De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência

Volume 1 - Capítulo 34

De Bandido a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência

[Pegue. Pegue.]

Fu repetia essas palavras na mente de June.

"Será que eu era ladrão em outra vida?", pensou.

[Imagine o que você poderia fazer com isso, anfitrião!]

Com certeza havia muitas coisas que ele poderia fazer com 10.000 dólares. Para começar, ele nem precisaria se preocupar com o aluguel nos próximos meses! Também poderia comprar um celular novo, para substituir o aparelho rachado e velho que tinha. Poderia pagar a Vovó por todas as refeições que ela preparara para ele!

June até poderia cumprir a primeira missão da sua lista: Doar para caridade.

Ele examinou a carteira mais uma vez e conferiu os documentos dentro dela. Viu que pertencia àquela senhora de aparência rica que estivera ali pouco tempo antes. Agora que pensava bem, a senhora provavelmente nem sentiria a falta de 10.000 dólares.

Mas, por outro lado, não se devia julgar um livro pela capa. Além disso, não seria bom para sua reputação se as pessoas descobrissem que ele havia roubado uma carteira.

June tirou o seu celular, todo emperrado com fita adesiva, do bolso e digitou o número escrito em um dos documentos.

[Você vai devolver?]

June ignorou Fu e esperou até que a pessoa do outro lado atendesse.

"Alô?", disse a voz familiar da mulher.

"Alô, Srta. Hana?", perguntou June.

"Umm, sim. Quem é?", respondeu ela.

"Estou ligando da Conveniência Sete Estrelas. Parece que a senhora deixou a carteira aqui", disse ele. Não conseguiu evitar um suspiro, ainda sentindo que era uma pena.

10.000 dólares!

June nunca teve sequer essa quantia quando ainda estava com o Tigre Branco. Claro, ele havia lidado com milhões em negociações, mas recebera migalhas em comparação.

"Oh, graças a Deus", disse Hana. "Achei que tinha perdido tudo. Obrigada por me ligar."

"A senhora pode vir buscar? Ainda estou no meu turno", disse ele.

"Claro", exclamou Hana. "Estava no banheiro ali perto. Vou lá agora mesmo."

"Tudo bem", disse June.

"Obrigada—"

June desligou antes que Hana pudesse terminar a frase. A garota, que estava a caminho da conveniência, olhou para o celular confusa. Aquele cara tinha acabado de desligar a ligação na cara dela?

Será que ele não a reconhece?

Hana sorriu e balançou a cabeça divertida. E pensar que ele estava devolvendo a carteira dela. Outras pessoas não teriam hesitado em ficar com os 10.000 dólares.

Ele deve ser um homem muito gentil.

Por outro lado, June não conseguia parar de suspirar na conveniência. Talvez ele devesse ter ficado com a carteira. Hana também não parecia estar procurando freneticamente por ela.

No entanto, isso ia contra seus princípios. Mesmo como um marginal, ele nunca roubara dinheiro de pessoas inocentes. Só roubava de quem merecia. June acreditava que pessoas normais, que não tinham nada a ver com gangues e seu mundo, não deveriam se envolver.

Não demorou muito para que o som dos sinos da porta fosse ouvido, sinalizando a entrada de Hana. Hana tinha um largo sorriso no rosto ao entrar, já agradecendo June com o olhar.

"Aqui", disse June, casualmente. "Não peguei nada."

Hana riu do comportamento frio do rapaz. Era refrescante não ser tratada como uma celebridade o tempo todo.

"Tenho certeza de que não", disse Hana. "Obrigada por ser honesto."

"Eu teria ficado com ela se a senhora não tivesse me dado gorjeta", disse ele seriamente, mas arrancou uma risada de Hana.

"Eu gosto de você", disse Hana de repente, fazendo June arquear as sobrancelhas.

"Você anda se apaixonando por pessoas que nem conhece?", perguntou ele.

Ela balançou a cabeça. "Não é esse tipo de "gostar", jovem. Só gosto de você ter me devolvido. Você parece muito gentil."

Gentil?

June zombou.

Se ela soubesse...

"Você também é honesto", acrescentou ela. "Aqui", disse ela, tirando de repente uma nota de 500 dólares do bolso. "Uma lembrança por ser um homem gentil e honesto."

June não perdeu tempo em pegar o dinheiro e colocá-lo no bolso. Roubar de um cidadão comum era algo que ele não queria fazer, mas quando a benção está na sua frente, não se deve hesitar em agarrá-la!

"Obrigado", resmungou ele. "Tenha um bom dia."

Hana olhou para ele, divertida. "Só isso?"

"O que a senhora quer mais?", perguntou June.

Hana riu. "Nada, nada. Só estou curiosa — você não sabe quem eu sou?"

June franziu a testa, confuso. Olhou para o rosto dela, mas ela não lhe parecia familiar.

"Não", disse ele honestamente.

Hana assentiu e sorriu. "Que bom. Vou indo então."

June apenas assentiu, fazendo Hana rir novamente. "Espero te ver por aí de novo!"

Com isso, ela acenou com a mão e saiu da conveniência.

June suspirou aliviado, pois seu turno estava quase terminando. Não havia mais ninguém entrando, então decidiu limpar enquanto esperava o dono lhe dar o salário da semana.

June primeiro organizou a prateleira de salgadinhos, depois foi até as bebidas alcoólicas. Como ele queria poder beber aquela noite, mas eles iriam gravar para o Rising Stars amanhã. Olhou para a garrafa de soju com desejo, imaginando o sabor na língua.

Ele franziu a testa, no entanto, quando viu um rosto familiar no rótulo do soju.

"Srta. Hana?"


O turno de June havia acabado e ele já estava a caminho de casa. Tinha uma sacola enorme de balas de goma na mão e rapidamente colocou uma na boca.

Seus olhos se arregalaram de alegria quando ele provou a bala de goma com sabor de cola.

"Essas balas BenBen são bem boas", murmurou ele.

No fim, o dono só conseguiu pagar 500 dólares, em vez dos 588 dólares combinados. Tudo bem para June, já que ele havia recebido uma gorjeta bem generosa da Srta. Hana. No entanto, ele não podia ir para casa de mãos vazias, então pediu ao dono para compensá-lo com balas BenBen.

Então, agora, ele tinha 10 sacos de balas de goma em sua posse.

Que pelo menos me ajudem a crescer 1 cm!

A caminho de casa, ele passou por um orfanato, fazendo-o parar e olhar para o prédio velho e detonado. De alguma forma, lembrou-o do orfanato onde ele e Mei Ling viviam.

As condições de vida eram péssimas e eles brigavam por comida todos os dias. No entanto, as freiras que cuidavam deles eram gentis o suficiente para criá-los bem, com amor e carinho. Claro, isso era difícil com a falta de recursos que tinham, mas elas ainda se esforçavam ao máximo.

Quando June entrou para a gangue, sentiu-se bastante culpado, sabendo que as freiras os criaram para serem pessoas boas. No entanto, June acreditava que não tinha escolha. No fim, ele queria dar uma boa vida para Mei Ling.

Para aliviar sua culpa, June doava para o orfanato todos os meses quando ainda era Jun Hao. Essa é provavelmente uma das razões pelas quais ele não conseguiu economizar muito dinheiro naquela época. Mas era bom ver as freiras que o criaram sorrindo de gratidão sempre que ele doava.

June se lembrou de sua missão mais uma vez. Enquanto mastigava suas balas de goma, tirou a carteira e viu os 1.000 dólares que havia ganhado em uma semana.

Ele precisava guardar 600 dólares para o aluguel do mês passado até o próximo, então lhe restavam apenas 400 dólares.

June queria comprar roupas decentes para as gravações do programa ou talvez levar a Vovó e Minjun para comer antes de ir.

No entanto, ele ouviu o som de crianças comemorando lá dentro. June espiou pela janela empoeirada e viu cerca de 15 crianças e 2 cuidadoras idosas dividindo um prato de legumes na mesa.

June suspirou e tirou os 500 dólares que Hana lhe dera naquela manhã.

"Isso não era para ser meu de qualquer jeito", murmurou ele.

[Missão Cumprida: Doar para Caridade]

[Por favor, escolha um aspecto para melhorar.]

"Dança."

[Escolha sábia! Dança + 1. Nível atual: D+]

Comentários