
“Foi uma boa decisão confiar-lhe a responsabilidade.”
Woo Yeon-Hee aproximou-se de Seon-Hu para confortá-lo. Ela pegou um pedaço de sushi e levou-o à boca. Era comida servida pelo convidado indesejado do pai de Seon-Hu. Embora Yeon-Hee não gostasse muito de sushi, este combinava com seus gostos.
“Joshua deseja a sua felicidade assim como você deseja a dele. Quanto mais ele souber que você está esforçando por causa dele, mais ele se culpará. Você entende isso, certo?”
Woo Yeon-Hee falou com preocupação, temendo que Seon-Hu pudesse rejeitar a comida. Porém, ele lenta e cuidadosamente começou a saborear o sushi, até mesmo aproveitando para mergulhá-lo levemente no molho de soja.
Seon-Hu disse depois de engolir comida: “Quando Joshua era civil, ele já estava no topo, mesmo entre a classe mais alta”.
“Huh?”
“Este sushi é bom o suficiente para as pessoas comuns, mas é isso. Não basta para conquistar o coração de Joshua.”
E se tivesse sido um sushi melhor? Ou se fosse um prato que lhe trouxesse nostalgia? O resultado teria sido diferente, mesmo que só um pouco?
Seon-Hu adicionou mais algumas palavras com esse significado. Ao ouvir isso, o rosto de Woo Yeon-Hee iluminou-se instantaneamente. Logo depois que Seon-Hu mencionou que iria viajar, ele disse: “Você quer ficar aqui mais tempo?”
A resposta que lhe veio à mente foi clichê, mas Woo Yeon-Hee falou com sinceridade. “Qualquer lugar está bem, desde que eu esteja com você.”
“Não se trata apenas de comida. Natureza deslumbrante, obras de arte comoventes. Precisamos pensar grande. Vamos explorar e experimentar todas as coisas bonitas do mundo, Woo Yeon-Hee.”
Quando Seon-Hu sorriu assim, Woo Yeon-Hee poderia finalmente deixar de lado suas preocupações.
“Vamos falar com meu pai.”
Seon-Hu abriu a porta e foi para a sala.
“Pai.”
A conversa que ocorreu lá foi realizada enquanto Seon-Hu e Woo Yeon-Hee estavam conscientes. A conversa tranquila foi repentinamente interrompida por ele.
A única pessoa que mostrou movimento foi seu pai, Na Jeon-Il. Como se o tempo tivesse parado, os dois convidados indesejados permaneceram imóveis. Seus olhos estavam fixos para a frente, piscando, e seus pescoços estavam rígidos. Eles estavam prendendo a respiração, então pareciam humanos taxidermizados.
Seon-Hu não tinha feito nada com eles. Eles ficaram tensos no momento em que Seon-Hu apareceu.
“Você gostou do sabor do sushi?” Na Jeon-Il perguntou.
“Sim.”
Seon-Hu ficou atrás do sofá onde os dois convidados indesejados estavam sentados. Seus pescoços estavam úmidos de suor frio, mas não por causa do calor da casa. Seon-Hu baixou o olhar e olhou para a testa de um dos convidados.
“Park Woo-Cheol, filho de Park Choong-Sik.”
Foi só quando Seon-Hu falou que o tempo congelado de Park Woo-Cheol começou a se mover novamente. Park Woo-Cheol se ajoelhou como se estivesse caindo para frente.
“É… é uma honra para minha família… Lorde Odin…”