Capítulo 1
Superstar From Age 0
Prólogo
Ele morreu como um figurante anônimo.
Não sabia se foi acidente ou suicídio.
Era uma lembrança muito antiga.
Depois disso, ele renasceu e morreu, morreu e renasceu, inúmeras vezes.
Por alguma razão, sua memória não era apagada.
Ele acumulou as lembranças de todas as suas vidas.
Criou uma biblioteca de vidas.
Algumas vidas foram tão longas e vastas que ele as colocou num canto da biblioteca; outras, tão preciosas, que as deixou em local de fácil acesso, revisitando-as com frequência.
Ele nunca reencarnou como humano.
Não desejava particularmente nascer como humano, mas reencarnou como outras criaturas muitas vezes, mas nunca como humano.
Era estranho.
Quando pensou que estava esquecendo sua primeira vida, renasceu.
Como humano.
Bê bê bê.
O bebê riu.
O casal recém-casado, Lee Min-jun e Seo Eun-hye, apertaram o peito e desabaram diante do sorriso dele.
Nosso bebê é tão fofo!
O suspiro de Seo Eun-hye fez Lee Min-jun acenar com a cabeça.
Seu bebê, que agora tinha sete meses, era tão tranquilo que parecia uma bênção.
Comia bem, fazia cocô direitinho e não tinha problemas de saúde.
Outros casais com bebês da mesma idade invejavam Lee Min-jun e Seo Eun-hye.
Seo-jun! Lee Seo-jun!
Papai, papai!
O bebê riu alto.
Apesar de ainda ser um bebê, seus olhos redondos brilhavam e suas feições eram nítidas.
Seu rosto sorridente era como a luz do sol da primavera.
Era um bebê muito bonito, que parecia ter herdado apenas os bons traços da mãe e do pai.
Haaham.
O bebê bocejou e as vozes do casal se acalmaram.
Seo Eun-hye acariciou suavemente a barriga do bebê no berço.
Lee Min-jun apertou o botão do toca-discos na cômoda.
Uma suave cantiga de ninar ecoou pelo quarto.
O bebê, Lee Seo-jun, abriu os olhos.
Hmm.
Lee Seo-jun pensou.
É muito grande.
A porta à sua frente era muito grande.
Era a porta da biblioteca que continha as lembranças de suas vidas passadas.
A mão do bebê, do tamanho de uma folha de bordo, bateu na enorme porta da biblioteca.
A porta não abriu.
Hã?
Ele virou o corpo e deitou-se no chão. Ao lado da porta, do tamanho de uma casinha de cachorro, havia uma porta muito pequena.
Era uma porta do tamanho do seu rosto.
Não era apenas pequena, mas também empoeirada e escura, uma porta preta que não chamava a atenção.
Era incrível que ele a tivesse encontrado agora.
Nunca tinha visto isso antes.
Ele inclinou a cabeça e esticou a mão para pressionar o desenho na porta.
A porta abriu lentamente.
Ele enfiou a cabeça na porta.
Ficou preso pelos ombros, mas tudo bem.
Havia apenas um livro lá dentro.
Lee Seo-jun tirou a cabeça e colocou uma mão para pegar o livro.
Se bem se lembrava, nunca tinha visto aquele livro antes.
O livro que ele tirou da porta parecia muito velho.
Estava coberto de poeira e parecia que o papel se desfaria em pó e voaria se ele soprasse nele.
O bebê abriu o livro lentamente.
O livro estava escrito em coreano.
Lee Seo-jun sabia que as memórias de suas vidas, escritas em coreano, gradualmente se transformavam em letras monstruosas.[1]
Isso porque ele se sentia mais confortável inconscientemente com as letras monstruosas.
Mas este estava todo escrito em coreano.
Era a sua primeira vida.
Tudo o que Lee Seo-jun se lembrava de sua primeira vida era que ele era um ator sem nome.
Ele nem se lembrava de como morreu.
O bebê espalhou o livro velho no chão e o leu lentamente.
Era um coreano desajeitado, mas ele o leu enquanto recuperava sua memória.
O livro era interessante.
Era a história de um homem, o próprio Lee Seo-jun, mas sua memória era tão vaga que ele se sentia como um estranho que tentou e tentou ser ator, mas nunca fez nome e morreu em um acidente durante as filmagens.
Hmm.
No final do livro, havia uma frase curta escrita.
Deve ter sido o último pensamento que ele teve antes de morrer.
-Quero ser ator novamente. Quero ser o protagonista na minha próxima vida.
O bebê que estava sentado na frente do livro velho no chão refletiu profundamente.
Seu coração, que havia se tornado embotado após muitas vidas, sentiu-se um pouco animado.
Ele se perguntou se alguma vez tinha se esforçado tanto para se tornar algo como aquele homem.
Não tinha.
No início, ele estava ocupado sobrevivendo, e depois, a vida era muito chata.
O bebê sorriu torto.
De alguma forma, ele se comoveu com o livro.
Okay! Vamos lá, ator!
O bebê olhou para o livro à sua frente.
Não.
Ele deu um tapinha no livro, como se estivesse confortando seu eu passado que morreu miseravelmente.
Ser apenas um ator não é nada! Tenho que ser pelo menos uma superestrela.
Ele seria uma superestrela que permaneceria na história por muito tempo.
O bebê prometeu isso diante do livro do ator desconhecido.
[1] - Letras ou símbolos imaginários, sem correspondência com nenhum alfabeto conhecido.