Volume 8 - Capítulo 778

778 Velhos Esquisitos

"Por que ele chamou todo mundo?", resmungou Akira, continuando a devorar os salgadinhos que a empresa havia preparado.

Jaeyong estalou a língua. "Você não tem o direito de reclamar. Já comeu metade das coisas da mesa de lanches."

Atualmente, os funcionários, incluindo estagiários, pessoal interno e alguns artistas que não tinham compromissos na agenda, estavam reunidos na maior sala de conferências da Azure.

Akira suspirou. "Isso ainda não muda o fato de que não sabemos por que estamos aqui."

"Alguém te contou, Jay?", perguntou.

Jay balançou a cabeça. "Não faço ideia. É a primeira vez que o Sr. Ong chama todo mundo da Azure Entertainment."

"Minha única reclamação é que não temos cadeiras", comentou Zeth. "Por que só os velhos têm lugares sentados?"

"Bem, para ser justo, alguns deles não conseguem andar cinco minutos sem as juntas desgastarem", comentou Akira.

"E tem mais!", acrescentou Zeth. "Também não entendo por que tantos velhos comandam a empresa. É a mesma coisa na política!", desabafou. "Por que quem está liderando o país está à beira da morte?"

"Nossa, você parece ter muitas opiniões", observou Jay.

"Quero ir para casa", reclamou Akira, enchendo a boca com azeitonas doces.

Jisung balançou a cabeça. "Não reclame tanto. Se alguém tem direito de reclamar, é o June."

Os rapazes se viraram para June, que estava sendo bombardeado por pessoas de diferentes faixas etárias.

"June! Posso tirar uma foto também?"

"Minha filha gosta muito de você. Você é solteiro?"

"Posso ter seu autógrafo, por favor?"

"June, certo? Que tal você dançar pra gente mais tarde?"

Zeth balançou a cabeça divertido. "Quem aposta que o June está de mau humor?", perguntou.

Os membros, junto com Jay, levantaram as mãos.

"Ah, é óbvio", riu Jay. "Ele odeia isso."

A verdade é que June só queria escapar daquelas pessoas cujo hálito cheirava a caviar.

Felizmente, o sofrimento de June foi interrompido quando a porta se abriu, revelando o Sr. Ong em sua cadeira de sempre.

Assim que as pessoas perceberam que era o Sr. Ong, se afastaram de June e fizeram uma reverência respeitosa.

June suspirou aliviado e voltou para seus companheiros de grupo, que o olhavam com sorrisos maliciosos.

O Sr. Ong lançou um olhar ao redor, sorrindo satisfeito ao ver todos fazendo reverência. No entanto, seu sorriso desapareceu e uma pequena carranca se formou em seu rosto quando ele percebeu que June não estava abaixando a cabeça – nem um pouco.

O Sr. Ong estreitou os olhos para June, mas este apenas sorriu de canto.

De jeito nenhum June ia se curvar para ele. June só se curvava para quem merecia.

O maxilar do Sr. Ong se contraiu, mas ele sorriu rapidamente quando os outros o saudaram com entusiasmo. "Agora", disse ele, silenciando a todos. "Vocês devem estar se perguntando por que os chamei para esta reunião. Este é um dia especial, então quero comemorá-lo com todos vocês."

A multidão murmurou animada, e os membros do EVE também se perguntaram o que o Sr. Ong tinha na manga.

"Como todos vocês sabem, a quinta temporada do Rising Stars acabou de terminar, e agora temos um grupo feminino sob nossa proteção."

"Para comemorar este momento especial, decidi dar uma festa para as meninas!", exclamou. Zeth estreitou os olhos. "Ele fez algo assim por nós?"

"Com certeza não", afirmou Sehun.

"Hmm, interessante", comentou Ren.

As portas se abriram, revelando as cinco integrantes do LUNAIRE. Elas estavam totalmente maquiadas, e sua beleza, quase etérea, iluminou instantaneamente a sala.

"Eu não estou bravo, não", sorriu Akira. "Eu adoraria conversar com nosso grupo júnior!"

June estalou a língua e estendeu o braço para impedir Akira de se aproximar do grupo de meninas. Então, o encarou.

"Nem pense nisso", avisou. "Seja profissional."

Akira estava prestes a discutir, mas viu a seriedade na expressão de June, então suspirou e concordou.

"Aqui estão as meninas!", exclamou o Sr. Ong, ao lado delas.

Havia um olhar travesso em seus olhos, e June jurou que nunca o tinha visto tão feliz.

Os outros também, especialmente os homens mais velhos, pareciam particularmente animados, fazendo June morder o lábio. O Sr. Ong estendeu o braço, apoiando-o no ombro de Mina.

"Não são lindas?", perguntou. "Vou garantir que elas também se tornarão o Grupo Feminino Nacional, semelhante ao EVE. Fiz tudo ao meu alcance para levar o EVE ao topo, e olhem onde eles estão agora."

A equipe acenou como ratinhos cegos – prontos para aceitar e obedecer a tudo o que o Sr. Ong estava dizendo.

Naquele momento, a mão do Sr. Ong desceu lentamente, fazendo os olhos de June se estreitarem ainda mais.

“Omo”[1] Tiona não gostou de como as meninas ficaram cada vez mais desconfortáveis.

June olhou em volta para ver se outras pessoas achavam aquilo estranho. Algumas estagiárias, especialmente as jovens, desviaram o olhar, também parecendo desconfortáveis.

No entanto, os outros funcionários, mais especificamente os velhos esquisitos, estavam gostando do espetáculo.

"Acho que deveríamos fazer alguma coisa", disse Jaeyong.

Zeth estalou a língua. "Ele é pior do que eu pensava."

"Olha para a Mina", sussurrou Ren. "Parece que ela está prestes a chorar."

Mina também tentou se afastar, mas o Sr. Ong continuou agarrando sua cintura enquanto se gabava de suas conquistas.

June podia ver as integrantes do LUNAIRE trocando olhares inquietos, e naquele momento, ele reconheceu algo nos olhos de Mei.

June estalou a língua.

Sua irmã ia explodir em breve.

Ela era uma pessoa muito justa e não suportava ver outros sendo intimidados, então June sabia que ela ia dizer algo em voz alta.

No entanto, por mais que June a admirasse por isso, ele também sabia o quão difícil era estabelecer uma reputação na indústria quando você mal havia estreado.

A mão do Sr. Ong estava ficando perigosamente baixa.

Então, naquele momento, June olhou ao redor.

E quando viu uma torre de ostras quase vazia, foi até ela e sorriu de canto.

Os olhos de Jay se arregalaram de surpresa.

"O que você está fazendo?", gritou em um sussurro, tentando impedir June.

No entanto, era tarde demais.

June colocou a mão em cima da torre de metal e a derrubou, fazendo-a cair no chão com um estrondo alto.

[1] - "Omo" é uma interjeição coreana que expressa surpresa ou choque.

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