Volume 8 - Capítulo 758

"Uma toca?", Haruto perguntou depois de um tempo, o rosto vermelho pela acusação. "Do que você está falando?", Haruto continuou fingindo inocência, mas June não se deixaria enganar. Ele já desconfiava que seu amigo de infância não tinha negócios tão inocentes. Ele era rico demais e tinha conexões demais para alguém que era apenas um "produtor" e um "dono de restaurante". "Você me enganou por um momento", disse June. "Mas eu conheço melhor do que ninguém." Haruto sorriu de lado. "E o que você sabe?" "Este restaurante é só fachada", afirmou June.

"Você não tem clientes apesar de ser uma tarde de sábado movimentada." Haruto se recostou no encosto de sua cadeira de rodas. "E se estivéssemos simplesmente fechados?" "Isso ainda não explica por que você não tem uma placa de 'aberto' na frente. Você disse que tinha fechado quando nos encontramos, mas eu discordo. Este lugar não é um restaurante. É um ponto de encontro." June olhou ao redor da sala e viu que havia muitas brechas — entradas secretas. Se parecia com os escritórios que Laohu tinha, então June sabia que havia algo mais do que aparentava. "E a maior prova", disse June, tirando o celular e mostrando a foto de Marcus. Com a ajuda de Bo Wen, ele conseguiu descobrir a verdadeira identidade do mordomo de Haruto. "Ele é um assassino de aluguel", disse June, sem rodeios, deixando Haruto surpreso. "Quando chegamos aqui, um monte de homens também entraram. Eu soube, de cara, que eles não eram homens comuns. Eles usam o mesmo uniforme que Marcus." Haruto ainda estava sem palavras, então June continuou falando. "Você pode continuar negando, mas não adianta", sorriu de lado. "Eu também sei que os guardas que você providenciou para Minjun não eram homens comuns." "Você, meu amigo, está envolvido em algo mais obscuro do que sua família sabe." Haruto apertou os lábios e manteve o olhar fixo no celular de June. Enquanto isso, June continuou sorrindo, esperando a revelação do amigo. Depois de um tempo, Haruto finalmente sorriu, fazendo o sorriso de June se alargar. "Você me pegou", disse Haruto, apoiando os cotovelos na mesa. "Parece que você também tem boas conexões do seu lado", continuou ele, apontando para as informações de Marcus em seu telefone. "Você deveria apresentá-lo a mim. Tenho certeza de que ele será uma ótima adição à nossa equipe", disse Haruto.

June riu. "Ele não está mais interessado na indústria. Além disso, ele trabalha exclusivamente para mim", gabou-se. Haruto balançou a cabeça divertido. "Então, o que você acha que eu faço?", perguntou, curioso pela resposta de June. "Com base nas informações que tenho, eu diria que você comanda uma gangue", disse June. O rosto de Haruto se contorceu em uma careta. "Que nada", disse Haruto, fazendo June rir. "Nós não somos uma gangue", negou. "Somos muito mais do que uma gangue." Haruto cruzou os braços na frente do peito. "Na verdade, somos até contra eles", continuou Haruto. June sorriu de lado ao finalmente entender. "Você comanda um grupo de assassinos de aluguel", concluiu June. Haruto espelhou o sorriso de June. "Bingo", disse Haruto. "Só estou te contando isso porque confio totalmente em você." "Mas somos diferentes de qualquer outro grupo de assassinos de aluguel que você já viu. Depois que pulei do prédio e sobrevivi, senti que me foi dada uma nova chance. Deve ter batido muito forte a cabeça, porque eu queria fazer algo diferente de ser um ídolo." "Em vez disso, eu queria trazer justiça para todos que foram oprimidos como nós", continuou ele. "Então, eu criei este grupo quando conheci o Marcus no Japão. Eu estava ganhando um bom dinheiro sendo um produtor fantasma enquanto me recuperava, então eu o ajudei. Acontece que há muitas pessoas que são boas em mirar em outras pessoas!" "Então, criei esta organização com o único propósito de eliminar aqueles que prejudicaram a sociedade, mas não foram presos por causa das leis podres que governam o país", disse ele com uma carranca. "Por que você ainda não eliminou Kim Young Do?", perguntou June. "Porque ele tem alguém o apoiando", disse Haruto. "Alguém mais poderoso do que eu. Somos ainda uma organização nova, sabe. Mas, essa indústria paga bem, na verdade." June olhou ao redor do escritório mais uma vez. "Dá para ver", murmurou ele. "Nós nos chamamos Os Robin Hoods, aliás", Haruto sorriu orgulhoso. "Sabe? Porque fazemos o mal pelo bem! É realmente muito divertido."

June franziu os lábios. "Que nome criativo", disse sarcasticamente, mas Haruto levou como um elogio. "Então é assim", comentou Haruto. "Estou surpreso que você esteja levando isso tão bem. A maioria das pessoas que sabe disso quase desmaiou quando eu contei." "Quem mais sabe?", perguntou June com uma carranca.

"Haruki", disse ele. "Honestamente, ele foi o único a quem contei essa informação. Você, por outro lado, adivinhou — o que ainda é muito surpreendente." June riu. "Eu achei que Haruki era frio." "Isso é só fachada", comentou Haruto. "No fim das contas, ele é um bebê enorme." "De qualquer forma", disse Haruto, cruzando os braços na frente do peito. "Agora que compartilhei meu lado da história, acho que é hora de você compartilhar o seu", continuou ele, olhando para June com um brilho travesso nos olhos. June franziu a testa com a mudança repentina em seu tom e disposição. "O que você quer dizer?", perguntou June. Era hora de Haruto sorrir de lado. "Eu não sou o único que tem guardado segredos", começou Haruto. "Eu tenho te observado desde que nos conhecemos, June, e acho algo muito, muito estranho."

"Você diz que perdeu suas memórias, e eu quase acreditei em você." "No entanto, não importa como eu olhe para isso, há algo fora do lugar." June congelou quando Haruto moveu sua cadeira de rodas e se aproximou dele.

Então, sua mandíbula endureceu quando Haruto estreitou os olhos para ele. "Quase como se você fosse uma pessoa completamente diferente", sussurrou Haruto. A respiração de June prendeu-se na garganta. Depois disso, Haruto sorriu de lado, aproximando-se de June. "Você não é realmente o June, é?"