Casamento Predatório

Capítulo 11

Casamento Predatório

“Ahh,” No entanto, parecia que ele não havia escutado nada. Em vez disso, seus olhos deslizaram pelo corpo de Leah, sem nem um único arranhão, enquanto ele lambeu os lábios.

“Vamos fazer mais uma vez.”

Ela arregalou os olhos em espanto. Diferente de Leah, que estava dolorida e exausta, ele não demonstrava nenhum sinal de cansaço. Um brilho afiado começou a refletir em seus olhos, que estavam apagados há pouco.

Leah balançou a cabeça com repulsa ao sentir o calor familiar e abrasador tomando conta do ambiente.

O homem soltou uma risada baixa e profunda. Mesmo assim, envolveu seus braços ao redor da delicada cintura dela, prendendo-a de vez. Leah resistiu, chutando e tentando se desvencilhar, mas de repente parou ao notar algo.

Seus olhos examinaram o corpo dele. Na noite anterior, no calor da escuridão, ela havia perdido esse detalhe peculiar.

O corpo do homem estava limpo, sem nenhuma tatuagem.

Todos os Kurkans que Leah havia visto antes tinham tatuagens. Seja no rosto, no pescoço ou nos antebraços, suas peles ostentavam grandes marcas. Este homem, com quem ela recentemente compartilhara intimidade, era o primeiro Kurkan cuja pele não possuía nenhum traço de tinta...

Seus olhos dourados, físico dominante e força incomensurável — ela tinha certeza de que ele era membro do clã bárbaro, mas não entendia por que não tinha uma única marca.

O homem, que notou o olhar dela sobre seu corpo com as sobrancelhas franzidas, a abraçou ainda mais.

“O que te deixa curiosa?”

Franzindo o cenho, ela ergueu o rosto para encará-lo, “Você não tem tatuagens… Afaste-se um pouco para que eu possa ver.”

Com o braço livre, ela o empurrou, mas ele permaneceu próximo. Para desviar sua atenção, ele deixou um rastro de beijos em suas bochechas e nariz.

“Vamos trocar informações, uma de cada vez. Se você responder minha pergunta, eu responderei a sua.”

Antes que Leah pudesse concordar, ele lançou sua primeira pergunta.

“Por que você descartou sua primeira vez com um inimigo?”

No reino de Estia, a pureza de uma noiva era primordial. Para os nobres, isso era ainda mais vital, pois a castidade refletia a honra da família. Uma noiva impura podia ser legalmente repudiada e, nos piores casos, morta.

Sem mencionar que Leah era uma princesa real que em breve participaria de um casamento político essencial. Se fosse descoberta como impura, sua honra despencaria e, junto com ela, a de sua família.

Havia muitas razões para ela ter escolhido esse caminho. Ela não queria entregar sua pureza a algum homem velho, 25 anos mais velho que ela — um que ela nunca conheceu e que buscava carne jovem e fresca para satisfazer suas necessidades.

A vida de casada que a aguardava não era melhor. Assim como a maioria das esposas de nobres poderosos como Byun Gyongbaek, ela viveria uma vida miserável em seu palácio monótono, desperdiçando sua juventude. Para Leah, isso seria uma morte ainda mais dolorosa.

A família real a vendeu como um produto de luxo e, por isso, ela se deleitaria em arruinar sua reputação. Acima de tudo, ela queria se livrar da vida problemática e dolorosa que levava.

No entanto, ela não podia contar isso ao homem, então Leah evitou o olhar dele e apenas mordeu os lábios.

“…..”

Sentindo sua relutância, o homem não insistiu mais. Ele sorriu, deitou-se de lado com uma das mãos apoiando o queixo esculpido. Olhando para Leah, ele perguntou: “Você não quer fugir?”

A ideia era promissora e genuinamente tentadora. À beira de ser persuadida, Leah recobrou a consciência. Parecia uma solução para todos os seus problemas, mas ela sabia que isso nunca aconteceria.

Ela suspirou, percebendo que, se tivesse baixado a guarda um pouco mais, teria se deixado levar por ele.

Na verdade, se ela realmente quisesse, poderia facilmente fugir. A família real estava apodrecendo há muito tempo, e Leah havia assumido a responsabilidade pela maioria das tarefas do palácio sozinha. Com um pouco de ajuda, coragem e sorte, ela poderia deixar Estia.

No entanto, ela não queria isso. Não queria viver a vida inteira sendo perseguida como uma criminosa. Preferia deixar este mundo e condenar a família real à própria miséria. E, acima de tudo…

Ela se sentia vazia.

Desde o momento em que percebeu que havia sido completamente abandonada por sua família, Leah perdeu a vontade de viver. Ela não queria mais viver. Seu ódio não era apenas direcionado à família real, mas também a si mesma. Ela se detestava por ter devotado sua vida de forma tola à família que a tratava tão mal.

Retaliar e acabar com sua própria vida, era isso que Leah mais queria. Lentamente, ela fechou e abriu os olhos. O homem aguardava silenciosamente por sua resposta.

Uma noite de aventura. Alguém que ela nunca mais veria. Uma conversa livre de cortesias, formalidades e identidades.

“Eu…”

Num momento de impulso, Leah disse algo que nunca contou a ninguém.

“Eu quero morrer.”