Damn Reincarnation

Capítulo 43

Damn Reincarnation

Este era o primeiro andar de Acryon. Toda a história de Aroth e Acryon cobria uma parede deste salão aberto, e algumas histórias relacionadas a Sienna foram registradas no resto dos livros de história.

Esta Biblioteca Real não só guardava vários grimórios de imenso valor, como nos pisos superiores, guardava também os vários vestígios deixados pelos lendários Arquimagos que deixaram os seus nomes na história da magia.

“Por ser uma biblioteca, esse lugar também lembra muito um museu”, pensou Eugene.

Eugene se levantou e leu o que estava escrito na parede com as mãos atrás das costas. Como esperado, o que Eugene achou mais interessante foram os conteúdos sobre Sienna. Os vestígios dela foram armazenados nos andares doze a quatorze. Entre todos os arquimagos cujos nomes foram registrados na lista de figuras proeminentes de Acryon, Sienna era a única com três andares dedicados a ela.

Esse foi o papel que o nome ‘Sienna Merdein’ desempenhou na história de Aroth — não, na história da magia. Ela era a Arquimaga que enfrentou os Reis Demônios junto com o Grande Vermouth.

Vermouth não contribuiu muito para o desenvolvimento da magia, mas Sienna se estabeleceu em Aroth e passou muito tempo como Mestra da Torre Verde. Ela havia estabelecido a fórmula mágica dos Círculos e permitiu que ela se espalhasse para que inúmeros magos pudessem aprender com ela.

“Ela realmente trabalhou duro a vida toda”, pensou Eugene com um sorriso irônico enquanto lia a lista de realizações de Sienna. “Mas realmente não combina com ela.”

Viver uma vida normal, se casar como todo mundo, ter um filho, viver em paz e ser avó; era isso que Sienna disse a Hamel que queria fazer quando se aposentasse.

Apesar de ter dito isso, Sienna passou a vida inteira sozinha. Enquanto estava na Torre Mágica Vermelha, Eugene encontrou vários livros escritos sobre Sienna, mas mesmo que ela tenha vivido em Aroth por quase cem anos, não parecia ter enfrentado o menor escândalo em todo esse tempo.

Embora fosse conhecida como a Sábia Sienna, vários livros de história de Aroth deram a Sienna um título diferente: a Buscadora da Verdade.

Sienna viveu sozinha a vida inteira, sem consumir álcool ou viver uma vida de luxo, e passou a maior parte do tempo na Torre Verde da Magia ou em sua mansão. Ela nunca se encontrou com nenhum de seus três discípulos em particular fora da Torre Mágica, e também nunca havia aparecido em eventos como festas.

Mas essas anedotas sobre Sienna não tinham nenhuma semelhança com a Sienna de que Eugene se lembrava.

De acordo com as memórias de Hamel, Sienna gostava de beber. Embora não fosse na mesma medida que Anise, durante toda a viagem, Sienna constantemente roubava a água benta de Anise e bebia um pouco enquanto ouvia as últimas fofocas.

Sienna também adorava brincar. Adorava beber e conversar com os mercenários hospedados em tavernas baratas, e também gostava de conversar com estranhos.

Como poderia Sienna, com sua personalidade tão alegre, ter vivido uma vida tão ascética por esse longo período de quase cem anos, a ponto de ser chamada de Buscadora da Verdade? Eugene absolutamente não podia acreditar em tal fato.

— Ei, garoto. — Gritou uma voz.

Pego no meio da leitura dos registros de Sienna repetidas vezes com uma carranca no rosto, Eugene se virou para ver a Mestra da Torre Branca, que estava sorrindo enquanto torcia mechas de seu cabelo encaracolado entre os dedos.

— O que você está lendo tão atentamente? — Ela perguntou: — Existe um mago que você está interessado?

Em vez de responder à pergunta, Eugene perguntou sobre outra coisa:

— A discussão acabou?

Atrás da Mestra da Torre Branca, os outros magos estavam saindo da sala.

A Mestra da Torre Branca assentiu.

— Hmm, acabou. Nós não deixamos você esperando por muito tempo, não é?

— Na verdade, foi muito mais rápido do que eu esperava. — Respondeu Eugene.

— Se fôssemos obrigados a chegar a uma opinião unânime, nem o dia inteiro teria sido suficiente.

— Se é esse o caso, então como chegaram a uma conclusão?

— Tivemos uma votação majoritária, é claro.

Com um sorriso, a Mestra da Torre Branca virou-se e olhou para trás.

— Cinco pessoas aprovaram sua entrada, duas se opuseram e uma se absteve. — Revelou ela.

Eugene respondeu:

— Isso foi mais apoio do que eu esperava.

— Você não está curioso para saber quem aprovou, quem se opôs e quem se absteve?

— Desde que eu saiba que mais pessoas aprovam do que se opõem, tudo bem. Então, já que fui aprovado, posso ir para os andares superiores agora?

— Hmm, você tem permissão. Afinal, foi isso que o voto da maioria decidiu. Hah, já que parece que não está tão curioso, permita-me apenas lhe dizer. Eu fui a única que se absteve.

Os olhos de Eugene se arregalaram com essas palavras. Pela maneira como ela se aproximou e começou a falar com ele em um tom amigável, teve certeza de que ela era uma das que aprovaram sua entrada. Enquanto Eugene inclinou a cabeça em confusão, a Mestra da Torre Branca deu uma risadinha enquanto olhava para ele.

— Pela atmosfera na sala, parecia que haveria muitas pessoas votando em você de qualquer forma, então não senti que o resultado mudaria só porque me abstive. — Explicou ela.

— Ah, mas não precisa se preocupar. Embora eu possa ter me abstido, não me oponho a você entrar em Acryon.

— Mas esse seu raciocínio não importa, você também não aprovou minha entrada. — Rebateu Eugene.

— Talvez seja o caso. A verdade é que me senti um pouco ambivalente sobre isso. Você pode estar transbordando de talento e cheio de potencial. No entanto, não é fato que ainda é um pouco jovem demais? — Ao dizer isso, a Mestra da Torre Branca baixou a voz. Então, inclinando-se ligeiramente na direção de Eugene, ela sussurrou baixinho:

— E além disso. O ponto crucial é que, se eu mostrasse meu apoio a qualquer um dos lados por meio do meu voto, seria pega em uma discussão irritante. Você pode ver isso em seus rostos, certo? Todos eles ainda parecem chateados…. Mesmo que o voto da maioria já tenha sido dado e uma conclusão tenha sido alcançada, eles apenas mudarão o local e começarão a discutir mais uma vez.

— E você, Mestra da Torre Branca? — Eugene perguntou.

— Já que me abstive, não preciso me importar com isso. Posso apenas dizer a eles honestamente que não mudarei minha posição neutra, não importa o que eles queiram que eu ouça.

Depois de se endireitar mais uma vez, a Mestra da Torre Branca acenou com a mão para os outros magos. A única pessoa que mostrou alguma reação foi o Mestre da Torre Azul, que ainda tinha o olhar tenso no rosto. Depois de atirar uma expressão de nojo para a Mestra da Torre Branca, ele suspirou profundamente e saiu de Acryon.

A Mestra da Torre Branca disse de repente:

— O Mestre da Torre Azul aprovou.

Eugene demorou a responder.

— Hã?

— Estou falando da sua permissão para entrar em Acryon. No início, ele se opôs a isso, mas parece que mudou de ideia ao longo do caminho.

Eugene ficou surpreso com essas palavras. Desde o momento em que entrou na sala, o Mestre da Torre Azul parecia o mais descaradamente insatisfeito com sua presença, mas parecia que ele finalmente havia mudado de opinião.

— Agora então, tam-tam-taam. Quem você acha que foram os dois que se opuseram? — A Mestra da Torre Branca perguntou.

— Eu disse que não estava curioso. — Resmungou Eugene.

— Foi o Mestre da Torre Verde e o Chefe da Guilda dos Magos.

— Por que você ainda está me contando isso, sendo que eu disse que não estou curioso?

— Você tem mesmo dezessete anos? O que há com essa reação fria? Não deveria estar mais chateado e frustrado?

— O que há para ficar chateado e frustrado?

— “Como eles ousam ignorar o prestígio da linha direta dos Lionheart?” Você não tem nenhum sentimento de elitismo ofendido?

— Não.

— É porque sente que é apenas de um ramo colateral, afinal?

— Hah, não é isso. — Eugene suspirou.

— Ah, poxa, por que eu deveria mostrar algum elitismo? Quão repugnante seria para mim, vir de tão longe para um país estrangeiro, apenas para ficar bêbado com esse tipo de besteira.

— Você está falando do seu irmão mais velho, certo? — A Mestra da Torre Branca perguntou com um sorriso malicioso.

Eugene pareceu confuso por um momento, e então olhou para ela.

O nome da Mestra da Torre Branca era Melkith El-Hayah.

Até Eugene tinha ouvido falar dela. Era conhecida como a melhor Invocadora de Espíritos de seu tempo. Foi a primeira pessoa na história a assinar um contrato com dois Reis Espíritos ao mesmo tempo. Não só ela era habilidosa em magia espiritual, como também era uma grande maga que havia alcançado o nível de ser chamada de arquimaga em magia geral também.

— Você realmente continua dizendo coisas que eu não quero ouvir. Tem algum tipo de rancor contra mim? — Eugene sondou.

— Não. — Melkith negou.

— Então, tem algum ressentimento pelos outros magos?

— De jeito nenhum. Você realmente acha que as palavras que eu disse agora foram uma tentativa de atiçar uma intriga entre você e os outros? Caramba, não é nada disso. O que eu ganharia envenenando suas impressões sobre eles?

— Se é esse o caso, então por que está me contando tudo isso?

— Porque estou interessada. — Com um sorriso, Melkith apontou para a Espada da Tempestade, Winith, que estava pendurada na cintura de Eugene.

— Eu sei o que é essa espada. É um tesouro do clã Lionheart, a Espada da Tempestade, Winith. Ouvi dizer que essa espada foi abençoada com a proteção do Rei Espírito do Vento?

Eugene confirmou.

— Sim, e daí?

— Embora eu também esteja interessada em você, estou ainda mais interessada nessa sua espada. Há muito tempo, sempre quis assinar um contrato com o Rei Espirito do Vento, mas… Ele parece ser uma pessoa tão orgulhosa que, não importa quantas vezes eu tente invocá-lo, ele simplesmente não aparece.

— Pelo que sei, Mestre da torrre, você já não assinou um contrato com dois Reis Espíritos? Esses dois não são suficientes para satisfazê-la?

— Claro que não é suficiente.

Melkith estava olhando para Winith com olhos brilhantes. Parecia que estava prestes a correr e tentar arrancá-la dele.

— Eu tenho me esforçado muito, sabe? — Melkith choramingou.

— Eu até implorei ao Rei Espírito do Relâmpago e ao Rei Espírito da Terra, mas eles me disseram que o Rei Espírito do Vento não assinaria contrato com ninguém. É por isso que enviei uma carta tão séria para a família principal dos Lionheart, implorando para emprestar Winith, mas você sabe o que eles enviaram de volta como resposta?

Ignorando a pergunta dela, Eugene perguntou:

— Tudo bem se eu subir as escadas?

— Disseram que os tesouros da família principal nunca podem ser emprestados a estranhos. Malditos mesquinhos, é como se eles pensassem que eu poderia pegar a Winith e me esconder com ela. Só quero usá-la como catalisador de contrato, então por que eles têm que ser tão teimosos em me obstruir. — Melkith reclamou.

Eugene suspirou.

— Ei, não importa o que me diga, não tenho intenção de emprestar para você. Estritamente falando, não é como se eu fosse o dono dela. Estou pegando emprestado com a permissão do Patriarca.

— Está tudo bem. Não vou contar a ninguém. — Prometeu Melkith.

—Pode me emprestar por alguns instantes. Provavelmente não vai demorar tanto? Apenas um dia no máximo. Se você quiser, pode até assistir enquanto eu a uso.

Na verdade, essa proposição era bastante atraente para Eugene. Vermouth havia morrido e, embora Sienna parecesse estar viva, ela não estava em um estado em que pudesse falar com ele, pois parecia estar selada em algum lugar deste vasto mundo. Quanto à Anise? Tendo se tornado uma peregrina, seus rastros foram cortados duzentos anos atrás, e o paradeiro de Moron, aquele maldito, era igualmente desconhecido.

Nesta era atual, apenas o Rei Espírito do Vento, Tempest, conhecia a história completa do que aconteceu trezentos anos atrás no castelo do Rei Demônio do Encarceramento. Claro, Tempest se fez de inocente, alegando que não sabia de nada, mas Eugene definitivamente não podia acreditar nessas palavras.

Eugene xingou internamente: “Aquele filho da puta, sua bunda gorda deve ter ficado muito pesada ao longo dos anos, já que ele não sai, não importa quantas vezes eu chame ele.”

Durante estes últimos quatro anos, Eugene tentou invocar Tempest várias vezes. Toda vez que alcançou a próxima estrela na Fórmula da Chama Branca e toda vez que sua capacidade de mana aumentou. Embora ele tenha tentado usar suas sílfides contratadas para alcançar o Rei Espírito do Vento, Tempest nunca respondeu a nenhuma de suas invocações.

“Com a quantidade de mana que tenho atualmente, ainda não consigo invocar Tempest”, calculou Eugene.

No entanto, Melkith pode ser capaz de convocá-lo. Ela também não teria as qualificações necessárias? Entre os Invocadores de Espíritos que fizeram seu nome neste continente, Melkith foi a única que fez um contrato com dois Reis Espíritos ao mesmo tempo. Embora ele não tenha aparecido nenhuma vez que ela tentou invocá-lo até agora, se Winith fosse usada como catalisador, quem saberia como Tempest poderia reagir.

Melkith tentou impedir Eugene de sair.

— Garoto, aonde você está indo? Ainda não terminei de falar.

Eugene perguntou:

— Parece que não adianta mais ouvir, então por que eu deveria ficar por aqui?

Embora ele tivesse esperanças nisso, Eugene não mostraria uma reação positiva à proposta de Melkith ainda. Em vez de permitir que ela simplesmente mordesse a isca, era melhor provocar um pouco para ver se ele era capaz de atrair uma recompensa maior.

— Eu perguntei, aonde você vai? — Insistiu Melkith.

— Estou subindo. — Respondeu Eugene.

— Você não disse que eu tinha permissão para entrar? Ou ainda preciso de algo como um passe de entrada?

— Se você for lá e pedir um, eles vão te dar. — Melkith surpreendentemente respondeu sua pergunta imediatamente.

Eugene foi até a porta que ela havia apontado.

Mesmo um lugar como Acryon tinha um diretor de biblioteca. Apesar de ser chamado de Diretor, na verdade era apenas um funcionário público que não tinha permissão para entrar nos andares superiores e apenas gerenciava os familiares responsáveis ​​pela manutenção. O mago idoso que ocupava a posição imediatamente abriu a porta ao som da batida de Eugene.

— Já ouvi a notícia. — Declarou o bibliotecário chefe antes que Eugene pudesse dizer qualquer coisa.

Não demorou muito para que seu passe de entrada fosse emitido. O selo de Acryon estava estampado no verso da carteira de identidade de Eugene, e isso era tudo.

— Se eu tivesse tentado subir sem esse passe de entrada, o que teria acontecido comigo? — Eugene perguntou por curiosidade.

— Você morreria. — Respondeu o Diretor casualmente, como se fosse natural.

— Em primeiro lugar, a magia de interceptação de Acryon perfuraria todo o seu corpo e, se isso não fosse suficiente para matá-lo, todos os familiares de Acryon seriam colocados em modo de ataque. Embora antes que isso acontecesse, os magos com passes de entrada teriam sido enviados para detê-lo.

— Você sabia? Os familiares que trabalham aqui foram todos deixados para trás pelos arquimagos cujos nomes foram escritos na parede de Acryon. — Esse fato veio de Melkith, que ainda não tinha saído do lado de Eugene. Enquanto ela olhava para Winith com olhos gananciosos, continuou falando:

— Isso, é claro, inclui aqueles pertencentes ao Rei Mago que fundou Aroth, alguns do Mago de Batalha que era chamado de Pai da Magia de Batalha, e familiares que pertenciam à sábia Sienna também.

— …

Eugene ficou em silêncio.

— Garoto, suas reações são realmente sem graça. Você não tem um enorme interesse na Senhorita Sienna? — Melkith perguntou com um meio sorriso.

— Eu vi tudo antes. Você estava lendo os registros pertencentes a ela repetidamente. Em seu primeiro dia em Aroth, você foi direto para a mansão dela para um passeio e, da última vez, até se encontrou com seu amigo de uma linha colateral diferente na Praça Merdein.

— Por que sabe tanto sobre minhas atividades? — Eugene perguntou, perturbado.

Melkith brincou com ele:

— Parece que não está muito ciente disso, garoto, mas você é realmente muito famoso.

— Claro que sei que sou famoso. — Respondeu Eugene com uma bufada.

— Sua personalidade é um pouco… Diferente de sua aparência. Falta charme.

— O que você quer dizer com dizer que é diferente da minha aparência?

— Você tem um rosto bonito, não é?

— Então, por favor, pense na minha grosseria como o custo de apreciar minha boa aparência.

— Não falta só um pouco de charme. Você realmente não é nada encantador.

— Mas por que continua me chamando de criança?

— Estou te chamando de criança porque você é uma. Não tem apenas dezessete anos? Haah, você ainda cheira a leite materno.

— Há algumas palavras passando pela minha cabeça agora, mas não tenho certeza se devo falá-las.

— Que tipo de palavras?

— Vou ficar quieto. Já que sinto que elas são um pouco rudes demais para expressar durante nosso primeiro encontro.

De jeito nenhum ele estava tentando dizer que ela cheirava como uma vovó, certo? Depois de olhar para Eugene sem palavras, Melkith cheirou seu próprio corpo.

— Não cheiro nada. — Insistiu ela.

Eugene retribuiu o favor.

— E eu também não sinto cheiro de leite.

— De qualquer forma, quando você vai me emprestar a Winith?

— Não vou te emprestar.

Ignorando Melkith, que continuava a segui-lo, Eugene se virou para olhar ao redor. Ele estava apenas se perguntando se precisava encontrar as escadas para ir aos andares superiores, mas então viu o elevador no canto.

Melkith explicou prestativa:

— Você vê o buraco ao lado da porta? Se colocar seu cartão de identificação lá, a porta se abrirá. Você vai até o décimo segundo andar, certo?

— Sim. — Admitiu Eugene.

— Veja, parece que você realmente gosta muito da Senhorita Sienna.

— Eu não gosto dela.

— Pode ser porque é apenas um garoto que parece envergonhado pelas coisas mais estranhas? Está bem, está bem. Esta irmã mais velha entende tudo. As crianças geralmente são assim, não são? Especialmente meninos. Eles nunca são honestos em dizer que gostam do que gostam, e é exatamente por isso que são tão fofos.

— Não é ir longe demais se chamar de ‘irmã mais velha’?

— Você está perguntando isso por causa da minha idade?

— Pelo que sei, você já tem mais de sessenta anos.

Mesmo que ele adicionasse os anos de sua vida anterior à sua idade atual, Melkith ainda tinha mais idade do que ele. Claro, indo pela aparência externa de Melkith, ela parecia estar em seus vinte e poucos no máximo, mas só porque ela manteve sua aparência jovem não significava que sua verdadeira idade ficou mais jovem.

Melkith se defendeu:

— Quando você é jovem de coração, por que a idade deveria importar? Portanto, não seja tímido e sinta-se à vontade para me chamar de irmã mais velha.

Eugene não respondeu a essas palavras. Em vez disso, ele colocou sua identidade no compartimento do elevador e se perdeu em alguns pensamentos irrelevantes.

Se Sienna realmente estava viva e viveu todo esse tempo, isso significava que sua idade devia ser mais de trezentos anos.

Eugene fez uma nota para si mesmo: “Quando nos encontrarmos, talvez eu tenha que chamá-la de vovó.”

Ou pode ser melhor chamá-la de morta-viva do que de vovó. Claro, se ele realmente dissesse isso na frente dela, Sienna com certeza tentaria matar Eugene enquanto exalava sede de sangue.

Ele realmente ficaria muito feliz se isso acontecesse.

Com um sorriso irônico, Eugene entrou no elevador. Melkith não entrou com ele. Ela ficou do lado de fora e acenou com a mão para ele com um sorriso.

— Volte logo. — Disse ela.

Eugene perguntou:

— Você não vai ficar me esperando aqui, vai?

— Mesmo eu não sou uma pessoa de livre arbítrio. — Melkith fez beicinho.

— Embora eu realmente queira ir dar uma olhada com você, hummm… Mas se eu estiver junto, acho que não conseguirá se concentrar.

— Esse seria definitivamente o caso. — Admitiu Eugene.

— Hmm, já que é assim, não vou com você. Embora eu não vá conseguir ver seu choque quando enfrentar o vislumbre da verdade… Fufu, a primeira vez é definitivamente a mais intensa. Enquanto Melkith escondia uma risada, ela apontou para a parte inferior do corpo de Eugene e disse:

— Seria melhor para você usar uma fralda?

— Por quê?

— Pode molhar um pouco as calças.

Foi inútil perguntar. Com uma carranca profunda, Eugene apertou o botão para o décimo segundo, então imediatamente apertou o botão para fechar a porta.

O elevador subiu. Não demorou muito para chegar ao décimo segundo andar. Seria apenas um pequeno exagero dizer que ele havia chegado em um piscar de olhos.

Eugene foi saudado por uma voz dizendo:

— Bem-vindo ao salão de Sienna.

Assim que as portas do elevador se abriram, ele foi recebido por uma garotinha olhando para Eugene com um sorriso largo.

— …

Os lábios de Eugene se separaram silenciosamente enquanto ele olhava para a garota.

A menina, que parecia ter cerca de dez anos, parecia exatamente com a Sienna de que Eugene se lembrava.

Comentários