Volume 9 - Capítulo 839
De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência
O coração de Dan disparou ao ver o Sr. Kim olhando para June como se ele fosse o mais delicioso bife.
Parecia que o comprimido finalmente havia feito efeito em June. A taça de álcool que ele lhe dera havia algum tempo também continha um tranquilizante, então não havia como June entender o que estava acontecendo à sua volta.
June estava sentado quieto, os olhos semicerrados e a cabeça levemente caída, como se estivesse quase inconsciente.
Tudo estava indo conforme o planejado.
O Sr. Kim recostou-se na cadeira, os lábios curvados em um sorriso satisfeito. "Obrigado", disse ele, com a voz baixa e rouca. "Traga-me o contrato até amanhã de manhã."
Dan assentiu, com expressão calma e profissional, mas por dentro, já estava comemorando.
"Claro, Sr. Kim", respondeu ele, com desenvoltura. "Vou cuidar de tudo."
Ele se virou para June, colocando uma máscara de preocupação.
Ele até sentou ao lado dele e colocou a mão em seu ombro. "Só preciso ligar para alguém", disse ele, a voz carregada de falsa gentileza.
"Já volto para te levar para casa, tudo bem?"
June abriu os olhos, mas não conseguiu mantê-los abertos por muito tempo.
Com isso, ele apenas acenou em concordância, fazendo Dan sorrir maliciosamente.
Dan saiu da sala, e sua expressão rapidamente mudou para uma de triunfo.
Ele enfiou a mão no bolso e tirou o celular, ligando para Lei.
Lei havia sido quem sugeriu esse pequeno arranjo, então Dan estava ansioso para relatar seu sucesso.
Enquanto o telefone tocava, Dan sentiu uma onda repentina de tontura. Ele franziu a testa, tentando se livrar da sensação.
"Nossa", murmurou ele. "Essa soju é forte."
"Ou estou ficando velho?", riu ele. "Minha tolerância ao álcool não é mais a mesma."
"Dan", disse Lei, trazendo Dan de volta à realidade.
"Senhor Lei", disse Dan, mantendo a voz firme apesar da tontura crescente.
"Você ligou cedo", disse Lei.
Dan sorriu, encostando-se na parede. "Bem, claro. Eu disse que June viria e se juntaria a mim imediatamente."
Lei riu. "Parece que ele é realmente mais inocente do que eu pensava."
"Bem, como foi?"
Dan sorriu enquanto olhava para os arredores.
"O negócio está praticamente fechado."
Lei não conseguiu esconder o sorriso.
"Bom", disse ele. "Você já tem o contrato. Faça ele assinar até amanhã. Certifique-se de trazer June de volta também, e distorça a verdade. Faça parecer que ele quis."
"Assim, ele não poderá fazer nada."
"Claro", Dan sorriu. "Essa é a minha especialidade."
"Bem, preciso ir ao banheiro agora. Bebi um pouco demais, e minha bexiga não aguenta mais."
Lei riu divertido.
"Vou confiar a você. Até amanhã de manhã."
Com isso, Dan encerrou a ligação com um largo sorriso no rosto. Ele parou de se encostando na parede e estava prestes a ir ao banheiro quando tropeçou.
Felizmente (ou não), ele conseguiu se segurar antes de cair, até rindo divertido.
"Parece que eu realmente bebi muito hoje à noite."
De volta à sala, June continuou imóvel.
Não era a primeira vez que ele se deparava com algo assim, então ele aprendera a reconhecer os sinais. Fingir inocência era fácil — afinal, era um papel que ele já havia desempenhado antes.
Agora, todas as outras partes de seu plano precisavam funcionar juntas para que desse certo.
Os homens na sala começaram a murmurar entre si.
Suas vozes sussurradas estavam cheias de comentários grosseiros sobre a aparência de June.
Um deles se aproximou do Sr. Kim, com um sorriso malicioso no rosto. "Você acertou na loteria hoje à noite, Sr. Kim", disse ele, rindo. "Esse aí é uma verdadeira beleza."
Os olhos do Sr. Kim nunca deixaram June. "Ele se comporta bem?", perguntou ele, com a voz baixa e firme.
Um dos outros homens acenou com a cabeça, ansiosamente. "Sim, Dan deu algo para mantê-lo calmo. Ele não vai causar problemas."
Naquele instante, o telefone do Sr. Kim tocou, interrompendo a conversa.
Seu telefone estava no sofá, bem entre ele e June, então este último podia vê-lo de sua posição.
June, com os olhos ainda semicerrados, olhou sutilmente para o telefone.
"Querida", lia-se na tela.
A ironia de tudo quase o fez sorrir. Quase.
Ele observou enquanto o Sr. Kim rejeitava a chamada sem pensar duas vezes, voltando sua atenção para os outros velhotes esquisitos.
Foi então que June sentiu — um leve toque em sua mão.
Ele conteve o impulso de vomitar quando o Sr. Kim começou a brincar com suas mãos.
June não se moveu, mas abriu os olhos apenas um pouco, o suficiente para ver Hyuck olhando para ele.
Seus olhos se encontraram brevemente, e June deu um aceno quase imperceptível. Hyuck entendeu imediatamente.
Com o máximo cuidado, Hyuck deu um passo à frente, fingindo tropeçar. Ele soltou um pequeno grito de surpresa quando a bebida em sua mão espirrou no Sr. Kim, molhando a frente de sua calça cara.
"Ah, desculpe!", gaguejou Hyuck, curvando a cabeça em sinal de constrangimento. "Eu não queria..."
O Sr. Kim o interrompeu, sua irritação mal contida.
"O que você está fazendo?", exclamou um dos homens. "Você sabe quanto isso custa? Custa mais que sua vida!"
"É, olha por onde anda, seu imbecil desastrado", outro comentou.
O Sr. Kim levantou-se e pegou alguns guardanapos, limpando a calça.
"Tudo bem", disse ele. "Essas vão sair mais tarde de qualquer jeito", ele até brincou, fazendo a sala explodir em risos.
O rosto de June se contorceu de nojo, e foi uma bênção que a atenção do Sr. Kim estivesse em seus colegas e não nele.
"Deixe-me ajudar a limpar, senhor."
"Eu também!"
"Sim, não podemos nos dar ao luxo de estragar o tecido caro."
June queria balançar a cabeça, sentindo um pouco de pena do grupo de homens. Mas, novamente, eles escolheram esse tipo de vida, e June também sabia que eles não eram boas pessoas nem um pouco.
Enquanto o grupo de homens bajulava o Sr. Kim, June viu algo pela visão periférica.
Era o telefone do Sr. Kim, e estava tocando novamente — sua esposa.
June olhou sutilmente ao redor, confirmando que ninguém estava olhando para ele.
Essa era a cereja do bolo.
Então, June pressionou o botão "atender".