Volume 8 - Capítulo 756
De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência
Jun estava sentado na cama, tentando processar tudo o que tinha acontecido nos últimos dias. Ele parecia aéreo, quase lunático, com um olhar perdido. Era bom que a final do Rising Stars tivesse sido remarcada por causa do ocorrido. Senão, Jun teria enlouquecido de vez.
Então, sem aviso prévio, algumas risadinhas escaparam de seus lábios. Depois de alguns segundos, as risadinhas se transformaram em uma gargalhada estrondosa, que ecoou mesmo pelas paredes à prova de som. Os outros membros, do lado de fora do quarto de Jun, trocaram olhares preocupados. "A gente entra?", perguntou Jisung, com a voz apreensiva. Casper segurou a maçaneta da porta de Jun e balançou a cabeça. "Deixa ele", disse. "Precisamos dar um tempo para ele."
A sessão de risadas de Jun durou um bom tempo. Ele não sabia se estava ficando louco. Ele poderia muito bem estar, considerando todas as revelações recentes. "Eu não estou morrendo", murmurou Jun. "Eu só tenho uma anemia infernal!" Em seguida, ele se jogou na cama, coçando a cabeça em frustração. "Juro, eu poderia matar o Dr. Oh agora mesmo", resmungou. Jun já tinha feito tudo o que podia, porque achava que ia morrer. Já tinha passado seu sistema adiante! Já tinha se despedido indiretamente de seus amigos e fãs. Já tinha enterrado a maldita maleta na fundação do seu antigo apartamento para evitar que ela fosse explorada. Jun finalmente parou de rir quando a realidade o atingiu. No entanto, mesmo assim, havia algumas coisas que ele não teria feito se não soubesse que estava morrendo. Jun não teria coragem de se manifestar contra o CEO sobre o tratamento injusto. Também não teria conseguido impedir Chul como o atirador, pois teria agido com hesitação. E, por fim, não teria sido capaz de perceber o quão preciosa era a vida se não tivesse estado perto de perdê-la. "Não é tão ruim assim", disse Jun, quase como se estivesse tentando se convencer. Então, fechou os olhos e respirou fundo. "Não é tão ruim assim", repetiu, desta vez com uma voz mais firme. Quando abriu os olhos, um olhar assassino surgiu. Parecia que ele tinha mais tempo para salvar a indústria idol. Jun sabia que estava longe de ser uma salvação, mas com a nova chance que lhe foi concedida, também sabia que poderia fazer a diferença. Ele balançou a cabeça, a mente repleta de mil ideias. "Desde quando eu fiquei tão ambicioso?", murmurou, incrédulo. Mas mesmo assim, ele não conseguia se livrar de um certo pensamento. Vingança.
Seu olhar se intensificou enquanto ele se olhava no espelho.
Jun sabia que a morte da avó era inevitável. No entanto, ele sabia que Laohu e Lin Zhi tiveram grande participação em tirar a vida dela. Além disso, Jun estava cansado de ser bonzinho. Era hora de colocar em prática alguns de seus velhos hábitos. "Querem jogar sujo, hein?", ***
Jun e os outros membros do EVE estavam sendo repreendidos por terem faltado a "compromissos" anteriores, pois haviam decidido acompanhar Jun ao enterro da avó Areum. Jay suspirou, frustrado. "Já resolvi isso", disse a Sr. Ong. "Os afetados já foram informados." As sobrancelhas do Sr. Ong se ergueram surpresas. "Entendo", disse ele. "Então você teve tempo para informar nossos acionistas, mas não a mim?". "Porque, como eu disse, já resolvi, senhor", respondeu Jay com convicção. Jun sorriu de lado. Essa também era uma coisa que havia mudado depois que Jay descobriu a suposta doença de Jun. Ele havia ganhado mais coragem para enfrentar seus superiores em vez de "lamber as botas" deles.
Sr. Ong franziu a testa. "Há algo no seu jeito de falar que não gosto", observou. Com isso, o Sr. Ong se levantou, o que já não era surpresa para os rapazes. Depois que o EVE começou a agir de forma independente, ele vinha ficando mais irritado que o normal. "De qualquer forma, como você pode dizer que resolveu se nem cuida direito dos seus garotos?", exclamou o Sr. Ong. "Ainda não consigo perdoar como Jun decidiu interceptar uma possível emergência nacional!" Casper coçou a nuca. "Foi bem legal, na verdade." "É", Ren sorriu maliciosamente. "Ele nem se machucou." O rosto do Sr. Ong parecia que ia explodir. "Todas as ações do EVE devem ser relatadas a mim antes de sua execução." "Até mesmo suas postagens nas redes sociais." "O quê?", exclamaram os membros do EVE, achando injusto. Sr. Ong sorriu de lado. "Vocês estão sob contrato. Uma quebra dele, e eu não tenho medo de negociar os termos com os advogados da empresa. No fim das contas, vocês estão sob minha supervisão." "Portanto, cada movimento, cada palavra ou até mesmo cada intenção de vocês deve ser passada para mim para aprovação." Então, ele se sentou novamente, agora com um sorriso calmo. "Entendido?", disse com um sorriso de canto. Jay deveria ter o contrariado, mas o CEO o encarou. "Não se esqueça de que vocês também estão sob nosso contrato", disse Sr. Ong. "Quer continuar falando ou prefere ser transferido para outro departamento?" Os membros do EVE olharam para Jay com preocupação. Então, Jay balançou a cabeça antes de se levantar. Os rapazes o seguiram rapidamente. Jay fez uma breve reverência antes de conduzir os rapazes para fora do escritório do Sr. Ong. Assim que saíram, ele explodiu de raiva. "Não acredito naquele cara! Ele é baixinho e rechonchudo, mas está cheio de ódio!" Ren cutucou seu ombro, fazendo Jay o encarar. "O que?", retrucou. Ren apontou para dentro do escritório do CEO. "Ele ainda pode te ouvir", disse. Jay virou a cabeça para o lado e viu que Sr. Ong, de fato, o encarava através da parede de vidro transparente.
Jay apertou os lábios e correu para o elevador enquanto os rapazes o seguiam com sorrisos divertidos. Eles entraram no elevador, mas ainda não conseguiam se livrar das palavras do Sr. Ong. "Tudo o que ele disse é legal?", perguntou Akira. "Sobre nós relatarmos cada movimento nosso?". "Tecnicamente, sim. Assinamos um contrato, então até mesmo nossa presença nas redes sociais pode ser controlada por eles", respondeu Jun, cruzando os braços. "Mas só porque é legal não significa que é certo." "Verdade", disse Jay. "Se eu me tornar CEO, nunca faria isso com meus artistas!" Akira olhou para Jay com pena enquanto lhe batia nas costas. "Pode continuar sonhando, mano." Jay sorriu de lado enquanto cruzava os braços. "Ah, mano", sorriu. "Você não tem ideia de quanto poder tenho em minhas mãos agora", exclamou antes de rir como um vilão. Jun se virou para ele antes de balançar a cabeça. Seu plano precisaria ser mais complicado agora. "Ei, Jay", disse Jun, fazendo-o interromper a risada. "Vem comigo depois que você levar os meninos de volta ao dormitório." Os olhos de Jay se arregalaram. "To dentro! Vocês não têm nenhuma agenda para hoje, de qualquer jeito." "Posso ir?", perguntou Casper com os olhos brilhando. "Não", respondeu Jun, com expressão séria.