De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência

Volume 9 - Capítulo 843

De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência

843 Karma e Água Sanitária

Dan acordou com o barulho de objetos batendo no chão. Abriu os olhos, com a cabeça latejando e a boca seca. O cheiro o atingiu primeiro — uma mistura de urina, vômito velho e produto de limpeza industrial. "Que diabos?", resmungou. "O que aconteceu ontem à noite?". Ele se sentia como se tivesse levado um atropelamento seguido de uma briga de touro! Piscou os olhos para focar a visão, e então o ambiente finalmente fez sentido.

Estava encolhido num canto de um banheiro imundo, os azulejos frios contra sua pele. O corpo doía, rígido da posição desconfortável em que estivera deitado. Gemendo, tentou se levantar, mas os braços estavam fracos, como se um elefante tivesse dormido em cima deles. "Noite agitada, hein?", disse uma voz.

Dan virou lentamente a cabeça em direção à voz, entrecerrando os olhos na luz forte. Um zelador careca estava perto, encostado no cabo de um esfregão, olhando para ele com aborrecimento. Dan tentou responder, mas a garganta estava seca, e tudo o que saiu foi um rouco grasnido.

"Vamos, levanta", disse o zelador. "Essa é a minha última área antes de ir para casa". Os olhos de Dan se arregalaram de surpresa. "Que horas são?", perguntou. O zelador franziu a testa. "Mais de dez", respondeu. "Merda", exclamou Dan. "Já é tão tarde? Por que você não me acordou antes?".

O zelador fez uma careta. "Não é minha culpa você ter se embebedado ontem à noite", resmungou. Dan se levantou freneticamente. Suas pernas bambearam, e ele quase caiu para frente, se segurando na beirada da pia a tempo.

Ao fazer isso, o pé dele bateu em algo duro. Ele ouviu um barulho e olhou para baixo para ver que tinha derrubado o balde do zelador. A água marrom escura se espalhou pelos azulejos, formando poças ao redor de seus sapatos. "Olha por onde anda!", repreendeu o zelador. "Meu Deus, por que tenho que me deparar com idiotas todo dia e toda noite?", começou a reclamar. Enquanto isso, Dan estava prestes a sair correndo do banheiro, mas o chão estava mais escorregadio do que ele havia previsto. Antes que pudesse se dar conta, caiu de novo no chão, nadando na poça rasa de sujeira e vômito. O zelador o olhou com os olhos arregalados, e rapidamente pressionou os lábios para evitar que risse. Enquanto isso, Dan engasgou; a visão e o cheiro eram demais para seu estômago já debilitado.

"Bem, não vou mentir — isso alegrou minha manhã", disse o zelador, sorrindo. Dan gemeu e torceu as roupas antes de se lavar na pia. Não adiantou muito, pois ainda cheirava a fezes, xixi e vômito. No entanto, ele não tinha tempo para pensar. Junho. Sr. Kim. A sala VIP. O que tinha acontecido? Como ele tinha parado naquele estado?

Ele precisava de respostas, mas a névoa em sua mente dificultava a concentração em qualquer coisa por mais de alguns segundos de cada vez.

Saiu do banheiro e entrou no corredor, piscando sob a luz mais forte. O corredor estava deserto, e a boate agora estava silenciosa e vazia. O telefone vibrou no bolso, e ele apressadamente o tirou, os dedos ainda tremendo. A tela mostrava uma chamada perdida de Lei, e enquanto ele olhava para ela, outra mensagem apareceu: "Venha ao escritório. Agora."

Dan engoliu em seco, a boca seca como lixa. Tentou se lembrar, mas quanto mais se forçava a se recordar, mais nebulosa a noite se tornava. Ele precisava ir primeiro à sala VIP. Talvez alguém ainda estivesse lá. Talvez o Sr. Kim tivesse deixado um bilhete, ou talvez Junho ainda estivesse por perto. Qualquer coisa para explicar que diabos tinha acontecido.

Quando chegou à sala VIP, abriu a porta e imediatamente sentiu o estômago cair. A sala estava vazia. As luzes estavam apagadas, as mesas limpas, os sofás vazios. Não havia sinal de Junho, do Sr. Kim ou de qualquer um dos outros que tinham estado lá na noite anterior. Dan xingou baixinho, a mão tremendo enquanto alcançava o telefone. Ele precisava encontrar Junho. Mas quando Dan ligou, a chamada foi direto para a caixa postal. Ele clicou a língua com aborrecimento. Tentou ligar para o Sr. Kim, mas a chamada nem sequer conectou. Era como se o número do Sr. Kim tivesse sido desativado ou, pior, bloqueado. Seu telefone vibrou novamente, outra mensagem de Lei: Dan amaldiçoou mais uma vez, guardando o telefone no bolso. Enquanto voltava para o estacionamento, ele continuou revivendo as poucas lembranças que tinha da noite anterior. Junho, drogada e indefesa no sofá. Sr. Kim, praticamente salivando ao ver a ídolo. E então… nada. Ele encontrou seu carro estacionado onde o havia deixado, e suspirou aliviado ao ver as chaves ainda no bolso. Sentando-se no banco do motorista, ele pôde sentir o próprio cheiro. Isso o fez engasgar, mas ele se forçou a se concentrar. Ele não tinha tempo para se preocupar com o cheiro. "Tudo bem", disse Dan, tentando se acalmar. "Tenho certeza que eles se divertiram muito. Aposto que o Sr. Kim ainda está com a Junho". Com sua afirmação, seu coração começou a se acalmar, e um sorriso se formou em seus lábios. "É isso mesmo", murmurou. "O negócio está fechado. Só preciso levar o contrato para o Sr. Kim mais tarde para selar."

Então, ele ligou o rádio, o pequeno espaço ressoando com o som da nova música da popstar Bobo Sawa. "Karma e água sanitária. Joguei na cara do seu pai!

Se eu tivesse um desejo, jogaria na cara da sua mãe!" Dan balançava a cabeça no ritmo, achando a música muito boa. Quando finalmente chegou, estacionou o carro de qualquer jeito no estacionamento e apressou-se para dentro, ignorando os olhares de desgosto da equipe. "Meu Deus, que cheiro é esse?", "Isso cheira pior que o apartamento da minha ex.", "Droga. Quem deixou esse cara entrar?". A porta do escritório do CEO estava levemente entreaberta quando ele chegou. Ele hesitou por um momento. No entanto, rapidamente se tranquilizou e abriu a porta. Lei estava sentado em sua mesa, de costas para a porta, olhando para a grande janela atrás dele. O escritório estava assustadoramente silencioso, e o único som era o leve zumbido do ar condicionado. Dan fechou a porta suavemente atrás dele. "Sr. Lei", começou Dan. "Vim assim que recebi sua mensagem."

Lei não respondeu imediatamente. Permaneceu de frente para a janela, a postura rígida, as mãos apoiadas nos braços da cadeira. Apesar de sua coragem inicial, Dan se viu com as palmas das mãos suadas. Lentamente, Lei girou na cadeira para encarar Dan. Sua expressão era ilegível, seus olhos escuros e penetrantes. "Você cheira a cocô", disse Lei, o tom uniforme, quase casual. Com isso, Dan soltou uma risada. Ele estava de bom humor! Lei devia tê-lo chamado para compartilhar as boas novas! "É, noite agitada", disse ele alegremente. "Mas, uh, sobre o contrato. Tudo correu bem ontem", continuou, acenando com a cabeça como se estivesse se convencendo. "Sr. Kim… ele se divertiu. Vamos assinar o contrato hoje, certo?".

O olhar de Lei não vacilou. Ele simplesmente encarou Dan, os olhos se estreitando levemente. Finalmente, Lei suspirou, o som longo e cansado. Ele se recostou na cadeira, os olhos nunca deixando os de Dan. "O Sr. Kim não quer mais assinar o contrato."

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