Volume 1 - Capítulo 72
Dao of the Bizarre Immortal
O que… é isso?
Enquanto olhava para aqueles olhos, Li Huowang sentiu seus pensamentos ficarem devagar enquanto as redondezas mais bizarras — e em vez de afogar na água, ele sentiu estar flutuando no céu.
Enquanto isso, a lama no fundo do lago mudou, deixando a água ainda mais turva. À medida que a lama subia, a figura preta com seus sete olhos se movia.
No momento que a lama envolveu completamente Li Huowang, viu uma mandíbula em decomposição que era ainda maior que uma montanha. Naquela mandíbula, havia um número incontáveis de tentáculos e ganchos.
Não… não desse jeito.
Li Huowang usou toda força para desembainhar a espada.
Quando estava prestes a cortar o próprio pescoço, os tentáculos o envolveram e os ganchos enfiaram em sua carne, o arrastando para a boca ensanguentada.
Enquanto isso, Yuan’er no barco, olhou para o lago borbulhando e os passageiros afogando antes de olhar tensamente para o velho que estava ajudando.
— Bisavô, vamos para casa. Considerando que tivemos a ajuda do Lorde do Rio, eles estão praticamente mortos — falou Yuan’er.
O velho olhou friamente para ele antes de balançar a cabeça: — Volte para a nossa aldeia!
Ao ouvir a raiva na voz, Yuan’er começou a entrar em pânico, mas não podia fazer nada. Imediatamente, colocou dois dedos na boca e assobiou para sinalizar o recuo.
Os pequenos barcos rapidamente recuaram no denso campo de juncos.
O campo inteiro era enorme, formando um labirinto natural. Porém, considerando que as pessoas da Família Yuan cresceram aqui, estavam muito familiarizados com a área.
Após dar algumas voltas e reviravoltas no campo de juncos, os barcos finalmente atracaram numa pequena ilha feita de juncos entrelaçados. Esta era a casa da Família Yuan.
A ilha era feita totalmente de juncos, incluindo as pequenas cabanas construídas no topo.
Yuan’er já havia se acostumado à vista incrível deste local e não foi afetado. Ao invés disso, estava preocupado com outra coisa.
Quando viu seu bisavô descer do barco com a bengala e entrar numa das cabanas sem falar nada, apenas rangeu os dentes e seguiu.
Os outros membros da Família Yuan viram o que estava acontecendo e seguiram silenciosamente. A atmosfera estava meio pesada.
As cabanas aqui pareciam pequenas por fora, mas eram surpreendentemente espaçosas por dentro; havia até um local dedicado para cria de porcos e patos.
Yuan’er seguiu seu bisavô até um grande salão com espinha de peixe enorme servindo como pilares de suporte.
Velas iluminavam o cômodo. No meio do salão estava uma linda pintura de tinta descrevendo uma carpa nadando numa cachoeira. Abaixo estavam cinco tábuas memoriais.
Este era o salão ancestral da Família Yuan.
— Se ajoelhe para o Lorde do Rio e nossos ancestrais! — gritou o velho.
A expressão de Yuan’er ficou séria quando dobrou os joelhos e imediatamente se ajoelhou, reverenciando as tábuas memoriais três vezes. Atualmente, não era o capitão arrogante do barco, mas um simples jovem esperando a punição de seus anciões após cometer um erro grave.
O velho o circulou algumas vezes antes de levantar a bengala e bater com força na sua nuca.
Sob a força imensa, a cabeça de Yuan’er começou a sangrar enquanto hematomas surgiam por todo seu corpo. Contudo, apesar da dor, apenas rangeu os dentes, não ousando se mover.
Somente após ver que o velho estava cansado que fez um movimento. O velho estava ofegando enquanto se apoiava na bengala. Yuan’er reverenciou ele: — Bisavô, eu cometi um erro grave.
— O que fez de errado? — perguntou o velho enquanto olhava com raiva.
— Fui muito descuidado. Não sondei a força real deles antes de montar a armadilha. Por causa disso, falhei me perceber que havia alguém forte lá, causando a morte de vários irmãos e sobrinhos — respondeu Yuan’er.
— Hmph! Então você sabe o que fez de errado! — A raiva do velho dissipou um pouco.
Yuan’er se debateu um pouco antes de falar relutante: — Já disse a palavra código para sondar quem era o Taoísta, mas aquele pirralho não deu uma resposta apropriada!
Splat!
De repente, a bengala do velho foi enfiada no olho esquerdo de Yuan’er, o destruindo.
— AAAAAH! — Yuan’er segurou a lateral esquerda do rosto com dor enquanto rolava no chão. Porém, se recuperou rapidamente antes de ajoelhar e reverenciar o velho.
Olhando para o jovem na sua frente, o velho suspirou e seu rosto exibiu muita preocupação.
— Júnior, não pense que está acima dos Céus e da Terra quando só realizou algumas invasões de sucesso. Embora possa parecer que não tenhamos nenhuma preocupação ou problemas, não é fácil fazer este trabalho por muito tempo. Temos que observar cuidadosamente e agir com velocidade! Originalmente, queria passar o manto e fazê-lo continuar o trabalho da nossa família. Contudo, pensar que além de cometer um grande erro, ainda culpa os outros por isso. Creio que não possa mais confiar este trabalho importante a você — esbravejou o velho.
Yuan’er entrou em pânico quando ouviu isso. Desconsiderando a dor, implorou: — Bisavô! Sinto muito! Realmente me arrependo! Não cometerei o mesmo tipo de erro de novo! Se cometer este erro novamente, esmagarei pessoalmente meu outro olho e me cegarei! Eu prometo!
— Você acha que poderia pagar pelas vidas de dezenas de pessoas só com um dos olhos? Pare de sonhar! — gritou o velho. Então, balançou as mãos.
Havia várias pessoas observando a cena fora da cabana, os dois entraram com um prato assim que o velho balançou a mão. O prato tinha várias espinhas de peixe-branco bizarros.
— Você precisa ser punido por cometer um erro. Existem regras que todos abaixo dos Céus devem seguir e a Família Yuan não é exceção. Se conseguir aguentar e passar com sucesso pela provação de saltar o Portão do Dragão, então esta questão será esquecida e você poderá herdar a família. Se não conseguir, então garantirei um enterro apropriado a você — disse o velho.
Olhando para as bizarras espinhas de peixe, Yuan’er começou a tremer. Entretanto, todo seu desejo de fugir sumiu quando viu seu bisavô ficar ao seu lado.
As espinhas curvadas perfuraram lentamente sua pele e rasgaram sua carne antes de finalmente entrar em contato com seus ossos.
Assim que rangeu os dentes e se preparou para aguentar a tortura, alguém gritou da porta: — Bisavô! Algo está acontecendo! Venha, rápido! A água do lago está ficando vermelha!
Quando todos chegaram na beira da ilha, ficaram chocados pela cena.
A água do lago fora tingida numa cor carmesim enquanto um fedor bizarro preenchia o ar.
Naquele momento, todos os moradores olharam para o eixo central da aldeia, o bisavô.
Enquanto isso, a expressão do velho mudou bem rápido quando balançou a mão direita: — Acendam o incenso!
Logo, o incenso e os sacrifícios foram preparados. Um grupo de pessoas ajoelhou perto da margem e reverenciaram continuamente para o lago agora carmesim.
Vendo que a cor não estava voltando ao normal, o velho se preparou mentalmente quando se virou e caminhou na direção de um grupo de senhoras segurando seus bebês.
Os bebês estavam usando roupas novas enquanto o cabelo foi amarrado em cones com fios vermelhos.
O velho tirou um pincel e banhou em cinábrio antes de usar o pincel levemente para fazer um ponto vermelho em dois bebês.
Os dois estavam alheios ao que estava ocorrendo e riram.
O velho deu um tapinha gentil em suas cabeças e respirou fundo. Ele fechou os olhos; não conseguia ver o que estava prestes a acontecer.
— Vai — ele disse.
Ao ouvir isto, dois homens pegaram os bebês que nem tinham três anos das senhoras soluçando e caminharam até a margem. Assim que chegaram e estavam prestes a jogar os bebês na água, pararam de repente.
— Hmm? — O velho estreitou os olhos ao encarar o lago carmesim. Algo estava vindo.
Então, sob os olhos chocados de todos, um Taoísta completamente encharcado caminhou até a margem com a cabeça abaixada. Algo estava preso em seu pescoço.
O velho deu uma olhada melhor e viu que havia uma espada presa no pescoço de Li Huowang com um pedaço de junco!